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sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

FUI ASSALTADO!






fui assaltado!



Decidimos abrir mais uma sessão no nosso blog contendo relato de assaltos que aconteceram. Começaremos hoje com um pequeno e denso texto de Renner Boldrino,  formado em Letras (Literaturas) pela UFRJ, secretário do Curso de Design da Ufal. Fotógrafo profissional desde 2014. Especialista em fotografia de casamento. Leia. Sugira a seus amigos que coloquem suas histórias aqui no blog.


Sou Renner Boldrino, um fluminense de Itaperuna-RJ vivendo no paraíso das águas, Maceió-AL. Primeiro veio a paixão pela palavra, num tempo em que tudo o que eu queria da vida era ser poeta. Depois veio a paixão pela imagem. Se bem que ela já estava por aqui, desde o tempo em que eu escalava a estante da casa da minha mãe à procura de seus livros de arte. Na angústia da escolha, fiquei com as duas. Afinal, a palavra também é imagem e a imagem é, por vezes, poesia. No tempo certo, veio a fotografia e tudo fez sentido. Como se todo esses anos tivessem sido um tipo de preparação. Gosto de pensar que ainda carrego comigo o olhar de criança capaz de se admirar como o mesmo mundo todos os dias. O mesmo olhar capaz de enxergar a eternidade na brevidade de um abraço e a cumplicidade de olhos que se cruzam. Gosto de pensar que há uma história por trás de cada cena e que fotografá-la não é congelar esse momento, mas libertá-lo do tempo a ponto de durar para sempre.

Renner Boldrino


FUI ASSALTADO

Hoje de tarde, enquanto fotografava o prewedding de um casal na estrada que dá acesso ao Broma, nos arredores de Marechal Deodoro, fomos abordados por dois indivíduos - um deles armado. Fomos rendidos e obrigados a nos abaixar enquanto um deles nos revistava. Pegaram a câmera da minha mão, a outra que estava numa alça, minha carteira e celular. Enquanto um dos homens ia revistar o carro, o que estava armado bateu com o cano da arma na minha aliança e pediu pra que eu a tirasse. Tentei argumentar, mas ele insistiu (ainda perguntou de quem era o nome que estava inscrito). O noivo disse que eram as fotos para o casamento e pediu para que eles não levassem as câmeras e as alianças, principalmente porque as deles haviam pertencido aos avós da noiva. No fim, depois de pegarem nossos pertences, deixaram a aliança da noiva com ela e as minhas câmeras na beira da estrada. Também não levaram o carro, só a chave pra que não fossem seguidos. Levaram meu celular, R$150 e a minha aliança. Os noivos perderam os celulares, algum dinheiro e a aliança do noivo. Eles nos deixaram deitados de bruço num pequeno barranco e foram embora. Ninguém esboçou reação e ninguém saiu ferido. A estrada que estava muito movimentada, inclusive dificultando o ensaio, espantosamente ficou deserta durante todo o assalto. Depois, pedimos ajuda ao caseiro da pousada Bico de Pedra e ele foi muito atencioso, nos emprestando inclusive o telefone pra que a noiva entrasse em contato com os pais para que alguém trouxesse a chave reserva do carro.

Ficamos impressionados de não terem levado minhas câmeras e depois que o nervosismo passou, acabamos terminando o ensaio. E ficou bonito.

Graças a Deus, o que havia de mais importante permaneceu conosco. Do resto a gente corre atrás. Queridos, nunca reajam. Não vale a pena.

Estou sem meu número de telefone por enquanto, mas chip e aparelho já foram devidamente bloqueados. Estou mais triste mesmo pela minha aliança; mas o que ela representa não pode ser levado


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