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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

A construção do espiritismo em Alagoas (I)


storia dello spiritismo, histoire de spiritisme

 ESTE MATERIAL FOI PUBLICADO EM CAMPUS/O DIA

Dois dedos de prosa

            Aqui está um pouco do que tenho sobre a história do espiritismo em Alagoas. Sei que é quase nada, mas embora insignificante, reconheço ser um interessante começo, apénas um começo dentre muitos. Temas como maçonaria, protestantismo, espiritismo de muito já deveriam fazer parte da agenda acadêmica das Alagoas.

            Quem sabe, um dia alguém se interesse e leve estes assuntos a um nível de profundidade que faça com que se aclarem melhor dentro da formação histórica de Alagoas.

            Nada entendo de espiritismo e muito menos de sua história, mas nada impede que eu tenha a audácia de sugerir achegas.

            Um abraço

            Sávio           
Um pequeno esclarecimento



            Este texto é oferecido a Manoel Pinto de Mello Maia esperando que satisfaça.

            Na verdade, a redação  começou a uns 50 anos. Todas as vezes que eu passava em frente ao Mello Maia, dava-me uma imensa curiosidade sobre quem era ele, como havia sido a vida do Centro e a consciência de que era necessário escrever a história do espiritismo em Alagoas. Passei a procurar incentivar o estudo e, buscando a quem desejasse, devo ter falado com espíritas,  semi-espíritas, espirituosos e nada de encontrar quem se resolvesse a aceitar a  encomenda.

            E sempre persistindo aquela relação com o lugar e com o tema. Esquecia, passava, lembrava. Não sou espírita e nada entendo de espiritismo. Estou preparando, faz tempo, uns escritos que formariam um livro a ser intitulado História dos costumes, usos e abusos em Alagoas e quando me dei conta, estava redigindo estas achegas ou – quem sabe? –, apenas sistematizando informações. Preparei e ia arquivar, mas, num de repente, resolvi publicar e o impulso resultou neste Campus. Agora vou testar. Vou passar por lá e ver o que vai chegar à minha cabeça: No creo em brujas, pero que las hay, las hay.

            Sai agora como contribuição, visando acender o fogo, mas volta para a prateleira, esperando mais uns dois anos para ser incluída no dito livro, esperando mais dados e mesmo contribuições de algum estudioso espírita que se interesse por nossa história das Alagoas. Seria excelente receber aportes pelo imêio nsdvcampus@gmail.com. No meio deste caminho todo, ficou a engraçada sensação de que o Maia e eu seríamos bons amigos, caso, evidentemente, nos conhecêssemos. Durma-se com um barulho desses.
            E vai um abraço, também, para o Hugo Jobim. Uma vez um jornalista escreveu um texto cutucando o pai dele, o velho Nicodemos Jobim. O Jobim responde e no fim do escrito, manda o cara substituir o nome do Nicodemos pelo nome do genitor do dito escriba, fazendo, no entanto,  a seguinte e digna ressalva: se é que você tem pai!. O túmulo do Jobim, na última vez que vi, estava deteriorado, acabando. Que tal, pelo menos uma mão de cal? Rima e é justo. Que tal ir junto ao Instituto Histórico da Marinha e ver alguma coisa sobre o Vidal?  Ora dirão: estão além túmulo! Eu replico: E que mal faz cuidar da ossada? E que mal faz cuidar da trilha do tempo?
            Bom, não tenho e tenho alguma coisa com tudo isto. Acontece comigo, uma mania sem fim. Sou um historiador com um parafuso frouxo. Vou escrevendo e fazendo amigos e inimigos, escolhendo de quem gostar. Gosto do Hugo, do Agenor, do Manoel e de tanta gente.    E sigo levando a vida, fazendo os meus sorvetes de jurubeba, sendo uma espécie de joatandrade da historiografia de Alagoas ou, no máximo, um picolé Caicó com sabor de morango do nordeste.
 


Achegas: o espiritismo em Alagoas (I)

            Luiz Sávio de Almeida
           

Uma pequena introdução

           

             A palavra achega praticamente sumiu do universo historiográfico, mas é sempre tentadora: significa apenas achegar elementos, trazer informes e não se tem pretensão além disto. É justamente, o que este texto intenta: apenas achegar, numa tentativa de dar uma contribuição ao estudo do espiritismo em Alagoas. Como é comentado na literatura especializada, é grande, no Brasil,  a falta de estudos sobre a história, sociologia, antropologia e quejandos dos grupos definidos como kardecistas; por outro lado, embora também existam poucos, as  matrizes afrobrasileiras são mais usualmente trabalhadas e é quando a umbanda aparece em destaque.
            Estamos diante de uma temática em aberto, que solicita a atenção científica e pede que se abandone a leitura confessional para estar com a evidência da rede social. Neste sentido, jamais o espiritismo poderia ser visto como algo em si, mas necessariamente em relação e, nisto, vão ser colocadas em destaque as questões relativas a poder e, portanto, podemos reconhecê-lo como um dos componentes das tensões que o próprio espiritismo necessariamente viverá. A pergunta essencial jamais seria sobre suas origens, mas sobre seu processo. Não há um quê genético de busca de origens, mas o andamento da dinâmica de chegar, estar e ser ou, em resumo, significar-se perante algo que vai ser definido como um contexto e, em nosso caso, qualificado como Alagoas.
            Claro que nossas achegas passam discretas por estas discussões, mas elas sabem que existe este campo de interrogação e somente dentro dele podem ser concebidas, entendidas. Não são apenas registros, mas indicadoras de um caminho percorrido pelo espiritismo em Alagoas, com toda a complexidade que ele envolve e prendem-se somente aos fins do século XIX e começos do XX. Por outro lado, têm o objetivo de propor um trabalho e talvez seja a hora de alguém se interessar pelo tema e ir em frente  nas pós graduações que atualmente se espalham por este Estado de Alagoas.
            Elas jamais resolveriam questões, mas podem trazer luzes, ajudarem a destacar a importância do tema que se integra ao imenso universo cultural brasileiro com uma expressão caracteristicamente urbana. Em Alagoas, o kardecismo é demarcado pelo urbano, sendo praticamente impossível pensar sua organização fora deste contexto e vai seguir por dois eixos fundamentais da construção de nosso espaço que são Maceió e Penedo, coincidentemente dois portos. Socialmente, podemos considerar esta condição, como primeiro enlaçamento da rede que mencionamos: o urbano. Na verdade,  dentro do contexto de poder que estamos situando, o urbano significa menor estrutura de controle por partes das forças senhoriais em operação.
            Na realidade, a mesma colocação poderia ser feita para o protestantismo. A gravidade  do problema é que eles não se tratavam de cunhas lançadas sobre o sistema de controle da sociedade, mas dos modos que buscariam a legitimidade e, portanto que buscariam o cotidiano. Se as achegas não elaboram sobre isto, pelo menos enunciam termos e estão dentro desta formata de concepção.
            Deve ser dito que fazem parte de um livro em andamento e que ainda necessita pelo menos um ano de maturação: História dos costumes, usos e abusos das Alagoas; elas ainda aguardam muito mais leitura para adquirirem melhor forma e qualidade e podem, por outro lado, serem entendidas como espécie de Nota Prévia que intenta levantar caminhos para chegar ao histórico do espiritismo em Alagoas.


Coordenação e Federação

O mínimo de desvio

            Sem dúvida, o marco inicial para se começar a verificar a vida orgânica do espiritismo em Alagoas, está na fundação da Federação Espírita Alagoana no dia 6 de janeiro de 1908. Para nós, ela funda o antes e o depois do processo. Ela demonstra que se havia montado um espaço espírita em Alagoas, onde deveria haver coordenação e, ao mesmo tempo, aponta que este espaço estava posto em um contexto nacional, atestando o nível de crescimento que a atividade espírita havia atingido, sendo de ponderar, por outro lado, que não estaria interessando aos dirigentes espíritas, que o Brasil fracionasse o kardecismo e que tal postura valeria também para o caso particular de Alagoas.
            Então, estrategicamente como política do grupo, estava a necessidade de minimizar a formação de desvios, dar ao espaço, o máximo possível, a ideia de homogeneidade, como se estivesse tacitamente estabelecido que se desejasse coesão doutrinária e isto implicava em um esforço de coordenação. Montar o orgânico seria o enunciado estratégico e desenvolver entidades coordenadoras seria o enunciado tático. Esta nossa tese propõe simplesmente, que era preciso resguardar, neste espaço em construção, o máximo possível, elementos de definições comuns. O termo Federação trazia, em si, uma carga semântica que apontava para uma linha de negociação e integração e que, necessariamente, deveria ampliar-se para uma escala maior e ela seria a nacional.
            Jamais Alagoas poderia ser considerada como o locus do nascimento do espiritismo enquanto grupo social definido, mas teria de viver suas próprias condições e, assim, jamais seria estranho pensar na existência de um espiritismo alagoano,  no sentido de inerente às Alagoas. E ele se faz justamente no exercício de ir-se agregando áreas, ou se fazendo as suas rotas de penetração na cultura gerando uma espécie de geografia que era demarcada, ao mesmo tempo, pelo sentido físico de área e pelo sentido cultural dos grupos, centros, meios de comunicação e por aí vai a parafernália de instrumentos manejados pelas organizações.  Tudo isto teria de unificar e seria unificado.
             Deve ser visto que estamos diante do modo do espiritismo kardecista fazer-se brasileiro e do rompimento com as indecisões iniciais sobre as definições  de ciência e religião, destacando-se, neste ponto,  a inteligência dos primeiros nomes espíritas, no que tomamos a liberdade de destacar Bezerra de Menezes. Nós não estamos ainda dentro do que vamos chamar de um espiritismo popular, o que somente vai ser atingido pelos grandes papeis de mediunidade que se formarão. Religioso ou não, a ênfase corria pela capacitação doutrinária e cientifica, ainda sem grandes momentos públicos de evidência como se dará no andamento da segunda metade do século XX.
            O fundamental para o espiritismo é montar o seu espaço de comunhão; pelo que entendemos, o esperitismo é necessariamente coletivo e daí seus grupos, seus centros, a trabalharem doutrina e ação na busca por uma comunidade, cuja prática com vistas ao social seria, essencialmente, a caridade da forma como a definem. E ele precisa de dois lastros: o doutrinário, por onde o essencial estaria codificado e o das ações por onde, de faro, o espiritismo se faria como agente na sociedade;  partilhamento doutrinário e prática da caridade estariam no conjunto de seus fundamentos e, então, estes marcos deveriam ser lidos na construção de sua história que sempre vai em busca de uma comunitas. Por isto ele nos parece, essencialmente, um espaço de uma determinada forma de partilha. E a partilha é a caridade que ele soube argumentar e propor em ações, devendo ser claro que sem a ação caridosa não existe a caridade, que seria o grande momento da comunhão.
            Nós não estamos discutindo o que resulta ou que resultou desta caridade dirigida pelos grupos e centros que se formaram, mas apenas que ela existe e se confrontou com a ideia da  caridade católica e com a forma católica e mesmo evangélica de se propor a salvação. Por ouitro lado, deve ser visto que embora de consolidação republicana, o espiritismo viu diante de si a conservação do padrão católico do poder que o fazia oficial, independendo da formalização constitucional da independência de culto. Ao falarmos de espiritismo e de protestantismo, estamos diante do começo da heterogeneidade religiosa, conforme lembrou Arribas, em texto apresentado ao XXVI Simpósio da ANPUH[i]; mas, por muito tempo, as instituições católicas, por cúpula hierárquica e por bases paroquiais estarão no comando do processo e jamais estariam, pacificamente, esperando que fossem desalojadas das suas posições, tanto na oficialidade da hierarquia quanto nas formas populares.
            Podemos dizer que o espiritismo será de transição do Império para a República, da escravidão para o operário e lidará com esta tensão e será parte dela. Daí, é que jamais poderia ser visto fora da discussão do modo do poder, ao entrar como contestação e como perde força de contestação na medida em que vai se legitimando no contraforte de suas relações com a grande sociedade. 


Um acercamento quase imediato

            A ideia do espiritismo não ficou muito tempo distante de Alagoas. Por mais vagarosas que fossem as comunicações, sempre chegavam notícias, jornais e livros que abriam um espaço para discussão; é errôneo pensar que sempre fomos a selva da ignorância. A notícia deve ter vindo por via de Salvador, mas a literatura poderia estar circulando no mesmo período em  que começava no Brasil, justamente pelos portos, com mais facilidade, no período, para o fundeadouro do Jaraguá, interessando-nos sobremaneira os navios que vinham do sul com as novidades da Bahia e da Corte e os que vinham do Norte, com as novidades de Pernambuco.
            Devemos ver que o começo da marcha orgânica do espiritismo está na constituição em 1858 da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas e com pouco tempo estaremos com a composição de grupo em Salvador, ao redor de  sete anos após. O Livro dos Espíritos teve sua primeira edição em 1857. Transcorreu meio século para que Alagoas estivesse em posição de desejar coordenação para suas atividades internas e isto significa um acentuado crescimento. A que ele se deve?
            Difícil de responder, mas é possível elencar alguns poucos fatores e um deles era o nível intelectual de diversos militantes que se afirmaram doutrinariamente; outro foi contar com a  vinda de intelectual espírita em seus primeiros tempos; o envolvimento de pessoas conhecidas no meio social e político e a penetração junto aos artistas. Estes e outros fatores somaram-se e ajudaram a sustentar a implantação e a manutenção da rede de contatos, fertilizada pela existência de grupos. Pelo que entendemos da nomenclatura da época, o grupo não envolvia a mesma formalização de um centro e foi a ênfase neles, que, a nosso ver, ajudou fortemente a alavancar a posição na Província e depois no Estado, sendo de repetir que a consolidação espírita foi republicana.
            Por outro lado, apesar da diferenciação de approach, havia um lastro cultural que sempre colocou em ênfase a existência de uma vida além desta.  Não seria, portanto,  uma abordagem inusitada, embora dando-se uma  diferenciação essencial.  Mesmo a  reencarnação, uma das pedras do alicerce espírita, não era algo a se dizer desconhecido. Desconhecida era a percepção que advinha da chamada codificação realizada por Kardeck. No entanto, tem-se de considerar que havia uma substancial transformação no estado das informações: passava a existir uma proposta sistemática que contrariava a católica e a evangélica que, então, através de batistas e presbiterianos se insinuava em Maceió. Alagoas iria ouvir o eco d’álém túmulo.

A Federação e a comunicação

           
A Federação Espírita Alagoana foi fundada no dia 6 de janeiro de 1908 e teve, como veículo oficial, uma publicação mensal intitulada Lumen, criada no mesmo ano, tendo assinatura na ordem de 3$000 o ano, com o número avulso custando $300. O seu redator principal era J. P. da Mota Lima, tendo J. Barbosa Júnior como secretário. Seus redatores eram Alfredo de Carvalho, Agenor Vidal, Fernandes Tavares, Manoel Maia, Hugo Jobim.
            Ao criar a Federação, deve ter pesado sobremaneira um dos pontos dorsais das ações orgânicas: a propaganda,  tanto como material de conquista, como de afirmação. A Federação viu a necessidade urgente de ter um meio de comunicação circulando, tanto que em março do mesmo ano, Lumen estava com seu primeiro número na rua e o de outubro é também importante por, dentre outros pontos,  conter um texto de Hugo Jobim, jornalista de nomeada em Maceió e filho do comentado professor Nicodemos Jobim, erudito da região de Anadia, Boca da Mata e São Miguel dos Campos.
            A Federação não poderia ter sido criada por mero acaso; todo um trabalho deveria ter sido realizado e, por outro lado, o componente da organização nacional também já deveria estar pesando. Claro que a existência de uma Federação pressupunha que todo um trabalho havia sido desenvolvido e que se pretendia estabelecer uma coordenação das atividades. O texto de Jobim que mencionamos foi um relatório escrito em 1904 sobre a situação do espiritismo em Alagoas e apresentado ao chamado Grupo Espírita Melo Maia. O  espaço estava sendo acompanhado e discutido, embora não se tenha condições de apontar uma atividade objetivamente dirigida.
            Neste ponto, é bom considerar que a inteligência espírita estava sempre atuante e não se negava aos enfrentamentos. Não temos conhecimento sobre ataques que de longe equivalessem aos recebidos pelos evangélicos.  As ações são muito vistas por este lado de uma elite mais letrada, não se tem  material sobre o cotidiano dos espíritas que ficaram anônimos, a nosso ver, em grande parte constituído pelos artistas.
            Lumen não seria o primeiro jornal espírita alagoano; antes dele e pelo menos, tivemos um órgão do Grupo S. Agostinho; tratava-se de A Luz com redação à Rua Santa Maria, nº 90, uma área bastante pobre da cidade. O primeiro número saiu a 1 de agosto de 1901 e definia-se como um órgão destinado à propaganda espírita, circulando mensalmente e era distribuído gratuitamente. O prédio estava na área da Levada e, em suas instalações, estava funcionando uma escola noturna para crianças e adultos. Tratava-se da Escola João Menezes. Àquela época, já estava em operação uma série de grupos consolidados e uma série de grupos familiares. Dentre os consolidados tinha-se o Centro Espírita Alagoano, São Vicente de Paula, Maria, União e Fé, Santo Agostinho, São Domingos e mais  outro cujo nome é ilegível. Havia, portanto, o que coordenar.

Um pouco sobre pessoas

          
  Neste caminho dos intelectuais, vale recordar, de início,  Agenor Vidal, Capitão-Tenente da Marinha vindo a Maceió para exercer o cargo de Imediato da Escola de Aprendizes de Marinheiro e uma das pessoas que se engajaram na Liga Marítima Brasileira[ii].  Ele era membro do Grupo Espírita São Rafael, do qual também fazia parte o comerciante  Manoel Joaquim Vidal[iii]. É de sua autoria um extenso texto dirigido ao Cônego Machado e, na mesma oportunidade, tinha-se uma resposta de Manoel Vidal  a Raul Simplício de Melo[iv].
            Isto demonstra que o espiritismo estava publicamente combativo e com  capacidade de mobilizar a primeira página do que poderia ser chamado de principal jornal em circulação no Estado: Gutenberg. Agenor Vidal recebe resposta pública do Cônego[v] e o Cônego volta, em janeiro de 1908, a escrever sobre a carta do Capitão-Tenente. Ele responde em seguida: Cônego João Machado de Melo, Cura da Sé e Promotor do Bispado.
            Tratava-se de uma disputa erudita e educada e deve ter ajudado a marcar a posição espírita em Maceió, pelo menos no campo intelectual, posição que o chamado baixo espiritismo jamais poderia ter. A discussão prossegue e incorpora texto de Nunes Leite, bem como de Rodrigues Maia. Isto foi anunciado pelo Gutenberg na primeira página e estava como primeiro texto da primeira coluna.  O jornal abria com a informação e desculpava-se por não publicar o material, em virtude da quantidade de matérias que teria de lançar naquele número[vi].
            Na oportunidade destes debates públicos, circulava Lumen, fato registrado em Gutenberg que, aliás, dava o nome de colaboradores, além da comissão de redação que se encontrava montada: Barbosa Júnior, Rodrigues Maia, César Alves,  Methodio Moraes, Manoel Maia e José Euzébio. Comentava: “alguns dos quais já têm um nome firmado no meio intelectual das Alagoas[vii].” Apesar do debate, o Esperanto aproxima e estará sendo constituído um Clube de Esperanto onde se terá as presenças de Agenor Vidal e de Cônego Machado[viii]. Em 1910, Vidal era capitão de Corveta e comandante da Escola de Aprendizes de Marinheiro[ix].
             
Referências.


[i] ARRIBAS,  Célia da Graça. A Doutrina Espírita na formação da diversidade religiosa brasileira. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH • São Paulo, julho 2011.
[ii] LIGA MARÍTIMA. Gutenberg, Maceió, 7 nov. 1907, p. 1.
[iii] AUTÓGRAFOS.Gutenberg, Maceió, 11 dez. 1907, p. 1.
[iv] IDEIAS ALHEIAS. Gutenberg, Maceió, 12 dez. 1907, p. 1.
[v] IDEIAS ALHEIAS. Gutenberg, Maceió, 17 dez, 1907, p. 2.
[vi] NOTAS DIÁRIAS.  Gutenberg, Maceió, 28 jan. 1908, p. 1.
[vii] LUMEN. Gutenberg, Maceió, 3 mar. 1908, p. 1.
[viii] ESPERANTO. Gutenberg, Maceió,  27 jun. 1909, p. 3.
[ix] ANIVERSÁRIO.  Gutenberg, Maceió, 24 jun. 1910, p.1.

Um comentário:

  1. Gostei da iniciativa de estudar o espiritismo em Alagos. É um assunto que merece um estudo historiagráfico e socioantropológico de maior fólego. Embora você tenha colocado como "achegas", Vejo sua abordagem como indo além. Me agradei do que lí. Se é apenas um ponta pé para o livro, está sendo muito bem dado. Parabéns.m

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