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domingo, 27 de março de 2016

cONHEÇA OS NOSSOS CIGANOS DO MUNICÍPIO DE CARNEIROS – UM POUSO EM MEIO AOS JURON

Gypsies in Alagoas. Colons in Carneiro, Alagoas


Francisco Ferraz, um amigo do blog recentemente falecido









Leila é formada em Ciências Sociais, Licenciatura pela Universidade Federal de Alagoas, especialista em Antropologia e mestranda pela mesma instituição. Como especialista defendeu a monografia intitulada “Veio a ordem de andar”: espaço e família entre os ciganos Calon no município de Carneiros/AL”. Aproximou-se dos estudos sobre ciganos ao integrar, como bailarina, o grupo de música e dança cigana LeshjaeKumpanja. É professora de Sociologia no Ensino Médio na rede estadual de educação de Alagoas. Tem se dedicado aos estudos sobre etnicidade, processos identitários e desenvolvimento turístico.


 



Dois dedos de prosa

Este trabalho de Leila é um resumo de texto que escreveu e defendeu para título de especialista na área de Antropologia. É inédito e trata de assunto virgem em Alagoas: nossos ciganos, aqueles que estão aqui conosco. No caso, Leila estuda e informa sobre os Calon que se encontram na cidade de Carneiros, adentrada no oeste alagoano.
Preferimos que o texto não contivesse um largo trato teórico, sendo bem mais informativo nesta sua versão para nosso suplemento. Pela sua importância, por trabalhar a diferenciação de uma etnia, por estar contra uma ordem de preconceitos, publicaremos o trabalho de Leila em quatro números.
Trata-se de uma jovem e pesquisadora e que muito poderá contribuir nas discussões sobre Alagoas.  Foi orientada pela professora (doutoranda) Jordânia Souza.  Fomos com autorização da autora, responsáveis pela preparação do texto para jornal. Havendo erro, a responsabilidade é nossa.
Luiz Sávio de Almeida


O MUNICÍPIO DE CARNEIROS – UM POUSO EM MEIO AOS JURON

Leila Samira Portela de Morais

Uma vista do rancho
 
Um pouco sobre os ciganos
Os povos denominados ciganos, possuem uma rica cultura e uma longa história de resistências. Não é a toa que alguns estudiosos afirmam que o maior feito da cultura cigana foi ter resistido.  De acordo com as leituras e pesquisas que realizei, não existe consenso quanto à origem dos povos ciganos, mas de acordo com estudos de historiadores e linguistas, levando em consideração o romanês, língua falada por esses grupos (que apresenta modificações de acordo com a etnia), os ciganos são oriundos da Índia e se dispersaram pelo mundo há cerca de 1000 anos (SEPPIR, 2013).
Aqui no Brasil há a presença de três etnias: Calon (oriundos da Espanha e Portugal); Rom (pertencentes ao subgrupo Kalderash, Machwaia e Rudari, originários da Romênia; aos Horahané, oriundos da Turquia e da Grécia e aos Lovara) e Sinti (chegaram ao país principalmente após a 1ª e 2ª Guerra Mundial).  Os Calon detém o maior número de grupos e estão espalhados por todo o Brasil.
Eles foram a primeira etnia a chegar ao País e, de acordo com dados da SEPPIR (Secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), os Calon são a etnia cigana com maior número de famílias espalhadas pelo Brasil; eles vivem em acampamentos, em sua maioria, discriminados e distantes das políticas públicas,  quadro que tem se alterado nos últimos anos, devido, principalmente, à inclusão dessas famílias em programas do governo. Os ciganos começaram a ter acesso a serviços básicos como atendimento nos postos de saúde. No entanto, ainda esbarram no preconceito e falta de informação das pessoas sobre sua cultura, seu modo de viver.
Em sua maioria os ciganos vivem em situação de pobreza e invisibilidade social pela ausência de políticas públicas destinadas a esses grupos. De acordo com dados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2011 foram identificados 291 acampamentos ciganos, localizados em 21 estados. Desse universo somente 40 prefeituras afirmaram que desenvolviam políticas para os povos ciganos (SEPIR, 2013). A falta de conhecimento e respeito às suas práticas e costumes socioculturais também os exclui. De acordo com dados do disque 100 da Secretária de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), a principal violação sofrida pela comunidade cigana é a violência psicológica (preconceito sofrido nas ruas), seguida da violência institucional (falta ou dificuldade na obtenção de serviços de atendimento aos cidadãos). Segundo a referida Secretaria, os Estados com maior concentração de acampamentos ciganos são: Bahia, Minas Gerais e Goiás. Apesar dos dados oficiais sobre esses povos serem incipientes, estima-se que há mais de meio milhão de ciganos no Brasil. (SEPPIR, 2013).

A família de Seu Ferraz
 Os colon em Carneiros

Meu trabalho se concentra no município de Carneiros que se localiza no sertão alagoano a 246 km da capital, Maceió. Com 52 anos de emancipação política de Santana de Ipanema, possui população estimada de 8.758 habitantes numa área de 113,061 km.  O principal objetivo é buscar levar o leitor para dentro do Rancho Calon localizado em Carneiros, a fim de conhecermos um pouco as formas de viver e conhecer o mundo, de construir e reconstruir identidade, diferenciando-se da população local e de se relacionar com o espaço que esses Calon, da família extensa Ferraz empreendem.
A relação entre Calon e Juron em Carneiros
Os Calon encontram-se arranchados há 9 anos, no município de Carneiros.  Chefiado por Francisco Ferraz, o homem mais velho do rancho (95 anos) que veio à falecer essa semana, residem na comunidade cerca de 200 pessoas, em grande parte vindas da Bahia. Na comunidade existe em torno de 60 crianças.  Devido às condições financeiras e ao preconceito que ainda é forte e, também,por diversas características culturais, vivem de pequenos negócios como trocas, venda de patuás e amuletos, leitura da sorte em feiras,além de bolsa família e doações.
O acampamento fica situado na cidade. Na frente da praça principal, onde fica a Igreja Católica (Igreja Nossa Senhora da Conceição), há uma entrada que, em menos de 6 metros de caminhada, dá acesso ao rancho. Cada família mora em uma barraca e no centro do terreno há uma espécie de “palhoça”, local coberto, espaço de socialização do grupo e onde as visitas são recebidas. Durante o dia, enquanto as mulheres realizam os afazeres domésticos, os homens ficam reunidos, na maioria das vezes, nessa palhoça. Marido e mulher só ficam juntos na hora de dormir, em torno das 20 horas.
As barracas são grandes, o local onde dorme o casal é separado por cortinas ou tecidos. A quantidade de tecidos e cortinas é grande em todas elas, a maioria dos objetos estão sempre cobertos por tecidos de variados tamanhos. Esses tecidos são trocados com frequência e as barracas estão sempre enfeitadas com diversos tipos de materiais, como papéis, plásticos, bandeirinhas, embalagens de picolé; esses ‘enfeites’ também são trocados frequentemente. Durante o dia, há o intenso fluxo de entrada e saída das barracas, mas os espaços fora delas são os mais ocupados pelos Calon.  A sombra das árvores certamente constitui um dos mais procurados espaços de socialização.  São poucas as barracas que possuem fogão, geladeira, mesa, armário, guarda-roupas. TVs, DVDs e aparelhos de som são comuns nelas. Na maioria só há cama para o casal; as crianças dormem em colchonetes ou colchões.   


A movimentação no rancho começa cedo; acordamos por volta das 5:30 h da manhã. Tomamos café e o almoço sai às 10. Os homens comem primeiro (e eu por ser visita),por último as calin (como se identificam as mulheres ciganas da etnia Calon) e as crianças.  Nas tardes, não falta café com pão, margarina e biscoito; jantamos as 18:30. Acordando tão cedo, é comum todos estarem recolhidos até as 20 h. As crianças transitam livre o dia inteiro pelo acampamento, entram em todas as barracas e fazem as refeições em qualquer uma delas. O entra e sai é comum, assim como a música sertaneja que é ouvida quase sempre alta.
A língua que falam
           
Dentro do acampamento, os Calon falam outra língua – o Calé ou chibi – idioma derivado do romani, que representa um importante elemento de diferenciação.  Quando perguntei se poderia aprender, Sielma (Calin de 15 anos) respondeu: “É a língua de cigano, ninguém ensina não, a gente vai falando, pegando, pegando...”. Ao falar sobre uma jurin que se casou com um cigano e mora no rancho, vivendo e se comportando como calin, Sielma fala: “ela era jurin... mas agora é como nóis... veste nossas roupas, sabe da nossa língua... parece cigana”.
Moradores de Carneiros e preconceito
Buscando entender as relações não só internas do rancho, mas também suas relações com o entorno, realizei entrevista com alguns moradores de Carneiros na própria cidade, em Maceió e durante o trajeto de Maceió até o município. Alguns moradores de Carneiros mostraram-se favoráveis à permanência dos Calon na região. Um deles contou as impressões que as pessoas da cidade possuem em relação aos ciganos:
Tem gente que tem preconceito... o povo tem muito... e eles também não tem muita aproximação com o povo da cidade... que falam que eles deviam já ter ido embora, que não era pra ter deixado eles ficar, que o prefeito acolheu eles num sei porque, que não era pra ter vendido terreno pra eles... mas eu mesmo, não tenho nada contra eles não... nesses dias eu comprei um som de carro a um deles, tinha vendido o meu, fui e comprei um dele... eles sempre tão em Tapera  numa feira de troca que tem lá... eu fui pra lá pra ver se aparecia um sonzinho melhor daquele que eu tinha, aí ele apareceu vendendo e eu comprei... sempre compro alguma coisa a eles na feira... eles vendem de tudo... (E. S. – morador de Carneiros).
            Como percebi, as relações com as pessoas da cidade de Carneiros revelam conflitos, como já esperado. Nos dias que passei no rancho percebi que os Calon evitam “andar à toa” pela cidade; nos momentos em que deixam o rancho estão sempre em grupo.  Entrevistando algumas pessoas da cidade pude descobrir alguns dos “costumes” ciganos que mais incomodam aos moradores: o “nomadismo”; a prática da cartomancia e quiromancia que é associada à mentira e enganação (essa atividade, na grande maioria das vezes,é praticada pelas Calin e a única fonte de renda que elas possuem, pois, de acordo com seus costumes não podem trabalhar); o imaginário do “cigano ladrão”, que gosta de levar vantagem; o costume de andarem sempre juntos, em família, fato este que em situação de repressão faz com que sejam associados a uma “quadrilha”, a visão de que são preguiçosos e desocupados. Notei como é grande a influência de representações negativas em torno dos ciganos, fazendo com que seu comportamento seja, quase sempre, associado a algo desviante e suspeito.


Quando as pessoas da cidade se referiam ao “nomadismo”, demonstravam certo incomodo no que tange ao fluxo de famílias partindo e voltando ao rancho. Outra associação frequente à etnia cigana é o de roubo (Teixeira, 2008) marcando nesses povos outro estigma: o de ladrão. Roubar de acordo com essa visão é um traço de caráter, algo inato a um indivíduo de etnia cigana. E essa associação também continua viva no imaginário das pessoas entrevistadas por mim em Carneiros; quando falamos na convivência com ciganos, esta característica logo se manifesta.
Nós e o “inimigo”
Podemos perceber que foi construída uma imagem do sujeito de etnia cigana como inimigo. Seus valores e costumes são vistos como suspeitos. Analisarmos esse ponto de vista é importante para entendermos a atual situação dos povos ciganos no Brasil e no mundo. Mas, até que ponto o conhecimento desse “inimigo” também não nos explica a nós mesmos? Isto nos conduz à reflexão sobre como se dá a construção desses inimigos.  Assim, considero que os estereótipos em torno da “cultura cigana” dita sem raízes, errante e liberta diz mais sobre nossa visão de mundo do que sobre como pensam os “ciganos”.
Outro costume que me relataram causar incômodo é o fato de andarem em família; raramente vemos um cigano sozinho, “eles só andam em bando... isso trás falta de confiança... penso que é pra meter medo, né?... pra que isso, né? Quem não deve, não teme”, conta um morador. As pessoas ignoram a característica cultural dos ciganos de andarem em família, um Calon não existe “sozinho”, mas sim envolto em suas relações familiares. Em Carneiros, os ciganos também são constantemente associados à violência e à valentia. O momento que os ciganos mais circulam pela cidade é no domingo, dia de feira;eles também frequentam feiras em outros municípios próximos,como São José da Tapera e Santana do Ipanema. Durante minha pesquisa só tive a oportunidade de acompanhar algumas Calin na feira em São José da Tapera, pois em Carneiros elas evitam pedir e ler a sorte.
O estigma da preguiça
A não subordinação dos Calon a empregos formais também causa estranhamento e revolta por parte da população local “são tudo uma cambada de vagabundo... não quer trabalhar, arrumar emprego.”, em seguida eu questiono: mas eles trabalham nas feiras fazendo troca, não é? Em seguida, o morador me responde:
só conversa, enrolada... repara se todo domingo eles tão na feira? Se tem horário e dignidade igual os outro que trabalha na feira? Tem nada... ganha dinheiro do governo, ganha dinheiro de coisa errada por aí... (morador de Carneiros).
            Para Erving Goffman (1963) a sociedade estabelece os meios para classificar as pessoas através de atributos tidos como naturais, comuns e desejáveis. Alguns indivíduos ou indesejáveis, por isso, lhes são atribuídos uma série de estigmas, atributos depreciativos.  Visualizei muitos estigmas direcionados aos Calon em Carneiros, estes por sua vez, demonstram uma clara consciência do modo como são vistos pelos brasileiros e algumas vezes usam esses estigmas, manipulando o “medo dos juron”. Eles também tentam desconstruir os discursos preconceituosos a seu respeito, suas falas constantemente condenam “quem pega no que alheio”.
A criança e a escola

As crianças também costumam andar juntas, vão e vêm da escola. A relação entre ciganos e não ciganos na escola, também é complexa e revela o despreparo dessa instituição para lidar com o diferente, com a diversidade cultural.  No dia 15/09/2013 em uma das minhas visitas acompanhada de membros do Grupo Leshjae, no lugar da calorosa recepção que era de costume, fomos recebidos e surpreendidos com diversas reclamações ao que dizia respeito à estadia das crianças na escola. “As crianças estão apanhando” – gritavam as mulheres e continuaram: “Já fui na escola reclamar, mas não teve jeito e agora piorou, o menino chegou todo latanhado”.
Quando vimos a criança, pudemos entender a indignação dos pais. O menino Ariel de 6 anos de idade (neto de Seu Francisco), estava com o rosto completamente arranhado, também tinha arranhões nos braços e na barriga, as agressões foram cometidas dentro da escola por alunos não ciganos. As outras crianças maiores então começaram a se manifestar falando que eram vítimas de preconceito na escola, onde além das agressões físicas eram xingados pelos colegas que os chamavam de “ciganinhos” e mandavam a toda hora eles irem tomar banho.
As crianças maiores contam que as professoras nunca viam as agressões e que a ida à escola estava cada dia mais difícil e que sócontinuavam frequentando a escola pela importância que o benefício do Programa Bolsa Família trás para a comunidade. As meninas também narraram que são discriminadas pelos vestidos coloridos que usam para frequentar a escola.
O jornal virtual Repórter Alagoas do dia 19/09 de 2013 publicou uma pequena matéria onde Anne Khelen (cigana da etnia Rom e uma das fundadoras do grupo Leshjae) desabafou:
O primeiro menino do lado direito chama-se Ariel, está há 15 dias fora da sala de aula, pois sofreu agressão física de um colega de escola, chegando a ter seu rosto arranhado. Com medo Ariel não quer voltar à escola e seus primos também não, pois alegam sofrer perseguição e agressões físicas por serem ciganos. Os pais de Ariel foram na escola,falaram com a professora que disse não ter visto isto acontecer e que da próxima vez ela vai ficar de olho.  Agora eu me pergunto e se da próxima vez ao invés de unhas for um estilete? E se da próxima vez, Ariel não consiga chegar em casa? Por que este ódio gratuito pelos ciganos? E estamos falando de crianças de 6 anos. A família de Ariel está apreensiva, pois recebem bolsa família e tem medo do recurso ser cortado, pois o mesmo esta traumatizado e não quer voltar para a escola. Agora eu me pergunto e se fosse o contrario? Se Ariel tivesse agredido o coleguinha? Como seria a abordagem dos pais e da escola, em defesa do aluno agredido? Até quando vamos ver as nossas crianças sofrendo na escola? Até quando vamos ter medo do brasileiro e nos entocar em nossos ranchos? Até quando vão nos hostilizar por sermos quem somos e mesmo sem ter cometido nenhum pecado, não ter roubado e nem matado ninguém vamos ser odiados pelo folclore popular?  
            De acordo com os relatos de Sielma e Miranda (15 e 16 anos de idade, respectivamente), a vida na Escola Estadual de Educação Básica Genivaldo Novais Agra, que fica localizada no centro da cidade, bem próximo ao rancho, é bem difícil:“O povo aqui ainda tem muito preconceito, dizem que cigano engana... que é ladrão...” (Miranda, 16 anos).
           
Os jovens que, pelas viagens ou por falta de permissão dos pais, nunca frequentaram a escola (ou frequentaram pouco) me falam que sentem vergonha de ir à escola, pois, pela defasagem em seus aprendizados, eles são matriculados em turmas com estudantes bem mais novos. Neste cenário,os Calon sempre falam do desejo de que existisse uma escola no rancho. De acordo com Sielma, uma escola dentro do rancho faria com que as mulheres aprendessem a ler, a maioria se casa muito cedo e deixam de frequentar a escola;já os meninos largam a escola quando começam a viajar e também com o casamento. Sielma sempre me revelou o desejo de ser professora – “Queroensinar aqui no rancho” – com 15 anos e frequentando o 6° ano do ensino fundamental, ela afirma que não pensa em casar porque quer continuar os estudos e casando corre o risco de não poder mais frequentar a escola.


Referências
Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (29 de novembro de 2010). http://cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?codmun=270180#
SEPPIR. Brasil Cigano – I Encontro Nacional dos Povos Ciganos, 20 a 24 de maio de 2013, em Brasília-DF. Disponível em www.seppir.gov.br.
GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 4.ª ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1963.
TEIXEIRA, Rodrigo Corrêa. Ciganos em Minas Gerais: uma breve história. Belo Horizonte: Crisálida, 2007.

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