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quarta-feira, 28 de março de 2018

A greve dos juízes e a madeira de lei

A situação nacional vem gerando situações  imperdíveis para o dia do Juízo Final.


A questão de gênero: mulher e trabalho em Leo Villanova

O Brasil é cheio de dias e a gente comemora muito,  mas se esquece de ir solvendo e resolvendo. Claro que a questão da mulher nao se resume pela abordagem deste novo livro do Leo Villanova, mas ele capta muinto bem por um ângulo, o que se faz no atacado das relações políticas neste país.



Prêmio Leo Villanova: seus três melhores contos escritos em março: 1.0 - Pulando do Bonde; 2.0 - A bala certeira e 3.0 Haja pano nas vestias doutorais

Este prêmio foi instituído para ser entregue a Léo Villanova,  por suas cinco principais charges publicadas no mês. Estamos em março de 2018.








A primeira delas refere-se à política de Alagoas e à desistência do Prefeito na candidatura ao Governo do Estado. Léo recupera uma antiga expressão e sem qualquer apelo maior, de modo direto, consegue mostrar o Prefeito em movimento, pulando do bonde. Não é difícil entender as razões de Rui Palmeira, mas eu, com meus botões, acho que em grande parte tudo se deve à composição do PSDB aqui em Alagoas, se bem que as aludidas razões familiares são, também, verdadeiras.
 

A segunda se refere à fragilidade dos grupos minoritários no Brasil e da pobreza em geral. Léo argumenta que não há bala perdida e todas têm endereços preferenciais.


Se um deputado xinga o outro de Vossa Excelência eu fico calado, mas um Ministro do Supremo fazer isto, eu fico pasmo


Os desenhos do Léo aparecem diariamente na Gazeta de Alagoas

A Pedra Itapaúna em Taquarana: paisagem, aventura, misticismo



 
Carlos Emanuel da Silva, pseudônimo, Carlos Varela. . Pesquisador, músico e militar alagoano. Desde criança, sempre gostou de ler. Já o amor pela escrita só se deu depois que entrou na Universidade. Fez o ensino fundamental e médio em Taquarana. Estudou Geografia e Direito em Arapiraca. Em 2011, foi um dos fundadores do Grupo Escoteiro Oficina Azimute em Taquarana. Em 2015, exerceu o cargo de Diretor-Presidente do principal clube de Taquarana – o Santa Cruz Esporte Clube de Taquarana. É organizador do Solstício de Inverno, tradicional festival junino local. Há 12 anos trabalha no Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas. É Casado com Cristhiane Melo, com quem tem um filho - José Emanuel.
Foto 1 - A beleza e grandeza da Pedra
                                                                                                                                                            

A Pedra de Itapaúna em Taquarana (Alagoas, Brasil)
Carlos Emanuel da Silva


Foto 2 - A turista e a  paisagem
 A Itapaúna (do tupi Pedra Preta) está inserida na zona rural do município de Taquarana, distando três (3) quilômetros ao norte da sede administrativa. Possui as seguintes coordenadas geográficas: 9°36’53’’ de latitude sul e 36°29’44 de longitude oeste. Já a declividade varia de 25° a 45° e a amplitude altimétrica de 280 a 380 metros. A rocha que compõe a área tem estrutura geológica escudo cristalino. No seu entorno, a vegetação é do tipo mata atlântica, com espécies de médio e grande porte. Segundo dados do RADAMBRASIL, tal paisagem está localizada numa zona de transição do Planalto da Borborema e o Piomontes Inumados (tabuleiros costeiros). Constitui-se numa área pediplanada formada por inselbergs.
          Na base da pedra existe uma nascente d’água - tributário do Rio Coruripe – e uma pequena lagoa, que serve como habitat e passagem de aves e pequenos mamíferos.   A vista do alto possui uma beleza cênica expressiva. Motivo pelo qual muitas pessoas e grupos se aventuram em subi-la.


Foto 3 - Turistas  de Maceió  em visita à Pedra

Conforme relatos orais e escritos, foi em meados do século XVIII que o invasor português avistou tal pedra pela primeira vez. Antes, porém, é bem provável que Quilombolas e Índios já a conhecessem. Desde então, a referida pedra é contada, cantada, recitada em diversas histórias, lendas e contos que muito fascinam os munícipes taquaranenses. 

No hino do Santa Cruz Esporte Clube de Taquarana, em um de seus versos, está escrito:



Do alto do Itapaúna / Vejo um passado de glória / Nas terras de Taquarana / Cristiano e Santa é vitória”

Igualmente, temos músicas sob sua inspiração:



 “Na minha terra é assim / Bom pra você/ Tá bom pra mim. De vez em quando um amor / Venha no meu interior / Diga que sim.

Ir lá no Itapaúna e poder te olhar / Toda bonita vendo o sol clarear / Quero dançar, pular no teu carnaval”.


Dentro desta perspectiva, há poucos anos, a Universidade Federal de Alagoas, por meio do Grupo de Pesquisa Nordestanças, catalogou o local como patrimônio do agreste, tendo em vista que a pedra conserva em si elementos da história do lugar e de sua população, precisando ser preservada. Não obstante a tudo isso, há um ano – em março de 2017 -, o cartão postal em comento foi objeto de discussão nas redes sociais e, até mesmo, no jornalismo televisivo estadual por conta de depredação. Ocorreu que um indivíduo, alegando ser conectado com o  sobrenatural ou divino, ocupou a Itapaúna para prestar culto ao seu deus. Para tanto, modificou a paisagem natural do lugar retirando cobertura vegetal, fazendo fogueiras, pintando pedras e, em alguns casos, tolhendo o direito de entrada de algumas pessoas ou grupos que não eram do seu interesse.  

É bem verdade que o “profeta” estava no local com autorização de um dos proprietários de terreno que dá acesso a Pedra. No entanto, em que pese a Itapaúna está dentro de propriedades particulares, a comunidade (coletividade) demonstrou bastante interesse na preservação do espaço, sendo contrária ao modo como a ocupação estava sendo feita pelo “mensageiro” e seus seguidores.
Foto 4 -  A Placa da Revelação


Vale lembrar que o local sempre foi visitado por diversas “tribos” – católicos, protestantes, afrobrasileiros, maconheiros, cachaceiros, ateus, agnósticos, escoteiros e estudantes –; e que essas visitas sempre se deram de forma não predatória, ou seja, sem impactar a biodiversidade.

Ora, perdemos muito cada vez que nosso patrimônio é demolido, descaracterizado ou mutilado. É como se apagassem uma página de nossa história. Todavia, por meio da imagem abaixo, percebemos que nem todos pensam assim.  Na figura, verificamos:

ü pedras sobre pedras pintadas de branco formando um templo aberto;

ü lenhas cortadas para fazer fogueiras;

ü o nome VOLTANDO escrito na pedra; e

ü a retirada da vegetação rasteira.

Foto 5 - Área do cume durante a ocupação

 É sabido que a destruição do patrimônio histórico significa perda de qualidade de vida, da cidadania e de senso de pertencimento aos locais e aos grupos comunitários. Por isso, a pressão popular foi grande para que o local fosse desocupado. Inclusive, órgãos públicos foram acionados a fim de colaborar com a empreitada. O esforço valeu a pena. Como resultado, os invasores desistiram da ocupação.  Agora, cabe a todos (coletividade e o poder púbico), mais do que nunca, preservar aquele espaço.

Hoje a Pedra Preta encontra-se aos cuidados da natureza, tentando se recuperar dos ataques sofridos. Espera-se de imediato, por parte do poder público, o tombamento da área para que fatos semelhantes não se repitam. Por fim, visando receber amantes dos esportes radicais, uma via de escalada foi aberta no final do ano 2017. A empresa arapiraquense Colmeia Adventure foi a responsável por inaugurar este novo segmento de turismo.  Para concluir, atualmente, qualquer cidadão pode acessar a Itapaúna - de forma consciente e responsável – a hora que bem quiser.

Foto 6 - Escalada da Pedra
 Autoria das fotos

Foto 1
Ítalo Bruno
Foto 2
Sivaldo Domingos
Foto 3
Sivaldo Domingos
Foto 4
Ítalo Bruno
Foto 5
Guilherme Firmino
Foto 6
Colmeia Adventure (Arapiraca)

Observação: Pedimos desculpas ao autor, mas quase foi impossível a transferência dos arquivos. Esta foi a melhor forma que encontramos, após diversas tentativas.

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