O quintal era grande, convidativo para armar uma boiada feita de bucha e de boi de barro comprado na feira do barro, lá embaixo, em Penedo, na beira do Rio. Depois, sol quente, eu voltava para a varanda. Antes do almoço, tinha de tomar banho, frio feito os seiscentos danados diabos. Bem em frente à mesa de jantar na varanda, estava uma saleta com os livros do meu pai e a máquina de costura e os guardados da mamãe. A estante era imensa e todos da casa tinha uma parte dela e eu também, onde guardava minhas Edições Maravilhosas e o mais das minhas posses.
Minha irmã mais velha tinha a mania de copiar letra de música; era caderno por cima de caderno e ela ainda os tem. Ela sentava com pose de sacerdotisa e começa a escrever com sua caneta tinteiro Schefers que meu pai havia dado a ela. Nós não tínhamos radiola e, fora o velho rádio Zenith, ondas largas médias e curtas, a música vinha da goela, com os chamados dó de peito, o cavernoso e outros tons. Aí minha irmã começava a cantar e ligava a goela de mamãe, que passava a tocar a mesma música; vez e quando, Iolanda, a vizinha, entrava na mesma estação.
A seca partiu o amor e Maringá, a cabocla retirante tornou-se cidade no Paraná.
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