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segunda-feira, 20 de abril de 2015

NERI, Gomes. A Ação Integralista Brasileira na “Terra dos Marechais”: sua formação e atuação em Alagoas


Nosso objetivo é contribuir para uma boa discussão sobre Alagoas. A administração pode discordar, no todo ou em parte,  do que é dito no texto. O importante é que a posição do autor seja discutida.

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Dois dedos de prosa

Luiz Sávio de Almeida 

Alagoas vem se beneficiando do aparecimento de uma nova geração de pesquisadores que merece todo  o nosso respeito; são pessoas sérias, meticulosas, inteligentes e procuram contribuir com a discussão de nosso processo histórico. Muitos revisitam tema antigos; muitos procuraram temas novos como Gustavo Neri, que resolveu escrever sua dissertação de mestrado sobre o integralismo em Alagoas, um tema a bem dizer virgem.

Ao que me consta, sobre o tema, apareceram apenas dois artigos meus, publicados na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas resultado de meras notas por mim coletadas quando discutia comigo mesmo, qual o tema que deveria ser aproveitado em meu doutoramento. Terminei indo para o século XIX.

Gustavo Neri trouxe um belo texto, uma excelente discussão sobre a vida alagoana na década de trinta e é uma honra para Campus, poder publicar parte do material que ele produziu; trata-se de uma adaptação que sairá em quatro números de Campus.

Tomara  que alguém prossiga com esta história, produzindo sobre os reagrupamentos  que os integralistas tiveram  em Alagoas.
Campus agradece o favor que o autor nos fez.

Jatiúca, janeiro de 2015


Gustavo Neri: Licenciado em História pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL, Mestre em História pela Universidade Federal de Alagoas- UFAL, Professor de História e História da Arte do Ensino Médio, atualmente lecionando no Colégio Rosalvo Ribeiro dos Santos, Autor do Artigo: A Indústria Têxtil, O Decreto Nº. 19.739 e a Legislação Trabalhista, in. A Indústria Têxtil, a classe operária e o PCB em Alagoas. Org.; Alberto Saldanha.   




 

A Ação Integralista Brasileira na “Terra dos Marechais”: sua formação e atuação em Alagoas

Gustavo Neri


          Provavelmente no dia 20 de agosto de 1933 foi fundado em Maceió o Núcleo Provincial Integralista (N.P.I.), que tinha como sede o Edifício Perseverança e Auxílio, localizado na rua João Pessoa. Foi ali que Plínio Salgado lançou a pedra fundamental do integralismo em Alagoas. Com toda a majestade de sua arquitetura o Edifício Perseverança e Auxílio abrigou as diversas manifestações integralistas na capital alagoana, entre elas as comemorações do aniversário de um ano da instalação do Núcleo Provincial, no dia 20 de agosto de 1934.   
        
          A festividade contou com a participação de quase todos os integralistas de Alagoas, que por volta das vinte horas fizeram um desfile pelas principais ruas da capital, tendo na frente da comitiva o Chefe Provincial, Afrânio Salgado Lages. Após a reluzente caminhada verde, as comemorações tiveram prosseguimento na sede provincial, onde se encontrava um grande número de famílias e pessoas interessadas naquele belo evento. Diante da plateia admirada, a ala integralista soltou três “anauês” para o chefe nacional, Plínio Salgado. 

          A atividade continuou com a fala do Chefe Provincial que fez lembrar a importância daquela data e como tinha sido o primeiro ano do movimento, o Dr. Mario Marroquim, Diretor do Departamento de Publicidade, que falou do integralismo em face do Estado corporativo, e outros integralistas que falaram sobre o Credo Verde. Feito o juramento de fidelidade ao Chefe Nacional por um novo companheiro, foi encerrada a sessão sob a entoação do Hino Nacional, tendo sido batida uma chapa fotográfica.  


          O integralismo não teve grande dificuldade para se expandir em território alagoano; os grandes problemas do movimento eram financeiros e isso propiciou para o fechamento de alguns núcleos. No entanto, enquanto em algumas cidades os seguidores do Sigma sentiam dificuldades em manter seu grupo ativo, em outras esse problema não existia, pois Alagoas contou com núcleos integralistas com mais de 500 membros inscritos.

          Na batalha contra o comunismo os integralistas tiveram papel fundamental, identificando membros e sedes que pregavam ideais “subversivos”. Os serviços eram de espionagem. Grupos integralistas vigiavam pessoas suspeitas de pregar os credos comunistas; caso suas atitudes ilícitas fossem confirmadas, eram denunciados para os chefes de polícia para esses tomarem as medidas cabíveis. Porém os comunistas não eram os únicos inimigos da AIB-AL, pois o liberalismo também era alvo de fortes críticas, sendo apontado como um sistema falido. Assim, sua funcionalidade para o Estado, seu discurso focado em símbolos e conceitos cristãos e a descrença gerada pela crise de 1929 tornaram a AIB-AL uma possibilidade para a “salvação” de Alagoas.  


          Mas em 1937, nas vésperas da promulgação do Estado Novo, a repressão atingiu a todos, inclusive os integralistas. No município de Capela a batida do “martelo” foi mais forte. Nesse pequeno município alagoano, vários camisas-verdes foram detidos e sofreram ameaças. As atitudes violentas do Estado provocaram uma série de afastamentos de alguns membros integralistas. Desta maneira, entre altos e baixos Alagoas presenciou os ideais do Sigma surgirem, crescerem e desaparecerem. 

            A Terra dos Marechais parecia um local fértil aos ideais dos integralistas, pois dispunha de um corpo de trabalhadores urbanos e rurais, ideais religiosos muito fortes e uma elite conservadora propensa aos ideais da extrema direita. Precisava, portanto, de uma organização política forte que pudesse colocar em prática a política de sindicalização do governo de Vargas, sem que o grupo patronal e essa elite sofressem riscos. Foi percebendo esse campo pouco explorado e aproveitando a situação de incerteza gerada pela crise de 1929 que os olhos integralistas se voltaram para Alagoas e aqui construíram uma curta, mas relevante história.                    

          Os núcleos integralistas tinham como matriz o Núcleo Nacional, que era o poder máximo do integralismo. Este se expandia pelos núcleos provinciais, que representavam a autoridade máxima em cada estado, e cada núcleo provincial tinha sob os seus cuidados e tutela os núcleos municipais, distritais e rurais. Cada núcleo possuía várias secretarias para auxiliar nos trabalhos; o número de secretarias variava de acordo com o número de membros e o tamanho do núcleo. Na verdade, o chefe provincial era como um governador integralista, e os chefes municipais eram como prefeitos, tendo de prestar contas ao governador e ao presidente (chefe nacional). 

          Os grandes centros tinham como principais secretarias a Secretaria da Corporação, Secretaria da Propaganda, Secretaria da Finança, Secretaria da Imprensa, Secretaria de Estudo, Secretaria de Assistência Feminina e Pliniana, Secretaria de Assistência Social, Secretaria de Cultura Artística e Secretaria de Educação. Cada órgão ficava sob a chefia de um secretário, que organizava as atribuições do seu setor. Algumas dessas secretarias possuíam uma representatividade maior; isso variava de acordo com o núcleo. A Propaganda tinha de ser trabalhada da seguinte maneira: 1º) deveria ser intensa, 2º) sistematizada e comandada e 3º) ser dirigida para a conquista de elementos dinâmicos, revolucionários e formadores de massas.

           Influenciada pela política de sindicalização do governo varguista e baseada na  concepção corporativa, surgiu outra atividade de destaque no movimento integralista: a valorização da organização sindical. Mas não bastava o indivíduo participar ativamente da sindicalização, pois sua função ia além, já que o “credo verde” deveria ser pregado no grupo sindical para atrair aliados ao integralismo. Aquelas regiões onde não existiam organizações sindicais deveriam ser ocupadas pelos integralistas. A ideia era manter as organizações trabalhistas sob a ótica integralista e afastar a classe trabalhadora dos pensamentos subversivos que pairavam sobre o Brasil.  


          Alagoas ainda “engatinhava” com relação a essas organizações sindicais; em vários telegramas trocados entre a direção do partido integralista e algumas secretarias, essa situação de imaturidade sindical é constatada. Assim, cidades como Pilar, São Luís do Quitunde e Flexeiras são citadas nas documentações. Pilar era território de uma grande fábrica têxtil do estado, a Fábrica de Fiação e Tecido Pilarense, e chamava a atenção dos integralistas por apresentar um corpo operário urbano pronto para ser “domesticado” pelos ideais do Sigma. Percebendo isso, os integralistas buscaram novos militantes nesse território pouco explorado. 


             Para organizar melhor esse processo de sindicalização, Afrânio Lages resolveu “resgatar” das fileiras comunistas Euclides de Andrade (era membro do Partido Comunista Brasileiro-PCB e era o orador oficial da União Geral dos Trabalhadores-UGT). Em 1934, quando foi recrutado pelo integralismo, teve de se desligar dos vermelhos e renunciar ao cargo na organização sindical. Foi um forte opositor da UGT e do PCB. O Chefe Provincial deu-lhe o cargo de secretário-geral do Centro Operário Integralista (SGCOI). Este órgão tinha a função de trabalhar na organização sindical dos trabalhadores; seus principais inimigos foram os comunistas e a União Geral dos Trabalhadores (UGT).

 Essa secretaria atuou contra greves, comícios que combatiam o integralismo, candidaturas indesejadas e grupos adversários. A pouco menos de um mês das eleições de outubro de 1934, constava num de seus relatórios as atividades de seus rivais em alguns municípios do estado: “Companheiros! A União domingo passado distribuiu várias caravanas pelo interior do estado, e o resultado foi negativo. Em Rio Largo, foram vaiados e até apelidados; em São José da Lage, foi preciso garantir auxílio à polícia para o regresso; e, por fim, no Pilar, foram decepcionados (sic)” (RELATÓRIO DA SGCOI, MACEIÓ, 19 de setembro de 1934, p. 1). 

Em 1934, o secretário do Departamento Municipal de Organização Política (DMOP) do núcleo da cidade do Pilar escreveu para seus superiores que em sua pesquisa tinha encontrado naquela cidade duas organizações classistas, eram elas: Fraternidade e Instrução dos Caixeiros do Pilar: beneficente das classes laboriosas do Pilar e Fábrica Fiação e Tecido Pilarense, ambas sem relação alguma com a UGT. Isso permitiria uma atuação mais contundente dos integralistas naquele município, tendo em vista que seus inimigos não haviam consolidado seus ideais naquela região. 

             O que fazia da UGT um risco para a AIB? Em 1934 a UGT estava presente em Alagoas e representava para os integralistas e os grupos conservadores do estado uma ameaça à ordem social e à organização sindical; seus líderes eram considerados anarquistas e “enganadores” da classe operária. A situação se agravou para os camisas- verdes quando seus adversários se aliaram à Liga Contra a Guerra e o Fascismo, e no dia 4 de setembro de 1934 organizaram uma greve que teve como consequência o fechamento do sindicato da Força e Luz e o sindicato dos Gráficos foi impedido de realizar sua última sessão. 


          A UGT era acusada de ser uma sociedade organizada fora das leis sindicais e, por esse motivo, não era reconhecida pelo Ministério do Trabalho. Assim, os integralistas e outras forças conservadoras de Alagoas trabalhavam com a ideia de criar uma Frente Única contra a UGT. O secretário afirma também existir um sindicato da Fábrica Têxtil Pilarense, reconhecido no Ministério do Trabalho; no entanto, este se encontrava extinto, devendo os integralistas atuar na reconstrução desse grupo sindical. Assim, aquela cidade se encontrava com um forte grupo operário que precisava ser moldado sob a ótica integralista. 
   
          Na cidade de São Luís do Quitunde essa situação se apresenta igualmente como em Pilar, porém naquela região o levantamento identificou outros problemas além da simpatia de alguns dos trabalhadores à UGT, nessa região se tinha um grande número de trabalhadores rurais e analfabetos.
   
                          
           Uma estratégia integralista era a de se infiltrar nos ambientes eleitorais não integralistas, perceber quais elementos tinham influência no meio eleitoral daquela cidade e dessa forma trazê-los para o integralismo. O analfabetismo desses trabalhadores rurais incomodava os integralistas, pois aqueles não representavam força de voto; assim, era preciso agir para que esse problema fosse resolvido. Mesmo não tendo a eleição como um foco principal, os integralistas acreditavam, baseados na “Revolução Espiritualista” de Plínio Salgado, que isso só seria possível com um grupo intelectualizado, e portanto era preciso ter na base do movimento militantes que pudessem no mínimo ler algumas linhas do Manifesto de 1932. 

          Para solucionar o problema do analfabetismo entre os trabalhadores, o integralismo tinha como obrigatoriedade de seus núcleos manter uma escola de alfabetização para adultos. Essa era uma campanha nacional e bastante aplicada em Alagoas. O objetivo era a alfabetização dos trabalhadores, que levava ao aumento do número de votos para os integralistas. Divulgava-se para a sociedade que os seguidores do Sigma eram também artífices da construção cultural do Brasil. Essa discussão era tão presente no movimento integralista que em 1º de janeiro de 1937, período em que os partidos políticos do Estado se organizavam para as eleições do ano seguinte, ocorreu um congresso municipal da Ação Integralista em Alagoas. Uma das teses apresentadas naquele encontro foi à alfabetização de seus militantes.


          O processo de formação intelectual do sujeito era algo que chamava a atenção dos camisas-verdes, pois o enxergavam além das vias eleitorais. Tendo em vista a doutrina domesticadora dos movimentos autoritários, esse processo educacional tinha grande relevância, já que a disciplina, o espírito patriótico, o anticomunismo e os preceitos cristãos aos integralistas deveriam ser ensinados desde pequeno, para aqueles brasileiros que tivessem a “sorte” de tê-los. Cabia à Secretaria Provincial de Assistência Social (SPAS) a função de organizar um centro educacional para a comunidade. Em Alagoas, as escolas integralistas geralmente ficavam sob os cuidados do departamento feminino.

          Para se manterem próximos da comunidade, os núcleos integralistas em Alagoas usavam festividades para expandir o “credo verde”. Funcionavam como mais um trabalho de assistência social, buscando na atuação sobre os desamparados uma possibilidade de mostrar o lado “caridoso” do movimento e, ao mesmo tempo, atrair seguidores para a bandeira do Sigma. Essas festividades contavam com o apoio da Igreja Católica e geralmente se concentravam nos festejos religiosos. Alguns desses eventos foram o Natal dos Meninos Pobres e o São João dos Pobres.

            Em 1936, devido a uma série de obrigações do núcleo provincial de Alagoas, o Natal das Crianças Pobres não pode ser organizado; assim, para não faltar com o serviço de caridade perante a comunidade e principalmente com a Chefia Nacional, os integralistas alagoanos decidiram organizar o São João dos Pobres. Essa cerimônia consistiu na distribuição de donativos para pessoas necessitadas e foi organizada pela Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) e pela Secretaria Municipal Feminina (SMF).


          Para a realização do evento, o movimento contava com donativos obtidos em quermesses, leilões e outras atividades que pudessem ampliar o capital acumulado. Todo o dinheiro acumulado nessas arrecadações era remetido à Secretaria Provincial, que junto com a Secretaria Municipal de Finanças (SMF) o distribuía entre os núcleos municipais, para que estes fizessem a compra dos materiais destinados aos pobres. A divulgação desse evento ficou por conta da Secretaria Municipal de Propaganda (SMP), que usou o jornal A Província para executar essa função. O evento estava marcado para a véspera das comemorações do dia de São João.  Para cumprir com o ideário religioso, a AIB usava citações cristãs, “Quem dá aos pobres empresta a Deus.” Visando manter as atividades do movimento dentro da tríade “por Deus, pela Pátria e pela Família”.

          O Departamento de Assistência Social era o que mais se aproximava da comunidade, pois seus trabalhos de caridade aos desamparados permitia essa relação. Além dos trabalhos de educação e das festividades religiosas, os integralistas usavam essa secretaria para a disponibilização de assistência médica à sociedade. Em 1936 foi nomeado para a SPAS o Dr. Pedro da Cunha, médico não integralista que atendeu gratuitamente em nome da AIB, fornecendo inclusive medicamentos a seus pacientes. Porém, em novembro, o Dr. Rocha teve de se mudar para o sul do país; mesmo assim, ainda atendeu algumas pessoas recomendadas pela AIB. 


Apesar desse grande desfalque, a SPAS não ficou desamparada, pois desde  setembro daquele ano o chefe provincial de Sergipe, Aguinaldo Celestino, estava em Alagoas como delegado do chefe nacional e deu funcionalidade a relevantes trabalhos no departamento de assistência social no estado. Iniciou a construção de um ambulatório para atender a população carente e disponibilizou seus próprios recursos para financiar a compra de uma mesa de cirurgia.   

Em janeiro de 1937, a SPAS tinha como metas para o primeiro semestre de 1937 as seguintes medidas referentes à saúde: 1º) concluir os trabalhos da construção do ambulatório; 2º) nomear um médico para atender os necessitados que recorrerem à AIB; 3º) manter uma farmácia com medicamentos solicitados a vários laboratórios do país e comprar alguns no laboratório Raul Leite. Como solução para esses planos os integralistas pretendiam usar a arrecadação de donativos para o primeiro item; ao segundo, nomeariam um companheiro médico para assumir os trabalhos de atendimento; e quanto ao terceiro item, ficou definido que após a nomeação do médico, seria enviado um ofício, assinado pelo médico nomeado, para os principais laboratórios do país com a solicitação de medicamentos. 

 O Departamento de Propaganda também era de fundamental importância para a disseminação dos ideais do Sigma em Alagoas, já que era dele o trabalho de convencimento das comunidades para aderirem à AIB. Desse modo, além da caridade praticada pelas SMAS, as Secretarias Municipais de Propaganda (SMP) apresentavam o integralismo nos municípios do estado, sendo para isso era seguido um roteiro: a) o uso obrigatório de camisas verdes em festividades públicas, nos dias de feiras na cidade, principalmente em atos religiosos e em qualquer outra solenidade de caráter parecido; b) a organização de bandeiras que percorressem os interiores dos municípios e com linguagem acessível pregassem a doutrina do Sigma − as escolas de alfabetização de adultos também eram parte da propaganda verde; c) a difusão de jornais, revistas, livros e até mesmo boletins e avisos eram recursos para essa secretaria; d) a anexação, nas vias mais movimentadas, de cartazes e letreiros que tratem do movimento integralista; e) a organização de conferências, culturais e doutrinárias, em linguagem ao alcance intelectual da população ouvinte; f) a organização de um clube esportivo e de outras diversões que tivessem o caráter integralista; g) nos estabelecimentos de membros integralistas deveria haver papéis de embrulho e etiquetas com o símbolo integralista; h) trabalhar na expansão dos núcleos rurais; i) propagandear os ideais integralistas nas palestras familiares e em qualquer outro meio social, pois não se deveria perder nenhuma oportunidade de fazer aliados; j) fazer alusão nas correspondências ao integralismo ou à AIB como a ressurreição da pátria; l) fazer a saudação integralista em qualquer lugar, vestindo qualquer roupa, pois o entusiasmo da saudação exibiria ao público a fé na doutrina integralista, e assim asseguraria adeptos em maior número para a Ação Verde.   
 

Assim, com o apoio das secretarias, os trabalhos de assistência social, o objetivo de sindicalização da classe trabalhadora e a política educacional, os integralistas foram consolidando espaços na sociedade alagoana que renderam para esse grupo vitórias. Estas se estenderam desde a sabotagem às atividades de seus rivais até conquistas eleitorais como os cargos de deputado estadual, vereadores e até de prefeito de alguns municípios alagoanos.

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