Alexandre Márcio Toledo é Comissário
da Regional Alagoas do Círculo Monárquico Brasileiro, participa ativamente de
atividades de divulgação da monarquia no Estado, por meio de eventos e
palestras. É arquiteto pela Ufal (1985), mestre pelo PROPPAR (UFRS, 2001) e
doutor em engenharia civil pela UFSC (2006). Professor da Ufal, desde 1995,
lotado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, na qual lidera o Grupo de
Estudos em Projeto de Arquitetura (gEPA), desde 2006. Desenvolve pesquisas e
atua na graduação e no mestrado com as seguintes linhas de pesquisa: projeto de
arquitetura – teoria e crítica, tecnologia e representação, ensino e prática.
Observação: Este texto foi publicado no Suplemento Campus do jornal O Dia, Maceió, Alagoas. Para efeito de composição, foram retiradas notas de pé de página.
Alagoas e a Monarquia: personagens, fatos e memórias
Alexandre Márcio Toledo
Introdução
Neste artigo, aborda-se esse
período monárquico por meio de três aspectos: os personagens, que
envolvem o Rei D. João VI, do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, e os
Imperadores D. Pedro I e D. Pedro II; os fatos relacionados a esses
personagens que ocorreram no território alagoano e que tiveram consequências importantes
para a então província; e as memórias que envolvem as vilas alagoanas,
as praças e os museus de Maceió que evocam e remetem a esses personagens.
Este artigo é fruto de
comunicação apresentada na mesa-redonda “Aspectos políticos, sociais e
culturais de Alagoas (1817-2017)”, realizada em 25 de novembro de 2017, na
cidade de São José da Laje - AL, por ocasião da II Mostra Cultural: A História
– iniciativa do Instituto Histórico Artístico e Cultural Lajense.
1. D. JOÃO VI – O CLEMENTE
D. João VI[i]
é pouco reverenciado na historiografia alagoana, apesar de sua participação efetiva
em fatos importantes, e desconhecem-se homenagens em espaços públicos e acervos
museológicos alagoanos que lhe façam referência.
FATOS
1.
ELEVAÇÃO DE MACEIÓ À VILA
No despontar do século XIX,
Maceió gozava de prosperidade, motivada pelo porto de Jaraguá que dera origem a
um comércio que proporcionou notável desenvolvimento econômico. O açúcar era o
principal produto de exportação que seguia para os portos de Recife e Salvador.
Deve-se a D. João VI a elevação
do povoado de Maceió à Vila, cuja freguesia dependia de Sta Luzia do Norte e se
vinculava territorialmente à Vila de Alagoas. O alvará, datado de 05 de
dezembro de 1815, atendeu às informações do Ouvidor Antonio José Ferreira Batalha
(1810-1817). Contudo, a aclamação da Vila só ocorreu em 29 de dezembro de 1816,
após a instalação do Pelourinho, da Cadeia, da Casa da Câmara e demais oficinas
(PINTO, 1979; CAETANO, 2015).
2. REVOLUÇÃO
PERNAMBUCANA
Após a seca que devastou as
plantações e os rebanhos da Capitania de Pernambuco, e o aumento dos impostos à
capitania, em 6 de março forças militares, civis e religiosas reunidas em
Recife se rebelaram contra o rei D. João VI e almejavam a independência da
Capitania, constituindo uma república provisória, que envolveria o território
das capitanias de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.
Na capitania de Alagoas, a
intervenção do Conde dos Arcos e a ajuda do Ouvidor Batalha foram decisivas
para o fim das adesões na comarca de Alagoas, resultando num governo provisório
desmembrado da jurisdição de Pernambuco (PINTO, 1979). A Revolução Pernambucana
ou Revolta dos Padres, teve fim em 20 de maio de 1817, em Recife.
3. EMANCIPAÇÃO DE ALAGOAS
Na posse dos eleitos para a
Câmara de Maceió, em 1o de janeiro de 1917, endereçou-se ao Rei D. João VI uma
mensagem solicitando a separação da comarca de Alagoas da jurisdição
administrativa de Pernambuco, em virtude do seu desenvolvimento e fidelidade (PINTO, 1979).
Após a contenção das forças
revolucionárias, visando reduzir o poder da Capitania de Pernambuco, e
considerando a prosperidade econômica e a fidelidade dos súditos da comarca, D.
João VI assina o Decreto Real de 16 de setembro de 1817, emancipando a comarca
de Alagoas da Capitania de Pernambuco e nomeando Sebastião Francisco de Mello
Póvoas governador da nova Capitania, que só tomou posse em 22 de janeiro de
1818 (BRANDÃO, 2015; QUEIROZ, 2017).
2. D. PEDRO I – O LIBERTADOR, O REI SOLDADO
Nasceu e faleceu no Palácio
de Queluz, em Sintra, Portugal, em 12 de outubro de 1789 e em 24 de setembro de
1834, respectivamente. Casou-se em 1817, com a Arquiduquesa da Áustria, Leopoldina
de Habsburgo-Lorena[ii] (1797-1826) e em segundas
núpcias, em 1829, com a Princesa Amélia de Leuchtenberg[iii]
(1812-1873). Foi Príncipe Regente do Brasil, a partir de 10 de fevereiro de 1821,
por conta do retorno de seu pai D. João VI a Portugal, e Imperador do Brasil, a
partir de 07 de setembro de 1822. Abdicou do trono português em favor de sua
filha D. Maria da Glória, em 1826, e abdicou também do trono do Brasil, em
favor de seu filho D. Pedro II, em 1831 (REZUTTI, 2015; ASSUMPÇÃO, 2014).
D. Pedro I[iv]
também é pouco reverenciado na historiografia alagoana, apesar de sua
participação efetiva em fatos importantes da história do Brasil e da província
de Alagoas. Há apenas uma singela homenagem em uma das praças de Maceió e uma
vila faz alusão ao nome de sua segunda esposa, além de poucas referências nos acervos
museológicos alagoanos a seu respeito.
FATOS
1. CONSTITUINTE DE 1822
A província de Alagoas
enviou cinco deputados à Constituinte, requerida pelo Imperador D. Pedro I, por
meio do decreto de 3 de junho de 1822. Foram eles: Caetano Maria Lopes Gama e
José de Souza e Mello (substituídos em 1º de outubro pelo advogado José
Fernandes e Bulhões e por Laurentino Antônio Pereira de Carvalho), Ignácio
Accioly de Vasconcellos, padre José Antônio de Caldas e Dr. Miguel Joaquim de
Cerqueira (BRANDÃO, 2015).
Após a aclamação do
Imperador D. Pedro I, ocorrida no Rio de Janeiro, em 12 de outubro de 1822, a
província de Alagoas procedeu a aclamação em 30 de novembro do mesmo ano.
2. CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR
A Confederação do Equador
foi um movimento revolucionário de caráter separatista e republicano, como reação
contra a tendência monarquista e a política centralizadora do governo de Dom
Pedro I. Eclodiu no dia 2 de julho de 1824, em Pernambuco, alastrando-se para
outras províncias do Nordeste do Brasil. Conteve a rebelião uma divisão naval comandada
por Thomas Cochrane, além de 1.200 soldados liderados pelo Brigadeiro Francisco
de Lima e Silva, tendo fim em 17 de setembro de 1824.
Em Alagoas, houve adesão ao
movimento por pessoas que participaram da Revolução Pernambucana. Destaca-se
Manoel Vieira Dantas – pai do Visconde de Sinimbu –, seus dois filhos e o
genro. Após a rendição, refugiaram-se em Piranhas, no lugarejo chamado Sinimbu.
A anistia ocorreu por meio de decreto em 7 de março e portaria de 22 de junho
de 1825 (QUEIROZ, 2017; BRANDÃO, 2015).
3. GUERRA DOS CABANOS
Fruto do desejo de alguns
portugueses pela volta de D. Pedro I ao trono do Império do Brasil, eclodiu a
Guerra dos Cabanos em algumas províncias do Brasil, no período de 1831-1835
(QUEIROZ, 2017).
Em Alagoas, a Cabanada
Selvagem foi uma insurreição nativista, promovida pelos índios da povoação de
Jacuípe, então pertencente a Porto Calvo. Os índios dançavam em torno das
fogueiras dos engenhos, por eles incendiados. A rebelião só teve fim com a
interferência do bispo de Olinda e do vigário de Alagoas (PINTO, 1979).
3. D. PEDRO II – DEFENSOR PERPÉTUO DO BRASIL
Nasceu no Palácio da quinta
da Boa Vista, no Rio de Janeiro, em 02 de dezembro de 1825 e faleceu em Paris,
em 05 de dezembro de 1891. Casou-se, em 1843, com a princesa das Duas Cecílias,
Teresa Cristina Bourbon[v] (1822-1889). Foi o II Imperador do Brasil, a partir de 1831, por conta da
abdicação e retorno a Portugal de seu pai D. Pedro I. Contudo, só foi aclamado,
coroado e consagrado em 18 de julho de 1841.
D. Pedro II[vi] é bem mais reverenciado pela historiografia alagoana, por sua
participação efetiva em fatos importantes da história da província de Alagoas,
sobretudo pela proximidade com o alagoano, nascido em São Miguel dos campos,
João Lins Vieira Cansanção de Sinimbu, o Visconde de Sinimbu[vii] (1810-1906), e sua visita à Província de Alagoas, em dezembro de 1859 e
janeiro de 1860. Há um busto de mármore em sua homenagem na praça de Maceió que
recebe seu nome; duas vilas fazem alusão ao nome de suas filhas, além de várias
referências nos acervos museológicos alagoanos a seu respeito.
FATOS RELACIONADOS
1. VISITA À CACHOEIRA DE PAULO AFONSO E AO BAIXO SÃO FRANCISCO
A comitiva imperial saiu de
Salvador no dia 12 de novembro de 1859 e chegou ao Pontal no final da tarde do
dia 13. Visitou Piaçabuçu, Penedo, Traipu, Pão de Açúcar e Piranhas. Durante a
viagem, o Imperador vestiu-se de forma sóbria com calça branca, paletó preto,
chapéu de palha coberto de pano de linho, em conformidade com a simplicidade e
despojamento que eram peculiares.
De Piranhas à Paulo Afonso a
comitiva seguiu a cavalo, chegando até à Cachoeira de Paulo Afonso no final da
tarde do dia 20. O Imperador escalou os rochedos maravilhado e examinou até a
Furna dos Morcegos. Pernoitou num barracão, erigido para esse fim pelo Coronel
Pedro Vieira júnior. O retorno a Penedo no dia 21, às 5 horas da manhã. O
Imperador não ficou para o baile em Penedo... (DUARTE, 2010).
2. VISITA A MACEIÓ E INAUGURAÇÃO DA NOVA MATRIZ
A
comitiva imperial aporta no Trapiche Faustino, em Jaraguá, e desembarca pelas
onze horas do dia 31 de dezembro de 1859, seguindo até o Largo da Matriz. Os
Imperadores entraram na nova Matriz – projeto do arquiteto francês Auguste
Henrique Vitor Grandjean de Montigny, integrante da missão artística trazida
por D. João VI, em 1816 –, ao meio dia, quando o coro de Maceió, regido por
Benedito Efigênio do Rosário, entoou o Te-Deum Laudamus.
Pelas
14 horas, a comitiva seguiu para o palacete do Barão de Jaraguá, onde se
hospedou e funcionou o Passo Imperial, durante os dias de permanência na cidade.
Houve festejos até às 22h30 no Largo da Matriz. No dia 1º de janeiro, o
Imperador visitou Jaraguá, Pajuçara e Ponta Verde. No dia seguinte, visitou
Levada, Prado e também Jaracerica. Na madrugada do dia 3 de janeiro, seguiu em
comitiva para o Norte da Província. No retorno a Maceió, visitou as cidades das
lagoas Manguaba e Mundaú. A comitiva imperial partiu de Maceió na noite de 10
de janeiro (DUARTE, 2010).
3. VISITA AO NORTE DA PROVÍNCIA
O
Imperador seguiu para a região Norte acompanhado de várias personalidades,
dentre elas, o Visconde de Sapucaí e o Presidente da província Souza Dantas. A
comitiva seguiu janeiro de 1860. Visitou Porto de Pedras (antigo Porto Real) e
Porto Calvo. No dia 05 de janeiro visitou Jundiá e Colônia Leopoldina, onde
plantou castanheiras e pernoitou.
No
dia 6 de janeiro retornou a Porto Calvo e visitou os engenhos de açúcar da
região: Buenos Aires e Engenho Novo. No dia 7 de janeiro, o Imperador retornou
a Maceió, observando a falta de pontes nos principais rios do litoral,
destacando em seu diário os pontos que chamaram mais atenção (DUARTE, 2010).
MEMÓRIAS
A memória do período
monárquico se faz presente em terras alagoanas nos nomes de três vilas, no
norte do Estado, em três praças, que apresentam referências a personagens do
Império, e em três museus da capital do Estado que apresentam acervo
iconográfico do período.
VILAS
Em Alagoas, três vilas
receberam nomes relacionados à monarquia: Vila Nova da Imperatriz, em 1831;
Colônia Leopoldina, em 1852 e Vila Isabel, em 1875. Contudo, apenas Colônia
Leopoldina mantém o nome até hoje.
O povoado Maria Madalena (1790),
quando desmembrado da Vila de Atalaia, em 13 de outubro de 1831, recebeu o nome
de Vila Nova da Imperatriz, em homenagem à Imperatriz D. Amélia. A Vila manteve
Santa Maria Madalena como padroeira, comemorada em 02 de fevereiro. Em 1890,
mudou o nome para União dos Palmares, em decorrência da estrada de ferro que
interligou Alagoas a Pernambuco (SIMÕES, 2012).
A Colônia Militar
Leopoldina, criada em 1852, teve como objetivo conter as ações de bandidos na
porção Norte da região da mata da vila de Porto Calvo. O nome foi uma homenagem à princesa
Leopoldina, filha de D. Pedro II, falecida prematuramente na Europa, em 1871
(SCHWARCZ, 1998; TJÄDER, 2014). Após passar pela condição de distrito de Porto
Calvo, passa à condição de Vila em 1901 e município em 1943. Mantém o nome
Colônia Leopoldina e tem como padroeira Nossa Senhora do Carmo, celebrada em 16
de janeiro (SIMÕES, 2012).
Em 1875, a freguesia de São
Bento (1718), situada no litoral norte da província, pertencente a Porto Calvo,
recebe o nome de Vila Isabel, em homenagem à primeira filha do Imperador D.
Pedro II. Contudo, no ano seguinte, muda o nome para Vila Maragogi, decorrente
do nome de um rio da região. É elevada à condição de cidade em 1892. Tem como
padroeiro Santo Antônio, celebrado em 13 de junho.
PRAÇAS
Maceió possui três praças
com referências iconográficas ao período monárquico: Praça D. Pedro II e praça
Visconde de Sinimbu, no Centro da cidade e, praça Dois Leões, em Jaraguá.
A praça D. Pedro II, situada
entre as ruas 02 de dezembro e do Imperador que se encontram em frente à
Catedral Metropolitana, apresenta referência mais marcante desse período, por
ter hospedado a Família Imperial e sua comitiva no palacete do Barão de Jaraguá,
no final de dezembro de 1859 e início de 1860, por ocasião da visita da família
Imperial a Maceió para inauguração da Nova Matriz (atual Catedral
Metropolitana), ambos os edifícios situados na praça.
Na lateral central da praça encontra-se
o monumento à D. Pedro II, que consiste num conjunto em mármore formado pelo
busto do imperador sobre um grande fuste canelado, que repousa sobre um
pedestal octogonal, assentado em base circular em três degraus. Importado de
Lisboa, e instalado em 1961, contém homenagens e registro do episódio nas faces
laterais do pedestal e na base do fuste (QUINTELLA, 2014). (Figura 4)
A praça Visconde de Sinimbu,
antiga Redenção (1892) e depois Euclides Malta (1912), situada na lateral do
início da rua do Imperador, artéria pela qual passou a comitiva real, após
desembarque no trapiche do cais de Jaraguá (DUARTE, 2010), apresenta referência
ao Visconde de Sinimbu.
No centro da porção maior da
praça encontra-se o monumento ao Visconde de Sinimbu, que consiste numa
escultura de corpo inteiro em bronze sobre pedestal, apoiada em base de pedra.
A Praça Dois Leões, antiga
praça General Alberto Lavenère, situa-se entre as ruas Sá e Albuquerque e Barão
de Alagoas, no bairro histórico de Jaraguá. O nome atual decorre da presença de
quatro esculturas de animais em bronze, dentre eles um leão e uma leoa,
inseridos na remodelação da praça em 1918 pelo pintor Rosalvo Ribeiro
(QUINTELLA, 2014).
No centro da praça, por
ocasião do Centenário da Independência do Brasil, substituiu-se a estátua da
Liberdade pelo obelisco comemorativo com homenagem a D. Pedro I, na base
(Figura 4). Bem que essa praça poderia passar a se chamar D. Pedro I ou da
Independência.
MUSEUS
Em Maceió, três instituições
privadas apresentam importante acervo do período monárquico: Instituto
Histórico e Geográfico de Alagoas, Associação Comercial de Maceió e Fundação
Pierre Chalita.
O Instituto
Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL), situado no centro da cidade, é
uma sociedade civil centenária, fundada em 02 de dezembro de 1869, que tem por
finalidade o desenvolvimento de estudos e pesquisas nos campos da História, da
Geografia e das Ciências Sociais, especialmente em relação ao Estado de Alagoas. Foi o terceiro do gênero a ser instalado no Brasil,
após o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, criado pelo Imperador
D. Pedro II, em 02 de dezembro de 1838, e o Instituto Arqueológico, Histórico e
Geográfico Pernambucano, fundado em 28 de janeiro de 1862.
O IHGAL apresenta vasto
acerco sobre a monarquia. No salão principal encontra-se na parede, atrás da
mesa da presidência, uma grande tela do Imperador D. Pedro II – patrono da
Instituição; nas paredes laterais encontram-se várias telas de personagem da
época do Império. No acervo encontra-se o timão do paquete Alagoas, placas
comemorativas da província de Alagoas, objetos e indumentárias da Guerra do
Paraguai; peças de mobiliário, louças e medalhas da época.
A Associação Comercial de
Maceió, entidade civil fundada em 07 de setembro de 1866, inaugurou sua
imponente sede em Jaraguá em 07 de setembro de 1928. Ambas no dia da
Independência do Brasil. Em 2000, inaugurou dois museus: o do Comércio e o da
Tecnologia.
No Museu do Comércio, a
independência do Brasil é marcada pela nova bandeira da nação brasileira e o
início do primeiro e segundo Reinados. Uma rica iconografia mostra a família
real e o Imperador em tamanho natural.
A Fundação Pierre Chalita, entidade
privada fundada em 19 de maio de 1980, tem duas sedes: uma no Centro da cidade,
onde funciona o Museu de Arte Sacra, e outra no bairro Jaraguá, onde funciona o
Espaço Pierre Chalita, com casa de eventos.
Na sede do Centro,
destaca-se uma grande tela mural Lei de Ventre Livre, de autoria do artista
pernambucano Daniel Bérard, e no hall de entrada alguns quadros com réplicas da
família Imperial e personagens do império. Na sede de Jaraguá, destaca-se o
trono do Imperador em madeira.
NOTAS FINAIS
Em 17 de novembro de 1889, a
família Imperial partiu para o exílio europeu no Paquete Alagoas (Figura 5). O
governo provisório republicano, receoso de reação da Marinha e de outros
apoiadores de D. Pedro II, encarregou-se de baixar o decreto de banimento, que
impediu o retorno de todos os membros da Família Imperial ao Brasil.
Apenas em 03 de setembro de
1920, no palácio do Catete, o presidente Epitácio Pessoa revoga o decreto de
banimento da Família Imperial. A princesa Isabel, o Conde D´Eu e familiares
recebem a notícia no Castelo D´Eu, na França.
Somente em 1993, cinco anos
após a promulgação da nova Constituição do Brasil, com 104 de atraso, houve o
plebiscito sobre quais forma e sistema de governo os brasileiros preferiam. Nesse
pleito, antecipado de 15 de novembro para 21 de abril, o a forma de governo
monarquia obteve 13,4% dos votos e o regime parlamentarismo obteve 30,8% dos
votos válidos. 64.326 alagoanos escolheram a forma de governo monarquia. Ressalta-se
que a quantidade de abstenções, votos nulos e brancos foram muito elevadas.
Por ocasião dos 200 anos da
emancipação política de Alagoas, a Regional AL do Movimento Monárquico
Brasileiro reconhece essa imensa lacuna com a memória do período monárquico e
doará, à Biblioteca Pública do Estado de Alagoas, uma placa comemorativa com
homenagem a D. João VI, com o texto do Decreto de Emancipação.
REFERÊNCIAS
ASSUMPÇÃO, Mauricio Torres. A história do Brasil
nas ruas de Paris. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2014.
BRANDÃO, Moreno. História de Alagoas seguido de o
Baixo São Francisco o rio e o vale. Maceió: Edufal, 2015.
DUARTE, Abelardo. Dom Pedro II e Dona Teresa
Cristina nas Alagoas. Maceió: Imprensa Oficial Graciliano ramos, 2010.
PINTO, Geoselia da Silva. História de Alagoas.
Maceió: Sergasa, 1979.
QUEIROZ, Álvaro. Episódios da história das Alagoas.
Maceió: A.Q. da Silva, 2017.
QUINTELLA, Ivvy Pessôa. No olho da rua: arte
urbana em Maceió. Maceió: Edufal, 2014.
REZUTTI, Paulo. D. Pedro: a história não
contada. São Paulo: LeYa, 2015.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. As barbas do Imperador:
D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
SIMÕES, Leonardo (Coord.). Enciclopédia municípios de Alagoas. Maceió: Instituto
Arnon de Mello, 2012.
TJÄDER, Rogerio da Silva. Sua Majestade Imperial D.
Thereza Christina Maria de Bourbon e Bragança. Valença: R.S.T., 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário