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terça-feira, 29 de maio de 2018

Da rede do pescador nasceu o filé: histórias do Pontal da Barra, histórias de minha avó


Poliana dos Santos é historiadora, mestra na área de literatura pela UFAL/AL e doutora em História Social pela Universidade de São Paulo, sob a orientação de Marcos Silva.


Poliana dos Santos é um exemplo de vida e de como se aproveita a inteligência e seriedade que se tem. Jovem doutora pela Universidade de São Paulo retornou para sua terra e se reencontrou, nas raízes do PontL da Barra, com suas próprias raízes trançadas com a história de vida de sua avó, a partir de quem escreve este belo texto.
Campus agradece à gentileza da autora e deseja prestar uma grande homenagem às fileseiras e pescadores do Pontal da barra, através  desta mulher de força que é Angelita Lisboa dos Santos. Através de Poliana, a homenagem segue para a nova inteligência dos historiadores de Alagoas.

Um abraço

Material publicado em Campus/O Dia

Da rede do pescador nasceu o filé: histórias do Pontal da Barra, histórias de minha avó
Poliana dos Santos   


Dona Santa fazendo o filé, na época em que ainda se usava pau de mangue e palha

















As mãos de minha avó teceram o meu mundo, de menina e de mulher.  Sentada e curvada na calçada de casa, sozinha ou acompanhada de outras rendeiras, ela ziguezagueava na rede, presa ao tear, uma agulha fina e cumprida, fazendo curvas e dobras com a linha, preenchendo vazios, deixando espaços vagos à mostra, hesitando ali ou acolá, seguindo em frente. De suas mãos ágeis nascia o filé, um bordado, cuja complexidade e combinação de pontos formam um vivo colorido, de todos os tamanhos e contornos. Do seu quadro, surgem variadas espécies de flores, peixes, pássaros, canoas e personagens do nordeste: a dona de casa na janela, o carroceiro carregando leite, a vendedora ambulante com seu cesto na cabeça. Dessas pinturas feitas em linhas de algodão pode-se construir uma história da gente humilde, e o seu modo de ver o mundo. Mas também do filé se faz o vestido de casamento, a toalha de mesa e de centro, a saída de praia, a saia rodada, jogos americanos, almofadas, bolsas, brincos e colares. As mãos de minha avó criaram um mundo.
Este bordado de origem europeia, localizado em regiões de Portugal e da Itália, e que nos faz recordar de um Brasil ainda colonial, se estabeleceu nas comunidades pesqueiras e lagunares de Alagoas, como no bairro do Pontal da Barra em Maceió e nos municípios de Marechal Deodoro, Coqueiro Seco, Santa Luiza do Norte e Satuba. Foi no Pontal da Barra, faixa de terra entre a praia e a lagoa, que minha avó cresceu e passou a vida inteira. Lá casou, teve filhos, criou os netos e bisnetos, formou uma rede de solidariedade entre vizinhos, amigos e parentes. Com o filé, minha avó enchia o prato de comida, vestia meu pai e meu tio, comprava o material da escola para os filhos, levantou a sua sonhada casinha. Com o filé e suas mãos generosas, minha avó sustentou uma geração, criando possibilidades para que pudéssemos alçar voos e buscar outros destinos.


Nascida em 7 de janeiro de 1927, hoje com 91 anos, Angelita Lisboa dos Santos, ela tem nome de anjo, não fabrica mais o bordado. É a segunda mulher mais idosa do Pontal da Barra. Agora é contadora de história e de causos, relembrando a sua infância e aventuras, o casamento, a vida difícil e a luta cotidiana para aplacar a fome, cuidar das crianças quando adoecia. Sempre percebi que minha avó representava uma liderança na comunidade e na rua onde ainda moramos. Mulher autônoma, forte e cheia de bondade nunca deixou de ajudar a ninguém, todos a procuravam para pedir conselhos, socorro e para curar das enfermidades. Além de ter nome de anjo, as pessoas a chamam de “dona Santa”. Ela fazia milagres!
Mulher sábia, ela conhece várias ervas, chás e óleos curativos que nos receitava e apaziguava as nossas dores, quando a medicina legal não nos vinha em auxílio. Era a cidreira, o capim santo, a hortelã, a sambacaitá, a babosa, a jurubeba, o óleo de coco. É preciso lembra que, no início da formação do bairro, não havia posto de saúde, e o conhecimento da medicina popular era fundamental para a população pobre, sendo com frequência a única possibilidade de cura. Médico era raro na localidade, aparecendo em visitas esporádicas. Quando as mulheres entravam em trabalho de parto, era a dona Hortência que ajudava a “dar à luz”. Ela era a parteira do bairro, e morava em um lugar chamado Castelo Encantado, habitação bem sugestiva para quem fazia milagre e salvava vidas. 


Dona Santa também tirava o mau olhado. Ainda lembro quando algumas mães, com os seus filhos recém-nascidos no colo, apareciam em fila na sua casa, a fim de que ela os livrasse dos olhos invejosos e alheios, que deixavam os meninos febris e abatidos. Sua cura consistia no Pai Nosso e numa reza, realizada antes do pôr do sol, e que poderia ser repetida três vezes, durante o dia. Sua oração era sempre acompanhada de alguma planta, um talo com folhas, que Angelita passava de relance e cruzava sobre o corpo da criança. Acreditava que o olhado maldito recaia sobre o vegetal, que após o fim da sessão ficava murcho. Ela me dizia que qualquer “pé de mato” servia, mas gostava mesmo era do pinhão roxo. Uma vez me revelou o segredo da cura, deixando que eu registrasse numa folhinha:

Pai nosso

Deus te gerou, Deus te criou, Deus te acanhe quem te acanhou
Olhos malditos, olhos matador vai para riba de quem te botou
Com dois te butaram, com três eu te tiro, com o poder da Virgem Maria
Se butar na formosura para que não me diria, que eu te curaria com o poder de Deus e da Virgem Maria
Se tiver olhado na tua formosura, no corpo, no cabelo, na boniteza, na esperteza, na gordura, na tua vida para que não me diria, que eu te curaria com o poder de Deus e da Virgem Maria
Vai para riba de quem te botou

Deus é o sol, Deus é a lua, Deus é a claridade, Deus é o homem de verdade
Salve e sã cure essa enfermidade


Assim como o filé, dona Angelita aprendeu o benzimento com a sua mãe Regina e as suas irmãs. Teve 17 irmãos, vivo hoje apenas cinco. Sabia de outras benzeduras, para o tratamento do mal do monte, conhecida como erisipela; cobreiro, a herpes-zóster; e a espinhela caída, uma dor que dava nas costas, pernas e estômago, causando cansaço. Mas nunca precisou sanar essas doenças, por isso acabou esquecendo como se reza. Minha avó não cobrava um centavo para sarar os pequeninos enfermiços, pois milagre não se paga, era presente divino.
Além de trabalhar no filé e benzer, dona Santa teve outras ocupações. Foi quitandeira, vendendo no outão da residência verduras e frutas: laranja, banana, cebola, tomate, pimentão, melancia, coco, cenoura etc. Foi com o dinheiro do filé que conseguiu montar a quitanda, indo sozinha, todos os dias, ao Mercado da Produção para comprar os alimentos. Ademais, lavava roupa de ganho, quando o Pontal da Barra só tinha um chafariz. O tempo apagou os rastros da cortina d’água, em seu lugar há várias lojas de artesanato, como AlaJosé. Carregava a roupa suja, enrolada num pano, em cima da cabeça, e seguia pela rua de barro até a fonte. A vida não era fácil! Às vezes, a única coisa que tinha para “encher o bucho” era um bolo de farinha, feito com água e pimenta. Tal mistura era conhecida como “cabeça de galo”. Nem sempre “a lagoa dava para peixe”, como diz um ditado popular; e era preciso se virar como podia.
Naquele tempo, a casa era de taipa coberta de palha de coqueiro e se dormia em esteiras. O fogão era improvisado com quatro forquilhas de mangue, onde se punha varas de madeira e palha seca. Cobriam-se tudo de barro. Nesta superfície se colocava tijolo batido, importante para sustentar a grelha. Entre os tijolos ficava a lenha. E pronto, já se podia cozinhar! As roupas eram lavadas em gamela de madeira. Conta meu pai, que na infância, minha avó improvisou dois colchões para ele e meu tio. Ela tomou sacos de aniagem de farinha de trigo, pego na padaria do seu Jorge, e encheu de “capim da praia”. A dormida no início era difícil, porque o capim era duro e espetava! Mas depois foi se acostumando e até “dormir ficou gostoso”. O seu Jorge distribuía o pão para todo o bairro e para as bandas de Barra Nova e Santa Rita. O pão era levado em uma canoa a remo.   
Da meninice de Angelita, conheço pouca coisa. Teve uma infância pobre, seu pai era pescador e sua mãe, vinda de Pernambuco, trabalhava em casa e no filé. Sei apenas que, à noite, chupava o dedo para esquecer a fome e lograr dormir; que cuidava das irmãs mais novas e brincava com a conca do coqueiro, era a sua boneca. Não gostava de estudar, e passava as aulas, que assistia na Colônia de pescadores, penteando o cabelo da professora. Era assim que conseguia escapar das tarefas.
Nas décadas de 1930 e 1940, o bairro do Pontal não se apresentava, como agora, um consolidado centro de comércio e de artesanato, organizado em tendas enfileiradas e paralelas à rua, onde se vende todos os tipos de bordados e de rendas, enfeites, lembrança e utensílios. É interessante que muitas dessas lojinhas correspondem à frente ou entrada da habitação de rendeiras e de pescadores, sendo uma adaptação de parte da sala de estar. No fundo, se mantém os quartos, a cozinha e um pequeno quintal. Nessa área central de negócio, podem-se encontrar pequenos mercados, restaurantes, lanchonetes, sorveterias e uma pousada. Há tendas especializadas em doces e bebidas regionais. Os vendedores ambulantes de milho e picolé também circulam pelas ruas atraindo os turistas com o seu pregão. Mas esse formato não foi por vida assim!
No começo, havia poucas casas, dispersas aqui ou acolá, e não existia estrada asfaltada e nem residência a beira da lagoa. Tinha uma Igreja Católica, mercearia e bodega, delegacia, a Colônia de pesca, um cemitério e o chafariz. Atualmente só resta a igrejinha, localizada na Praça São Sebastião e a Colônia de pescadores. O abastecimento do local vinha do Mercado da Produção, na Levada, onde hoje se encontra o Mercado de Artesanato. Havia muitos brejos, mangues e dunas na região, que aos poucos foram sendo ocupados. Diziam os moradores antigos, que o Pontal era terra de índio e cigano, e de gente de origem holandesa, vinda de Marechal Deodoro. Os homens daqui eram considerados valente, havendo vários conflitos entre as famílias no local. No tempo de mocidade de minha avó, não existia transporte público. O povo andava a pé até o Trapiche, aonde pegava o bonde. O deslocamento era feito igualmente de canoa, pela beira da lagoa. As rendeiras faziam grandes caminhadas para comercializar o filé no cais do Porto, em Jaraguá. Elas subiam na sacada do navio, com autorização do comandante, e vendia os bordados para os turistas. Aos poucos o comércio foi expandindo, e o tecido também passou a ser vendido em lojas e hotéis, e foi sendo levado para os Estados vizinhos, como Pernambuco. Havia igualmente mercadores que iam diretamente ao bairro com objetivo de fornecer os materiais de confecção, principalmente todos os tipos de carretéis de linhas; outros negociantes lá chegavam para comprar e revender a costura para fora.    
Antigamente, quando não se conheciam a indústria dos novelos coloridos, as mulheres tinturavam os rolos de linhas com o colorau, a palha da cebola, a bucha do coco, a corpuna, a salsa da praia. Destas matérias-primas se tiravam várias cores: o beje, o amarelo, o marrom e o roxo. Todo o processo e a arte do filé eram feitos de forma manual e passados de mãe para a filha e netas. Era um trabalho especificamente feminino, mas com o transpor dos anos e a necessidade econômica, alguns homens foram aprendendo a bordar, tornando-se verdadeiro artífice na arte.
Dona Santa casou, em 1945, quando tinha 17 anos. Seu marido José Pedro dos Santos, conhecido como Zé Sofia, tinha 45. Eles tiveram cinco filhos, mas três morreram ainda criança, de causas desconhecidas. Os dois sobreviventes, ainda vivos, são José Pedro dos Santos Filho e Napoleão José dos Santos, meu pai. Zé Sofia era pescador muito sabido, vindo da Serra da Nasceia, no município de Boca da Mata. Conta minha avó, que ele falsificou os documentos e as testemunhas para se casar sem autorização dos pais dela, visto que era menor de idade. Ele chegou a fazer uma carteira de identidade para dona santa, com a data de nascimento falsa, a fim de que ela se apresentasse mais velha. Além disso, levou pessoas para o cartório, no dia do casamento, para se passarem pelos pais de minha avó.
 Foi Zé Sofia quem fundou, em 1930, junto com o mestre Aminadab, o famoso fandango do Pontal, que mesmo hoje encantam velhos e crianças, sendo apresentado especialmente em datas comemorativas e religiosas, como a festa de São Sebastião e o Natal. Estas celebrações eram as mais importantes do local, vindo depois o festejo de São João, em que se dançava a quadrilha, o coco, a chegança e a baiana. Com respeito ao fandango, é um auto de temas marítimos, não possuindo uma narrativa linear. São danças e cantigas que corresponde à marujada, à barca e à nau Catarineta. Tratam das peripécias e dos sofrimentos dos navegadores portugueses. O fandango é composto de mestre, contra-mestre, padre, médico e os marinheiros, todos com uniforme da Marinha. Os passos são cadenciados ao som da orquestra de corda (violão, cavaquinho e viola).
Mas Zé Sofia tinha outras habilidades. Era também conhecido por suas poesias e improvisos, cantando em desafios e provocações que, amiúde, motivou confusões e brigas. Uma vez, o bairro do Pontal da Barra estava em plena animação com a chegada do carnaval. As danças, cantigas, fantasias, serpentinas e confetes se espalhavam pelas ruas, contagiando os moradores. A alegria, porém, estava dividida entre dois clubes carnavalescos: a Ciganinha, do Pontal de baixo, e o Machado, do Pontal de cima. Ao anoitecer, as duas partes marcharam festivas uma em direção à outra, para cruzarem os estandartes. O grupo do Machado, comandado por Zé Sofia, dizia que não encruzava; o líder do grupo rival respondia: “eu encruzo”. E nessa contenda eram compostas charadas para debochar do grêmio adversário. Numa dessas, Machado sai vencedor, dando início a um conflito com pau e faca. Dona Santa recorda desse momento, e guarda em sua memória um fragmento da cantiga do esposo:

Achou melhor vá pra casa se deitar
Para depois não sair envergonhado
Sem ter jeito para dar.

José Pedro não era somente pescador, trabalhava como carpinteiro, construía casas e fazia canoas. Mas o que ele gostava mesmo de fazer era compor poesias e rimas. Meu pai gravou na memória muitas de suas cantigas, que era ensinada insistentemente pelo meu avô nas horas de folgança. Os temas eram variados e se apresentavam na forma de pequenas narrativas. Eles falavam do ébrio, da traição sofrida por Jesus Cristo, do amor de mãe e da importância da mulher. Contava igualmente sobre a valentia, a pobreza e ambição dos homens por riqueza. Quando se tornou evangélico, Zé Sofia começou a compor hinos. A ele também é atribuído à fundação da primeira igreja protestante do bairro: a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Seguem alguns de seus poemas, declamado por meu pai.

Oh Jesus, meu redentor
Do alto céu infinito
Abençoe os meus escritos
Com vosso divino amor
Leciona o trovador
Com a divina inspiração
Para que vossa paixão
Seja desfeita em clamor
Desde o início da dor até a ressurreição

Dentro do livro sagrado
São Marco em perfeição
Nos faz a revelação
de Jesus Cristo crucificado
preso e arrastado,
Cuspido pelo Judeu
Pelo apóstolo do seu
Covardemente vendido
Viu-se amarrado e ferido
Nas cordas dos fariseus

Diante prediz o senhor
Meus discípulos me arrodeiam
E todos comigo ceiam
Mas um me é traidor
Sobre a mão do pecador
Meu corpo pro sepulcro vai
Porém, eu vos digo mais
O homem que por dinheiro
Transformou-se em traiçoeiro
Contra os filhos de Deus faz
      
Ouvi um ébrio dizer
A vida não vale nada
É uma triste jornada
Que podemos fazer?
Estou farto sem beber
Quando era ressecada
Uma cerveja gelada,
Um vinho a cana pura
É a única aventura
De uma vida desgraçada
                *
Entrei numa catedral
Roubei um grande tesouro
Um colar e muito ouro
E penso que não fiz mal

Pra que santo quer metal
Construir tanta riqueza
Aonde vagueia a pobreza
E a miséria consome
Onde um pobre morre de fome
Olhando e vendo a riqueza

Esta história não é minha
Mas também não é areia
Não é grande não é pequena
Não é toda não é meia
Não é certa não é à toa
Não é ruim não é boa
Não é bonita e não é feia.
            
Quando meu avô faleceu em 1972, dona Santa tinha 42 anos, meu pai havia entrado na polícia e o meu tio já trabalhava na prefeitura. A vida de bonança, que se prometia, deixava para trás uma história de fome e dificuldades. Minha avó não quis mais casar, continuou fazendo o filé e ajudava agora na criação dos netos. Conseguiu se aposentar como rendeira, mas não parou. Ainda velhinha e com dificuldade de locomoção, com os seus 89 anos, eu a via sentada no sofá de casa, fazendo rede para vender. Trabalhava por gosto, por amor e para comprar o pão.
Uma vez me falaram que o filé nasceu da rede do pescador e foi se adaptando. É uma sabedoria popular, de quem reconhece que, no Pontal da Barra, a fiação é a base material da existência. Mas é igualmente uma rememoração e uma referência à simbologia religiosa da criação –, “da costela de adão, nasceu Eva”. Uma alusão que explica a organização patriarcal daquela comunidade. Vale dizer que os fios tramados não pescavam somente peixes, elas teciam sonhos e esperanças, coloria uma vida acre, punha os filhos na escola e abastecia a casa de alimento. O filé trouxe, do mesmo jeito, a independência feminina, pondo em tensão o universo masculino dominante. Minha avó nunca aprendeu a ler, apesar de saber soletrar todo o alfabeto. No entanto, ela tinha o dom de outras leituras e escritas. Escrevia com a linha, o seu caderno era o tear e os seus lápis, as agulhas. Contou a sua própria história e vendeu para o mundo; sua narrativa foi levada pelos navios, conheceu os mares e pisou em outras terras... As curvas e as formas que os fios do bordado tramaram, com os seus pontos cegos e entrelaçamentos, seus altos e baixos, seus acabamentos, narraram a vida de Angelita, marcaram a sua biografia. As mãos de minha avó me ensinaram tanto! Mãos hoje magras, atrofiadas e encolhidas, cheias de história e cheias de amor.
Obrigada dona Santa, por me ensinar tanto!   










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