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segunda-feira, 30 de abril de 2018

Pedaços de vida: a cidade e a imagem


Um Assistente Social e quase Arquiteto olha Maceió, Maragogi  e destaca pedaços. O que ele teria visto, sentido, comentado? É aluno da disciplina Formação do Espaço Alagoano no Mestrado Dinâmica do Espaço Habitado, FAU/UFAL. Seu nome é Lourival Assunção. 

Graduado em Serviço Social, pela UFAL, trabalhou com a Comunidade de Bebedouro em 2011, atualmente Graduando de Arquitetura e Urbanismo pelo Centro Universitário Tiradentes – UNIT, ao qual em 2016 estava como Diretor Presidente da Empresa Junior, AEC Júnior, participou ativamente do Laboratório de Conforto Ambiental – LECA; no presente, participa do Coletivo Aqui Fora, trabalhando com o fomento de discussões urbanas, voltadas para comunidades. 

Esta é mais uma contribuição dos alunos da disciplina que ministro sobre a Formação do Espaço Alagoano no Mestrado Dinâmica do Espaço Habitado. Um olhar para Maceió e para Maragogi.

Foto 01: Cadê minha infância que estava aqui?, Vila Emater – 2018.
Essa foto foi tirada durante visita à Comunidade da Vila Emater, localizada no Bairro do São Jorge. A Comunidade nasceu em volta do antigo lixão e demonstra,  para a sociedade,  a força de um povo batalhador,  que  conseguiu sobreviver após sua única fonte de renda ser retirada. E foi assim que um grupo de mulheres criou  a Coopvila, unidade de trabalho com  reciclado, mas, mesmo assim, em uma sociedade com a raiz nas expressões mercado e no egoísmo,  a infância se perde na necessidade da sobrevivência, “o homem é o lobo do homem”, Hobbes.


Foto 02: A unidade da paisagem de Maragogi, 2017


O markerting do Estado de Alagoas, se baseia diretamente nas belas paisagens das praias, mas quais são as programações que compõem a paisagem no miolo do bairro? A Cidade para o turista, a Alagoas de fora, se torna mais importante do que á Alagoas de dentro; nosso Estado, construido com sangue dos trabalhadores, invisíveis aos olhos de fora, mas bastante reais nas lutas diárias. E é assim, que eles constroem sua própria paisagem, sua arquitetura e sua expressão de cultura. 



Foto 03: Cadê minha calçada?. Jacarecica – 2017.
 As calçadas por si,  nada representam;  elas são uma junção dos limites das ruas e lotes, e a união entre outras fragmentações de calçadas, como fala Jacobs (2011). As calçadas podem ir além de uma simples construção de caminho, elas podem ser representadas como a igualdade da acessibilidade, a construção de um passeio urbano e não as sobras do terreno. Assim como as pessoas, as calçadas vêm sendo engolidas por edificações, pela necessidade de ‘aproveitar os espaços’, mas onde fica o espaço público, apenas nas praças? 



Foto 04: A passagem eu guardei?. Levada – 2017.

O transporte coletivo público, precisa a ser compreendido como um direito social e não como mais um instrumento de enriquecimento. A locomoção da cidade precisa ser experimentada e não sofrida, à base de caos fomentado dentro de um ônibus público. A classe trabalhadora que com sacrifícios sobrevive, vivendo no ‘racionamento’, nos ajustes e na hora das compras, como escolher o que é mais essencial, dentre todas as necessidades básicas não atendidas?


    Foto 05: Aqui estou,  no mesmo lugar de sempre.

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