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sexta-feira, 13 de abril de 2018

O pulo do saguin na Boca da Mata

O proprietário da foto que perdoe. Perdi a anotação.
Saguin: a South American monkey; it is a small one!

Sempre tive minhas boas relações com eles; criei dois quando era menino em Penedo. Morava na Rua da Penha; uma mangueira. A mãe deixou - o que deve ser raríssimo - ele cair. Minha mãe viu e esperou a macaquita voltar. Não voltou! Minha mãe pegou, me deu para criar e foi assim que ele cresceu, tomando mamadeira e depois de forte, andava solto. 

Dormia em uma cumbuca no meu quarto  de cama patente. Poderia ter ido embora e nunca foi. Vivia pulando na minha cabeça e no maior desembaraço. Não ia com a cara de meu pai e nem com a da minha irmã.  Chamava-se Chico. Entendi a relação de carinho e amor filial entre Tarzan e a Chita e lembro que, ao morrer a macaca, ele quase se acaba de chorar no meio de leões e leopardos.

Foi assim comigo; davam seis horas, coisa de Angelus, e ele estivesse onde estivesse corria e deitava-se na cumbuca. Como pai zeloso, eu ia lá, via como estava, falava com ele e acordava bem cedo com Chico pulando em cima de mim. Naquele dia fatídico, ele não me acordou; pensei que o bando havia passado e ele ido embora, para o que eu estava preparado. 

Olhei, ele estava deitadinho. Chamei: Chico! E somente ouvi um pequeno e baixo silvo. Ele estava doente. Não havia veterinário dando sopa. Estava com duas marcas? Lacraia, escorpião, algum rato safado? E ele foi se morrendo. Foi a primeira vez que me deparei com a morte!  Eu chorava e demais. Minha mãe passou a mão na minha cabeça e disse: "Enterre, meu filho1". Ela me deu uma caixa de sapato, fui para o quintal, cavei a cova, coloquei o Chico que pulou da vida para a morte. Fiz uma cruz grande, enfiei no chão e ela ficou por tempos e tudo foi até que a própria dor da morte, morreu também, virando uma eterna lembrança
Foi lembrando do Chico que fiquei esperando por esta família de saguins, numa tarde na Boca da Mata, quando o povo conversava sobre lobisomem.

clique e veja o bando solto, feliz e pulando a alegria cheia de algazarra!

 

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