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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Juliane Pereira da Silva. Avaliação da atividade antinociceptiva do extrato aquoso bruto de Bowdichia virgilioides Kunth


Bowdichia virgilioides é conhecida popularmente como "sucupira-preta", sendo empregada na medicina popular para o tratamento de diferentes agravos, tais como: doenças inflamatórias, diabetes, artrite e dermatoses. No presente estudo avaliamos o efeito antinociceptivo e antiinflamatório do extrato aquoso bruto da casca de Bowdichia virgilioides (EABv) utilizando diferentes modelos experimentais. Quando administrado por via oral, o EABv além de reduzir a nocicepção induzida pelo ácido acético, manteve seus efeitos por no mínimo 4 h, fenômeno que não foi revertido pelo tratamento prévio com naloxona. Além disso, o extrato não interferiu no tempo de latência avaliada no modelo de nocicepção térmica (placa quente). Assim, o EABv atinge seus efeitos antinociceptivos por uma via independente do sistema opióide e com ação periférica. Tais efeitos antinociceptivos foram mantidos mesmo quando o extrato foi preparado com cascas coletadas em diferentes meses do ano, indicando que a(s) substância(s) responsável (eis) por este efeito biológico não sofrem influência sazonal. Vale destacar que o EABv administrado por via intraperitoneal atingiu efeitos antinociceptivos em concentração dez vezes menor do que o extrato administrado por via oral. O extrato não foi capaz de interferir com o acúmulo de proteína induzido pela injeção intratorácia de carragenina, porém foi eficaz em suprimir neutrofilia no tempo de 4 h após estímulo. Na inflamação alérgica, o extrato inibiu além do edema anafilático, a eosinofilia pleural, sendo que este influxo celular parece depender da expressão das mensagens IL-5 e CCL11. Na ativação tecidual por antígeno in vitro, o EABv inibiu a liberação de histamina após estimulação antigênica, sugerindo efeito direto sobre a desgranulação de mastócitos. No modelo de formação de granuloma, o EABv suprimiu tanto a formação do tecido granulomatoso quanto a resposta linfoproliferativa nos linfonodos braquiais. Além disso, o EABv inibiu a leucocitose induzida por zimosan, bem como a resposta imune inata revelada pela redução na taxa de fagocitose pelos leucócitos. Em adição, o EABv não revelou nenhum efeito tóxico associado ao seu uso. Em conjunto, nossos resultados sustentam o uso popular do extrato aquoso da casca de B. virgilioides tendo por base seus efeitos antinociceptivo, antiinflamatórios, antialérgicos e imunossupressores, associada a ausência de toxicidade.




UFAL/CIÊNCIAS DA SAÚDE



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