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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Rio São Francisco e seus lugares: o mundo imenso de Piranhas

Uma viagem a Piranhas
Luiz Sávio de Almeida

Uma pequena introdução

Eu conhecia Piranhas; passei por lá diversas vezes.  Sempre tive a vontade de demorar, passear e, como dizia a velha minha mãe: apreciar. Em outubro, houve a oportunidade; fomos, Myrian e eu acompanhando um casal amigo. Valeu a pena. Não me resta dúvida de que se trata de uma cidade bem cuidada e que  se cuida também, começando a crescer,  significativamente, a ideia de que o turismo é uma fonte econômica de primeira grandeza. 

 Aliás,  Piranhas atualmente já é o terceiro município alagoano em termo de destino e amplia a sua capacidade de receber. Eles vendem diversas mercadorias: uma delas, é a sua história  de alta ligação com o cangaço, de onde se tem a presença do Capitão Virgulino. Outra, a beleza do estreitamento do São Francisco e afloramento de suas rochas; finalmente, o próprio senso da população de que algo transformou a economia urbana. Falta, sem dúvida, bem mais sobre a  história do local, a sua função no povoamento sertanejo. 

As fotos que apresentamos são singelas e todas, praticamente,  tiradas do mesmo ponto alto,  visando um panorama ou vistas gerais. Eram para um arquivo de imagens de Alagoas – espécie de Banco de Imagens – que mantemos e que, pouco a pouco, iremos dando uso público ao colocar no nosso blog.

Então, fica com você o que vi de cima de um alto, numa manhã bem cedo de um dia de domingo. Para algumas das fotos,  foram feitas anotações em campo e elas estão reproduzidas da mesma forma como estão na caderneta da viagem. Muitas delas foram escritas na solidão da noite, repassando o trabalho do dia.

As fotos

Foto 1
Mestre de baixo, não se aventura a navegar aqui. Basta ver as pedras aflorando. Não é fácil. A beleza do rio é fantástica, como se fosse uma sanfona indo e vindo em termos de distância entre as margens. Foi tomada nas cercanias do local de filmagem de Borodogó. O dia estava chuvoso e o céu pesado. O verde deverá ser menos verde e a linha de horizonte difusa.



Foto 2
Foi deste ponto, que tirei quase todas as fotos. Isto é um farol e é claro que tinha a ver com a navegação no rio, na época em que Piranhas era um entreposto significativo.

     


Foto 3 
Uma outra visão do rio, ângulo mais aberto


Foto 4
A solidão do cemitério e a sua brancura no sertão

Foto 5
Achei bonito o contraste entre o caminho tosco e o branco da torre da Igreja.  Era como se a torre fosse uma espécie de cartaz dizendo: a cidade está aqui.
Foto 6
Ampliando o ângulo anterior, para mostrar o relevo


Foto 7
A imensa tira da escadaria branca, ajuda a ver as variações na altura dos pequenos montes que fazem Piranhas. Eu senti que a fé sobe montanhas. A igreja lá em cima, preferiu olhar para a foz do rio. Seria um umbigo deslocado ou estou complicando?


Foto 8
A confusão harmônica, causada pela conquista do espaço sobre o relevo.  O branco das escadarias parece seccionar e não integrar, mas isto não importa para quem anda em Piranhas pois ninguém sobe por minha fotografia e nem tende a ficar parado pensando besteira.
Foto 9
Uma foto de maior aproximação e eliminação da maioria das escadas. O conjunto das quatro casas centrais me fascina, especialmente quando vejo as cinco portas brancas, em contraste como buraco negro na segunda casa da esquerda para a direita.

Foto 10 
O futebol de salão, a espinha de peixe das escadas, as três casinhas bem na extrema direita, o estranho da casa em relevo,em frente ao campo, como se fosse a semelhança de si mesma e indicando que somente se olha a leste.

Foto 11
O outro lado de Piranhas é um nada e poderia ser? Fica tudo  numa exígua faixa de terra baixa.

Foto 12
O progresso. Sertão vai virar mar?

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