Dois dedos de prosa
Esta
é uma homenagem realizada por Campus, a um dos mais importantes intelectuais
alagoanos: Professor Dr. Élcio Verçosa. Neste segundo volume dedicado ao Élcio,
contamos com textos que abordam sua atuação na Universidade Federal de Alagoas,
o sentido da sua produção intelectual e os laços de amizade.
Este
número de Campus/O Dia é composto tanto com artigos inéditos de Fátima
Albuquerque, Izabel Brandão e Graça Marinho, quanto pela republicação do
prefácio escrito por Cícero Péricles de Carvalho para a quarta edição do livro
“Cultura e Educação nas Alagoas”, em 2006.
Agradecemos
a todos os colaboradores deste número, em especial aos autores dos textos.
Boa leitura!
Um abraço,
Sávio Almeida
Um companheiro da esperança
Meu caro Élcio Verçosa
Como vai?
Vamos indo, né? Você merece um
grande abraço de todos nós, os alagoanos. Sonhei que Alagoas começou a tremer e
um povo se levantou em todos os lugares e veio caminhando em sua direção: eram
os semtudo, aqueles que tinham fome e sede de justiça, no dizer evangélico.
Era uma marcha no tempo e,
nela, ancoraram em você que cimentou,
com suas palavras e ações, um caminho para eles, batalhando e discutindo a
educação, em busca, inclusive, de um sentido para as Alagoas. A palavra de
ordem gritada era muito simples: “Obrigado Élcio Verçosa”. E num de repente,
como se fosse milagre, das mãos pesadas nasceram bandeiras que se agitaram
enquanto andavam. As palavras que gritavam misturaram-se com o tempo e jamais
poderiam ser apagadas.
É que todos se renovaram no encontro
que tiveram com você, a quem todos reconhecem como um grande companheiro de esperança.
O recado que me deixaram para dar
foi simples: Obrigado cara!
E eu o repito, dando-lhe um belo
abraço. Você me faz renovar certezas e sonhos.
Sávio.
Educação
e liberdade
Graça
Marinho
“O
sujeito que se abre ao mundo e aos outros inaugura com seu gesto a relação
dialógica em que se confirma como inquietação e curiosidade, como inconclusão
em permanente movimento na História.”
Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia.
Este texto, diga-se inicialmente, não é somente
meu. Ele é uma sinfonia polifônica de vozes que me vêm à memória, no momento de
falar do nosso grande companheiro de trabalho Élcio Verçosa. Vozes que se
juntaram para construir uma história, que já perdura por algumas décadas e que
conheceram, sob sua liderança, momentos dos mais significativos.
Nos meados dos anos 90 eu chegava à UFAL para ser
professora do Centro de Educação, vinda de uma experiência vivida na rede
estadual de educação e Élcio chegava de um período em que havia se dedicado ao
doutorado na Universidade de São Paulo. Causou-me admiração, logo nas primeiras
conversas, sua índole acolhedora, sua inteligência privilegiada, o brilho
pessoal, a disposição para agregar. Chegou derrubando barreiras, mostrando a
necessidade de abrirmos um grande diálogo para enfrentarmos as instigações que
viriam, num contexto político que se mostrava particularmente desafiador,
especialmente no Estado de Alagoas.
Nesse contexto, Élcio assume, pela segunda vez, por
eleição direta, a direção do Centro de Educação, dando continuidade ao processo
de consolidação da unidade acadêmica que despontava como uma das mais
importantes da nossa universidade, pelo papel a ela destinado, qual seja, o de
contribuir com a educação de nosso estado, especificamente no que concerne à
formação de professores.
O Censo do Professor publicado
pelo MEC em 1997 confirmava a ainda insuficiente qualificação do professor do
Ensino Fundamental da Rede Municipal de Alagoas, tendo em vista que dos 9.773professores em exercício apenas 303 possuíam formação em nível superior.
Esse e outros dados da nossa realidade educacional impulsionaram aos que faziam
o CEDU, sob a batuta do nosso diretor e líder Élcio Verçosa a buscar formas de
atuação no sentido de contribuir para minorar a gravidade desse quadro. Destaco
aqui duas ações que considero fundantes de um movimento que ali nasceu e que
ainda reverbera, não somente nos dados estatísticos, mas também na memória de
quem viveu essas experiências: a oferta de curso de Pedagogia para professores
das redes municipais de Alagoas. O primeiro curso foi planejado e executado, na
modalidade presencial, para professores da rede municipal de nossa capital
(1996-1999). Para a sua implantação foi celebrado um convênio entre a UFAL e o
Município de Maceió, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SEMED) e
resultou na formação de aproximadamente, uma centena de graduados em Pedagogia.
Novas demandas, entretanto, chegavam ao CEDU por meio do Programa de
Assessoramento Técnico-Pedagógico aos Municípios Alagoanos (PROMUAL) que se
desenvolvia, com sucesso, graças ao esforço de uma equipe de professores do
CEDU. Para além de todas as demandas, a que mais tocava de perto nosso inquieto
diretor era a necessidade de continuar investindo na qualificação dos
professores da rede pública municipal. Assim, o CEDU decidiu pela implantação
do Curso de Pedagogia na modalidade de educação a distância. O Curso teve
início em setembro de 1998, após um período destinado a sua concepção,
elaboração do projeto e aprovação nas instâncias da instituição. Esse curso representou,
de fato, a primeira tentativa da utilização das metodologias de educação a
distância para a formação em nível superior, onde o CEDU foi integralmente
responsável tanto pelo planejamento, quanto pela execução das atividades
didático-pedagógicas e administrativas, contando com o apoio do Núcleo de
Educação a Distância - NEAD. Vale ressaltar o papel relevante de Élcio, nosso
diretor, como líder de um grupo fundador, ao defender e buscar aprovação, nas
instâncias de decisões administrativas e acadêmicas da UFAL e do próprio CEDU,
de um curso de numa modalidade que carecia de legitimidade e apoio
institucional. A implantação do curso
nos inseriu no grupo pioneiro de universidades públicas federais que, na década
de 1990, investiu na formação de professores utilizando metodologias de
educação a distância. Com a responsabilidade advinda do fato de ser, à época, a
única universidade pública de Alagoas, o CEDU, no cumprimento da importante
função social de construir e socializar conhecimentos teve, e ainda tem, na
educação a distância uma forma legítima de prover a sociedade alagoana desses
conhecimentos, especificamente os professores da rede pública, a quem,
historicamente, haviam sido negados.
Por volta
dos anos 2000, outros desafios nos são postos frente à reformulação do Curso de
Pedagogia, em atendimento às novas diretrizes que se anunciavam. Lá vamos nós,
novamente liderados por Élcio, mais uma vez na lide de gestor sempre aberto ao
diálogo, reescrever um projeto construído coletivamente, em intermináveis
reuniões em que os confrontos de ideias foram pacientemente mediados.
O CEDU
havia crescido e agora novas ideias, novos grupos, novos núcleos de pesquisa e
extensão exigiam um esforço para que fossem contemplados e consonantes na sua
estrutura organizacional e, consequentemente, no novo curso a ser construído
que, mais uma vez, olhou de frente para os problemas educacionais e sociais do
Estado de Alagoas. Consta registrado no texto do projeto que “Sabemos que, por
si só, a Educação não pode resolver os crônicos problemas sociais alagoanos que
decorrem, antes de mais nada, da forma como vem se dando a posse da terra, com
a predominância da monocultura e a pouca eficiência da produção agrícola e
industrial. Mas, temos certeza de que a educação escolar pode congregar
esforços com os demais setores sociais que buscam dar conta das variáveis
socioeconômicas e políticas, no intuito de contribuir significativamente para
melhorar o padrão de vida dos cidadãos e das cidadãs alagoanos”.
Todo esse
tempo de convivência com Élcio traz a marca indelével de uma grande admiração e
amizade, fonte de inspiração para a minha vida acadêmica e para a de muitas e
muitas pessoas que têm o privilégio de sua convivência. Desejamos continuar
aprendendo, por muito tempo, a lição de saber ouvir o outro, de altruísmo, de
generosidade e espírito público.
Entrelaces
afetivos e acadêmicos com Élcio Verçosa
Fátima
Albuquerque e Izabel Brandão
Fátima |
Izabel |
Quando
Ivanilda Verçosa nos convidou para escrever um texto conjunto sobre nossas
experiências com Élcio na Ufal, ficamos tanto surpresas quanto apreensivas.
Afinal, apesar de uma amizade de longos anos, vivemos experiências
aparentemente distintas, no âmbito acadêmico, por pertencermos a áreas de
conhecimentos tão diversas quanto Educação, Letras e Saúde.
Como
encadear essas histórias, de maneira a não perder a riqueza dos detalhes, que,
exatamente, por existirem, deram forma, conteúdo e fluidez às nossas
(con)vivências com Élcio? Como criar uma textura ímpar com as diferentes
tonalidades das nossas experiências e não perder a amplitude dos sentidos
experimentados por cada um/a de nós nesse caminhar atento, criativo, prudente,
mas ousado, da vida acadêmica, que se confunde tantas vezes com a vida pessoal,
simplesmente, porque somos muitos ao mesmo tempo?
Conversamos
muito entre um pão de queijo e um café, buscando no diálogo encontrar um fio
condutor adequado que nos ajudasse a tecer essa história que une amizade e
academia. Encontramos esse fio na construção de uma linha do tempo, que intenta
plasmar um corpus extenso,
constituído de eventos da vida de Élcio, que funcionasse como elos, em que
nossas experiências distintas, de alguma forma, se cruzassem e se conectassem.
Assim poderíamos retecer um caminho longo, de boas memórias, recortadas pelas
nossas diferenças, mas entrelaçadas pelas boas expectativas que sempre tivemos
na nossa caminhada como docentes na Ufal e nas relações afetivas que sempre nos
uniram.
Sem
rigidez cronológica, mas, ainda assim, considerando o tempo um indicador da
dinâmica e solidez deste corpus,
visualizamos quase quatro décadas de atividades que se cruzaram e
constituíram-se em complexas e conjugadas ações sócio-político-educativas. Esse
tempo remonta desde o início dos anos 1980 até a primeira década do novo
século. Passa pelas nossas incursões acadêmicas entre mestrado e doutorado, nossas
inserções em trabalhos sindicais, que renderam imensas e gratificantes
histórias, começando pela nossa participação na construção de uma carreira
acadêmica, fruto de greves longas e infinitas negociações, noites insones,
viagens pelo país. Passam também pelas nossas preocupações internas dentro de
uma Ufal imersa em imensas diferenças entre as áreas, que muitas vezes nos
levava a longas conversas e trocas de ideias, sempre pensando numa universidade
melhor e mais igualitária.
Nossas
impressões sobre esses caminhos cruzados trouxeram de forma clara a
identificação de um Élcio agregador, com apurado senso de justiça, com
inabalável identificação com a perspectiva dos direitos humanos, além de uma
incansável práxis democrática,
marcada pela independência e pelo compromisso social. Concordamos que não
somente sua práxis, mas também sua
produção acadêmica mostram uma visão de universidade que rompe com a hegemonia
das áreas de conhecimentos e questiona a retradução do sistema de poder da
sociedade dentro da Ufal. Sua erudição nunca foi obstáculo para a
acessibilidade de seu conhecimento e seu senso criador sempre foi norteado pela
solidariedade, organização e planejamento estruturante.
Nessa
base de atitudes, participou ativamente na quebra de paradigmas conceituais,
como foi o caso de seu acolhimento da proposta de participação, inédita e
ímpar, em uma banca de mestrado na área da Saúde, na década de 1990, no intuito
de avaliar pela perspectiva qualitativa, a importância e validade da produção
de conhecimentos por esse viés. Da mesma forma, sua atuação na área de Letras
sempre foi pautada pela transição entre as áreas de Linguística, Linguística
Aplicada, bem como a de Estudos Literários, sempre com o foco na integração
dessas áreas com a formação pedagógica e educacional de profissionais, sejam
eles professores ou pesquisadores.
Emblemática
também foi sua participação em uma pesquisa cujo objetivo foi fornecer
subsídios para a execução da sentença judicial resultante de uma AÇÃO CIVIL
PÚBLICA. Os resultados desse projeto representaram, na verdade, a primeira
etapa de uma ação inédita no Brasil, de provimento de direitos humanos, que se
desdobrou numa intervenção em três favelas da capital alagoana.
Esse
tear também implicou construção de laços afetivos que migraram para além dos
muros da Ufal. Amigo solidário, abriu as portas de sua casa, construindo pontes
que nos permitiram saborear a possibilidade de novo território familiar, ainda
que simbólico.
Cada uma
de nós, no cerne da própria experiência, encontrou e constituiu uma relação de
amizade, com cor própria e sentidos, muita vezes, indecifráveis.
Sabemos
que a tarefa descritiva é falha, porque entender e falar sobre o outro nunca
acontece de fato, uma vez que os cruzamentos das experiências apenas esboçam as
impressões dos limites do possível. Nesse encontro de subjetividades, o laço
afetivo sempre falou mais forte.
De
qualquer forma, nossa gratidão a Élcio, como amigo e companheiro de jornada na
academia e na vida, não se esgota na dimensão material, mas se inscreve para
além disso, na dimensão espiritual, onde a plasticidade afetiva é elástica e
eterna.
O LIVRO E O HOMEM (prefácio da 4ª ed. do livro “Cultura e
educação nas Alagoas”, 2006)
Cícero
Péricles de Carvalho
Este é um livro que atingiu a
marca de três edições esgotadas e vem circulando nas mãos de professores do
ensino médio, nos gabinetes de planejadores da área educacional e,
principalmente, nos cursos de graduação e pós-graduação do ensino superior. O
caráter amplo, informativo e comprometido com a plena democratização do ensino
coloca-o na lista das leituras imprescindíveis sobre a realidade alagoana.
Amplo, descreve os passos da formação do sistema de ensino; informativo, nos
traz dados que permitem fazer um balanço sobre a evolução da educação em
Alagoas; e, comprometido, envolve-se com as mudanças e o futuro do segmento
educacional.
É a primeira obra que aborda a
educação de Alagoas numa perspectiva histórico-crítica. E contextualiza os
aspectos sócio-econômicos e culturais, permitindo a compreensão do fenômeno da
baixa escolaridade e do analfabetismo como problemas intrínsecos da própria
formação social alagoana. Para muitos, esta pesquisa é uma importante
referência sobre o ensino no Estado.
O professor Élcio é um
intelectual com uma linha bem definida de atuação: pesquisa e milita na área
educacional. Esse modo de atuar condiz com sua formação universitária, marcada
pelos anos do movimento estudantil anti-ditatorial (1967-1970), quando
socialistas e católicos combinavam a luta pela democracia com debates sobre as
mudanças necessárias para o país. Toda a obra de Élcio deve ser compreendida a
partir de sua vida acadêmica dessa militância pela educação, que foi combinada
às suas atividades de professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
A atividade universitária numa
região periférica tornou-se um forte estímulo para que tratasse, na sua
dissertação de mestrado, do tema Ideologia
e prática pedagógica escolar, em que discute a questão da disputa pela
hegemonia politica nos fundamentos da educação. A tese de doutorado Burocracia e Oligarquia: um estudo de caso
sobre o poder universitário, defendida na Universidade de São Paulo,
caminha na mesma direção, trazendo uma análise profunda sobre as relações
sociais e políticas, tendo como foco a hegemonia na construção do poder
universitário na UFAL.
Homem coerente com sua escritura,
Élcio compreendeu que era necessário criar espaços para a intervenção
renovadora. Por conta disso, vai participar da fundação do Centro de Educação
(Cedu) que, a partir de sua estrutura de formação e pesquisa, incluindo a
pós-graduação, passaria a exercer uma influencia decisiva em toda a área
educacional do Estado. Coerente com sua militância disputou, em 1980, a
presidência da APAL (Antiga Associação dos Professores de Alagoas, fundada em
1965), hoje Sindicato dos Trabalhadores na Educação - Sinteal. Posteriormente,
em 1985, foi eleito presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal
de Alagoas (Adufal).
Para lançar suas ideias
extra-muros do espaço acadêmico e sindical, procurou ampliar o diálogo com a
sociedade, pondo em circulação, no ano de 1997, os livros Cultura e Educação nas Alagoas: história, historias e História do Ensino Superior em Alagoas:
verso & reverso. Com o sentido de analisar o passado do sistema
educacional no Estado, esses trabalhos reforçaram a visão moderna para o presente e o futuro do
ensino em Alagoas.
No passo a passo dessa militância
intelectual, Élcio se tornou o mais qualificado analista do processo
educacional de Alagoas, e, como conselheiro representante do Sinteal, foi
eleito para o posto de presidente do Conselho Estadual de Educação. A marca de
sua passagem no Conselho, onde lutou e ainda luta intensamente para encontrar
novos caminhos que garantam uma educação de qualidade para todos, foi o
trabalho de redemocratização e transparência do órgão.
A sua contribuição na área
educacional pode ser medida pela participação como avaliador do Inep/Ministério
da Educação de cursos e instituições de ensino superior; pelos convites que
recebe para participar de bancas de pós-graduação e prestar assessoria técnica
a projetos amplos, como o Plano Estadual de Educação e o Plano Municipal de
Educação de Maceió, as duas linhas principais de atuação da educação pública
local. Mas sua produção intelectual vai mais além. Em 1998, participou da
organização do livro Educação Superior
& políticas públicas: a implantação da nova LDB em debate. No ano
seguinte, lançou A propósito dos textos
didáticos na prática escolar: uma abordagem sociopolítica da ação docente.
Em 2001, publicou A formação dos
professores em Alagoas: um olhar retrospectivo sobre suas origens, capítulo
incluído no livro do qual é organizador: Caminhos
da Educação em Alagoas: da colônia aos dias atuais. E para enriquecer sua
contribuição ao tema regional, colocou no papel reflexões sobre a formação
cultural do Estado, publicando, em 2002, o ensaio Existe uma cultura alagoana?
Depois de três décadas
ininterruptas trabalhando como docente da Ufal – atividade em que continua
atuando, agora como professor voluntário no programa de pós-graduação em
educação -, ele passou a dividir seu tempo com a Universidade Estadual de
Alagoas (Uneal), da qual é, hoje, professor visitante. A prática docente é
compartilhada com as atividades na política educacional. O mais recente
reconhecimento foi ser indicado, pelo Sindicato dos Trabalhadores na Educação
de Alagoas – Sinteal, para o Conselho Estadual de Educação, no qual foi eleito
presidente da Câmara de Ensino Superior.
Professor Emérito (título que
recebeu da Ufal), autor lido e comentado, mestre de princípios firmes, Élcio é
um exemplo de intelectual coerente com o tempo em que vive, por sua produção
valiosa e seu engajamento.
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