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sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Maceió. Entramos na Barão de Atalaia: Ave Cesar morituri te salutant

45: Pesquisa: Paisagem e cotidiano: Barão de Atalaia: Maceió: Alagoas: Brasil
Fotografias de Luiz Sávio de Almeida
02/11/2017

Hoje é Dia de Finados, um bom dia para se andar por Maceió. Fiquei com uma dúvida: existe uma Maceió enterrada e outra viva? Ou somos o lusco-fusco entre a vida e a morte da cidade? É incrível, mas vez em quando a gente tem a sensação de ver fantasmas e de ver, também, maltrato aqui e ali, como se fôssemos  permanente  sangramento estético. E eis que me encontro em rua da qual esqueci o nome. Deu o branco e o brôco da idade.
Sei apenas que  é o símbolo de como se maltrata a memória da cidade. Este foi um espaço importante na construção de Maceió, cercanias da Boca do Maceió e da estrada de ferro. Basta olhar para este quarteirão e claramente sentir o que se fez com Maceió. É um belo exemplo de como se deixa a beleza sumir e não se ter qualquer vexame. Quanto tempo um pequeno prédio destes, resistirá? Quanto resistirá o grandão da Diocese que terminou sem dizer para que serve, apesar de ter recebido dinheiro público?


Veja na foto acima, como ficou  a loucura da rua: o bunker de uma loja, mais parecendo uma fortificação da II Guerra Mundial.  No mínimo, o quarteirão é o resultado de uma extravagante festa de incubos e sucubus e tudo na frente do antigo posto de gasolina que foi do Mestre Álvaro.
 

Onde esconderam o Malleus maleficarum? É estranha a sorte...


Qual será o fim destas pequenas sobras?

 
A rua mais parece cipoal para Tarzan. Tarzan é o american way of life na selva: já disseram; mas construíram para ele o arremedo urbano de selva de cipós florestais, em árvore  chamadas postes. Vez em quando ele e Jane assombram quem passa de madrugada pela calçadas praianas.


E aqui a decadência somada à feiura e desleixo gera parte de nosso urbano: haja postes, prédios mal tratados, palácios episcopais e o resto da cidade que éramos fica  gritando socorro para a cidade que deveríamos ser.


São fotos de um Dia de Finados e até o prédio de andares ao fundo, coisa bem mais nova, foi para o beleléu! Quem sabe teremos caminhos ainda? Quem sabe será eterna a nossa  feria quarta cinerum.  Sursum corda!!!!

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