Translation

sábado, 14 de maio de 2016

Mãe Vera. A história de vida de uma Yalorixá


Este material foi publicado em Campus/O Dia
Life history of an yalorixá 
Historia de vida de una Yalorixa 


Quem é quem

Veronildes Rodrigues é a Mãe Vera do Abaçá da Angola, Yalorixá que semprer acompoanha o movimento das religiões afrobrasileiras em Alagoas. É também artista compositora, tem seu afoxé e realiza um trabalho com jovens.

Dois dedos de prosa

                A Mãe Vera é uma grande amiga que tenho; por ela sinto um grande respeito, carinho e admiração pela dignidade como sustenta a palavra de sua religião. Faz tempo que desejava publicar material sobre ela, até que apareceu este número de  Campus, organizado com a participação do jornalista Railton Texeira e a partir de entrevista feita por  Arthur de Almirante.

                A grande importância deste testemunho da Mãe Vera é a demonstração do espaço de vida comunitária da religião de raiz afrobrasileira.

                Um abraço

Sávio de Almeida

 
Um pouco sobre a minha vida (I)

Veronildes Rodrigues, a Mãe Vera


O trabalho na comunidade

Na comunidade, como trabalho com cestas básicas, que vem da Conab, trabalho com ajuda das comunidades de fora para pegar roupa, doações, então soube fazer convívio do bom ao ruim e todos tem o momento de precisar da mãe Vera, não precisam da Veronildes Rodrigues, mas precisam da mãe Vera, porque a mãe Vera vai lá, briga com a polícia, a mãe Vera briga com o delegado, a mãe Vera briga com todo mundo, a mãe Vera briga com quem bate na mulher, tudo isso acontece. 

Eu tenho que estar com o telefone de polícia, de quartel, de gerenciamento de crise para tudo, a gente nunca sabe a hora nem o momento. Às vezes a gente diz assim, ‘pronto acabei de almoçar, tava uma delícia, vou dormir ‘, já não é assim, você não vai ter aquela tarde para dormir, as vezes você precisa sair para resolver as coisas; termina que suas coisas vão ficando para trás. 

Logo assim que comprei, aqui, o Abaça de Angola, muita gente achou estranho: um terreiro de frente que não tinha o conjunto; eram as canas, de frente pras canas, pra mulher bater e de repente poderia soltar um marginal do presídio e invadir a casa. Eu fui bem aceita e eu aceitei também todo mundo de braços abertos; tem crentes que sentam na minha porta pra conversar comigo, outros para mim dar folhetos, tudo isso.
Eu sou enxergada não como mãe de santo, como zeladora de santo; sou enxergada como uma curandeira: ‘ah eu to com uma dor de cabeça, já tomei tanto remédio, a senhora pode passar o que para mim?’. Eu me sinto mais médica do que a minha médica que me receita. ‘No Posto ou no Colégio não tem vaga para o meu filho...’ Ai eu tenho um conhecimento; vou até lá, vou fazer aquela matricula, por aquela mãe, ela vai só assinar. Tem que levar a mulher na Maternidade: chamou a Samu, a Samu não veio, eu paro o camburão. Como agora existe uma ordem que o camburão não pode da assistência, a não ser a Samu, se for tarde da noite eu quero que a polícia me der cobertura, até arrumar um carro que der socorro àquela pessoa. Parto, já fiz na minha casa; quando a Samu veio chegar, já tinha levado para a maternidade, mas já cortei umbigo, já despachei para a cinta tudo mais das mulheres. Tudo isso eu acho que é o que, uma falta de respeito à comunidade. Falta de respeito a que? À vida das pessoas.

A comunidade e os conflitos 

Nós moramos perto do Gama Lins, perto do Lucila; nós moramos perto de bairros que viviam de conflito e que agora deram até uma pausazinha, mas essa pausa porque existe lá na praça a cabana da polícia, direto, a frequência da polícia esta me dando até um descanso espiritual. Porque uma hora a gente já estava ouvindo as balas, os meninos pequenos já sabem quando é os fogos, quando é a bomba, mas os meninos já conhecem quando é bala quando estão brincando, se ouvirem um tiro saem correndo todo mundo  para dentro, ‘não foi um tiro agora, foi um tiro, olhe que vai ser um tiro’, ai a gente vê que realmente é um tiro. Comunidade com comunidade, de conjuntos diferentes e agora parou mais com a presença da policia dentro dos conjuntos. 

Eu passo por todas elas, se for numa hora que elas estejam de conflito, algum falam assim: ‘oh tia, da para a senhora da mais pressinha para casa não? Porque aqui as coisas não tão boas’. O meu torço é a minha bandeira, é a minha carta de libertação, porque eles avisam, por isso eles respeitam, por mais marginal que seja eles respeitam a religião, tanto crente, quanto católico, como espírita. O povo diz: ‘não o vagabundo respeita não’. Respeita sim. Respeita até mais que o povo da alta sociedade. Quando falo alta sociedade, me refiro a quem estar no patamar alto; é bom dizer que existe descriminação que é a falta de respeito com o babalorixá ou com a ialorixá, não existe o respeito, existe simplesmente quem não cuide da gente, a gente só é lembrado dia 20 de novembro por causa de Zumbi; é como a gente é lembrado, a gente é lembrado para a lavagem do Bonfim, a gente é lembrado para o Quebra de Xangô, são essas situações que nós somos lembrados, não somos lembrados no dia a dia; se você adoeceu, se você esta em cima da cama, se você precisa de um remédio, ou se você realmente esta com o seu cartão do SUS em dias... Não existe isso.

A solenidade e o sustento

Agora, se você disser que vai tocar para mestre, o Exú e a Pomba Gira tem as cervejas deles que ganham, o Exú e a Pomba Gira têm o cigarro que ganham, fora a comida que vai da para as pessoas. O que acontece é que o povo vem para beber, o povo não vem para olhar, e vem para olhar a Pomba Gira que botou uma roupa bonita, para criticar, porque a Pomba Gira não bebeu muito, só para a matéria servir o povo, até os próprios da própria religião são os primeiros da descriminar a religião que vive, porque nada nós fazemos para agradar, mas sim só para críticas. 

Por mais rígido que seja o babalorixá ou a ialorixá não satisfaz aquilo que a pessoa estar fazendo para o orixá. O orixá que a faz quando chega 8 de dezembro, festa das águas, terminou a festa das águas, você pode tocar para Iemanjá quinhentas vezes no mês de dezembro e não é reconhecido, o povo não esta nem ai, a folia foi aquele oito de dezembro. 

Exu é povo de rua, é que o povo fala que Tranca Rua, Exu Tiriri. E mestre significa quando uma entidade é tombado na Jurema, que é chamado de mestre. Mestres são aqueles que já têm várias doutrinações e essa doutrinação é passada pra ser tombado em Jurema. Porque Exu de Rua, não pode se disser que é mestre. O único mestre que às vezes o povo ainda trata como Exu, é  o Viramundo. Mestres são entidades que já passaram por aquilo que a gente passa hoje em dia e não querem passar mais. Se perguntar a um dos mestres, se eles querem passar pelo o que estamos passando hoje em dia, nenhum deles querem. Santidades que já foram iguais a nós, que já passaram por muitas decepções, isso é tombado na Jurema

O que a Jurema significa? A Jurema é o Cruzeiro Sagrado de Preto Velho e esses espíritos velhos são os mandantes  de Jurema, são os principais da Jurema  que são as correntes de Preto Velho. Na Jurema, vem a linha de Ciganos, vem a linha de Caboclo, Caboclo na Jurema, vem os Príncipes Sagrados e seu Zé, um mestre já consagrado na Jurema. 

Existe a Jurema só pra  Mestre, e existe a Jurema  Mestiça. Eu sou Angola, por que sou Angola mestiça? Eu venho da barriga de Nagô, uma barriga Congo. Minha mãe passou nove anos sendo mãe pequena da casa do finado Edinho, marido da mãe Mirian. Então, a minha mãe era mãe pequena de lá e foi quando a minha mãe me teve e me criou no quarto dos fundos.
Hoje em dia, você chega na casa de pai de santo; se for uma mulher que tiver de  bajé não pode entrar na casa do santo porque esta de bajé, mesmo cortando para Xangô. 

Recebi o titulo de comendadora antes de receber da mulheres da paz muito mais de cinco anos. Eu tenho e entro no gabinete dos vereadores e dos deputados, porque sou aquela mulher encrenqueira, vou lá e vou mostrar a ele a minha realidade se não estou precisando de ajuda estou precisando ajuda para alguém, porque quem tem que chegar lá. É a Mãe Vera que pode dizer que se comprometeu, como já experimentei uma vez, fui pro escritório de um deputado e dei o meu nome. A menina disse: ‘quem é que quer falar com ele?’. E eu disse ‘bote ai Veronides Rodrigues da Silva e a dada de nascimento’. Quando ele saiu, que já não queria atender ninguém ele voltou e disse:, ‘o que você esta fazendo o que aqui?’. Eu disse ‘menino de hoje que estou aqui olhe a sua secretaria é maravilhosa, já tomei cafezinho, já comi bolacha, já tomei água’ e ele disse ‘faça isso mais não, se ela tivesse ido embora eu poderia ela poderia ter perdido o cargo, porque ela não me avisou que a senhora estava ai, deixe a sua identidade de Veronildes pra gente tirar dinheiro, pra gente ir no banco a senhora trabalha com cheque, se a senhora for trabalhar com viagem de avião, de ônibus, é pra isso que a sua identidade servi, mas pra gente sociedade é mãe Vera, mãe Vera que canta na orquestra  de  tambores, mãe Vera que tem maracatu, mãe Vera que tem o terreiro’. Pois quando minha neta nasceu, experiente eu coloquei o nome dela de Veronildes Rodrigues da Silva Filha. Por que Veronildes Rodrigues da Silva Filha? Para as pessoas verem  que eu a Vera já estou onde devo ser, a mãe Vera e ela estar se apropriando agora
Tem outros espaços assim que quando tem um casamento, de pessoas que tenho conhecimento eu vou até lá. Me enxerga não como mãe santo, mas como uma zeladora, uma curandeira que esta ali, eu tiro o tosso porque no casamento quero me sentir eu, eu a Vera, quero me sentir eu embora que bebo não fumo, mas você sabe quando quer tomar  um refrigerante quem sabe estar vontade e de repente da uma vontade de tomar uma taça de champagne, todo mundo é vivo, mas termina que você não tem como mas é reviver sem ser conhecida a mulher do terreiro.

 ‘Mas a senhora por aqui já lhe vi na televisão, já lhe vi num sei o que, já lhe vi no terreiro, a você não se queixa do que vou lhe perguntar?’, ‘não,sintaxe a vontade’. ‘A senhora tem uma casa de macumba é?’ Eu disse ‘sim e estarei lhe esperando lá na hora que você quiser simples assim’. Procurar, procura naquele momento em que você estar ouvindo aquele som, aquela música ao vivo, ouvindo até no show você não curte mais, porque aquela pessoa tem atenção voltada um instante que lhe pegou ali, você se sente um político, o político não anda, pode ser dentro de um carro porque todo mundo vai pergunta olha aquele papel que eu dei, aquele documento pra eu trabalhar, preciso do documento do meu filho, da  para o senhor me ajudar, é também essa parte, existe varias atenções para estourar a mulher no terreiro, o babalorixá do terreiro nós não vivemos a mais.

Minha mãe é índia e meu pai é africano legitimo; meu pai morreu com cento e cinco anos, e, quando meu pai morreu eu estava com quinze anos de idade. Meu pai sempre me explicou a situação de enfrentar o dia a dia, inclusive, com essa preta velha que eu trabalho: a Vovó Maria Gonga. Eu, no dia do meu pai se ir, debochei porque eu já recebia santo e não queria cumprir com a missão da religião, porque eu via as minhas amigas tudo sair pra namorar, pra passear e eu não podia porque tinha horário para tudo.

Horário pra tomar banho de santo que era mais rígido do que hoje em dia; horário para não estar na rua: quando dá seis horas tem que estar rezando; quando dá a hora de comer tem que rezar, mesmo sendo o pratinho na mesa, tem que rezar e na escola não poderia rezar; minha mãe explicava que tem que rezar, mas como toda Vera é capetada, eu nasci no pingo do meio dia, fui tirada a ferro, minha mãe já tinha consagrado a olhar os meus caminhos e tentei  a escola, só que existe aquela coisa das professora tem conhecimento, porque eu era neta da família Batalha, chegava e dizia ‘olhe a sua mãe segue uma religião, a religião da macumba você tem que ser católica qual é o santo que você mais adora?’. 

Eu aprendi a adorar a Nossa Senhora Aparecida. Porque a Nossa Senhora Aparecida faz parte da minha família por ela ser negra; então na escola, aprendi com a minha diretora a ama Nossa Senhora Aparecida. ‘Na igreja qual é a santa que você gosta?’ ‘a santa que é da minha cor, oxi’. Respondi porque sempre fui respondona e porque tu é branco e fica coisando,  perguntando, que besteira... A professora disse ‘o que foi Verinha?’, não porque fica perguntando se vou para a igreja, se recebo a hóstia e na igreja qual a santa que mais gosto. ‘Não a Verinha é católica né isso Verinha?’. ‘É’ e calou, ‘mas oxe professora que coisa mais feia de ficar mentindo’, ‘você não esta mentindo, você ta omitindo para não existir problemas no colégio Verinha,  você é a única menina negra que sabe dança twist, quem é que vai quer uma xangozeira, uma macumbeira dançando twist e ganhando em primeiro lugar nas frente das brancas Verinha?”

Fui aprendendo o dia a dia na escola, e depois eu fiz um curso de manicure, me aperfeiçoei. Quando eu estava na época de termina o curso de enfermagem, inventei de casar. Então, por eu ser muito trelosa com meu parceiro o pai da minha filha, da Jeane, eu não queria viver no hospital  marcando presença pra  enfermagem. Foi a coisa mas errada que fiz, foi eu ter deixado de continuar o que eu devia estar sendo: enfermeira.

Foi justamente porque engravidei e ele disse que não ia manter uma mulher no meio de tanta gente, que eu olhasse que por ele ser  branco, o pai da Jane é muito branco, eu olhasse a minha pele pra estar no meio do povo; de enfermeira, quando eu terminasse, ia querer ser médica; eu já sabia como tirar uma bala, já sabia costurar aprendi muitas coisas, aplicar injeção no músculo, mas  eu gestante precisava da parceria de cuidado e não sabia se era menino ou menina que inclusive Jeane é gêmea, mas o menino  não aguentou a febre na hora do pardo e veio a falecer  e só ficou ela. 

Eu era a única menina, a única mulher negra que estava namorando com o homem de pele branca, olhos claros, cabelo bonito, homem muito mais alto que eu e quando ele descia do carro para buscar no colégio todo mundo parava. 

Estudei no Campo Teixeira. Quando estava terminando o básico dos estudos e estudaria, lá enfermagem, foi a hora que eu vim a engravidar porque naquele tempo não tinha  explicação que tem hoje, a gente não tinha o básico que se tem hoje, as mães não conversavam não queria  conversar como hoje na frente de um filho ou orientar ele pra não se meter em certas coisa que ele pode entrar nas coisas errada se quiser. Isso vamos supor quando eu aprendi a disciplinar a minha vida, eu tava com vinte anos quando eu vim a procurar ser mãe,eu ainda era virgem, ai eu vim decide a ser mãe, ai eu to com cinquenta e oito anos. Nessa religião to com quarenta e seis anos.

Já vi muitas coisas, o que hoje em dia agente não ver mais, eu aprendi o que é  coloca uma capa, não essa capa de chuva, mas que se chama de capote, era aquela capa escura bem grossa e que as mães de santo e pais de santos faz inclusa seus trabalho na maior surdina, tem que saber que botar não é diabólico não, não era magia negra não, era pra poder cumprir com seus Exús, suas Pombas Giras no meio da encruza seus trabalhos e a policia não ver, as vezes a seção e colocar um copo de água na janela pra fazer o guarda civil ele dormir, hoje em dia a gente não ver essa força poderosa porque não existe mais o respeito pelo o orixá.

O terreiro em si ele foi retornado como hoje em dia a gente representasse a cultura do maracatu. O maracatu não vem de Recife não, o maracatu vem daqui de Maceió que correu pro Recife quando o maracatu veio de Recife para cá veio o pai de santo, um pai de santo antigo morava na Jatiúca tinha que tirar o Oxum de qualquer maneira é como aprovei o que minha mãe me ensinou: Quando a gente canta o maracatu é de ouro, era na hora de todas as Oxum, Anagô levantava a mão e gritava o iêiê dela, mas  hoje em dia a gente canta folclore a gente canta pra mostrar pro povo o que era depois de 1912  mais o que eu digo todos os dias  já tem musica gravada que 1912 não acabou e o preconceito é tão alem de nossas cabeças que eu acho que não vai acabar nunca.

1912 é a historia do Quebra de Xangô que sofreu a tia Marcelina eu tenho ali no meu estandarte e muitas aulas que recebi de mãe Netinha, porque ela é uma pessoa sabia e que a gente nunca sabe por mais que você cresça por mais que você veja na vida sempre você esta aprendendo uma coisinha a mais e muitas coisas são diferente, hoje em dia o Oxos não é mais Oxos, o Oxum não é mais Oxum, ai vai mudando as qualidades de pai de santo e faz o que quer e o que tem vontade de fazer na cabeça de cada um quando o pai de santo faz aquilo que é por direito ai vem outro por trás que você estar errado, só quando da um retrocesso na vida do camarada é quando ele  realmente o que o meu pai fez,o que a minha mãe fez ela estava certa.

O povo de terreiro, ele não tem humildade eles não tem uma paz entre si, porque eu acho assim para eu destampar sua panela e não dizer pros outros que você não colocou tempero, eu tenho que chegar pra você e dizer que você errou, eu e você, mas vem as guerras e as relias por causa disso por causa dos filhos de santo, eu acho péssimo, por isso eu digo não sou de fazer questão, se um filho de santo sai da minha casa e vai pra outra, porque vai procurar a melhora as porta vão estar sempre aberta, a caneca do Eré jamais vou despachar, sai nem um assentamento do santo, eu vou esperar quando no dia que ele bater na porta eu digo ‘oh meu amor volta pra casa quando não tem axé’, ‘não porque eu isso, assado’’, não estar certo, converse muito não vá quedo tomar seu banho pra resolver as coisas’, é essa a situação.

Aqui no conjunto, nesse conjunto Otacílio Holanda, quem toca sou eu, aqui nesse conjunto novo já tem vários terreiros filho, tem um menino que sofreu agora pouco que jogaram pedra na casa dele, ele tava tocando para Exum e para Pomba Gira e mandou me chamar no outro dia só que ele veio, é falta de convívio meu bem. Você tem que fazer um convívio primeiro. Se sua casa é grande e bonita passa um delinquente como tem ali um bebão ali e bate na sua porta e perguntar o que você quer meu filho, a palavra é meu filho  agora se você gritar ‘esta fazendo o que aqui em o que é o que foi’, não você esta querendo na hora que você estiver tocando os tambor, bum, bum, bum ele joga uma pedra no seu telhado e olhe lá onde vai cair.

Eu graças a Deus tenho esse conviveu, não preciso chamar à policia pra na minha porta,  eu não preciso colocar um cão de guarda na minha porta, tem um cachorrinho com ele porque os meus netos gostam então só dou  graças a Deus, se for tarde você passar na minha casa ‘mãe Vera como vou por aqui?’, digo peraê, esta todo mundo manifestado, todo mundo ocupado eu chamo qualquer maloqueiro na esquina para lhe levar até o ponto de ônibus entendeu agora. Eles  tem consideração, você veio da minha casa ‘cê vem de onde?’, ‘da casa de mãe Vera’, ‘e é? A gente leva você cara’. Se tiver de mexer com você no ponto de ônibus ou qualquer coisa  é sinal que não é pessoa daqui do conjunto, pode ser uma pessoa de fora mais não daqui do conjunto, por mais vagabundo que seja  eu sei quem presta e quem não presta, mas vai lhe respeitar porque saiu da minha casa e não quer ver eu contrariada com nem um, cada um no seu quadrado, mas me respeita.

O bom convívio é, as vezes tem uma mãe que precisa de um conselho, tem a mulher que o marido não trabalha e vive no mundo das drogas e precisa  de uma feira precisa de disso e daquilo, eu sei que os meus netos precisa de leite e toma gogo,mas pro trabalho   com que ai vem um parece outro, um coisa e outra, ‘eita esse mês não vou comprar nada pro meu filho’, eu sei porque sempre tenho o básico e ganho doações e já levo. Isso é saber fazer conviveu com as pessoas porque se quatro ou cinco falar contra a minha casa, porque é uma zuera, um bate-bate aí vem dois, três dizer ‘não perae, foi lá para perto da coroa’ por causa dessa zuada, uns me chama de mãe Vera e outros me chamam de Coroa e outra passa na bicicleta ‘oh meu amor’, ‘minha querida’, é o modo de você tratar, agora quando você levanta o queixo pra cima e se acha o dono da situação meu amor não convive em canto nenhum e as vezes você pode estar sofrendo  a sequencia de alguma igreja perto como eu disse o menino ali  e também existe uma coisa não é só no terreiro que existe vândalos não, na igreja de crente existe ex-vândalos e não demonstra porque a bíblia esta na mão, certo, que ate se esconde da policia na própria igreja.

Tem pastor que diz que esta retirando o demônio, mas quem somos nos pra retirar algum demônio da cabeça de alguém que não existe, o demônio existe em cada um porque o demônio é aquele que tem a imaginação de tirar a vida das pessoas esse pode esta realmente manifestado com o verdadeiro demônio, mas outras pessoas já entende como o pastor esteja certo porque qual foi o pastor que ele vai pra igreja, que foi limpo por completo ou ele já foi da religião ou ele foi de outro tipo de coisa.

As consequências são as criticas, a casa em frente esta tocando, é criticas nas igrejas, as vezes os crentes que começou e nem sabe o inicio de nada e passar diz ‘esta amarrado em nome de Jesus’. Tem pessoas que criticam que já vem ‘ah fulano passou de torço’ diz que ta amarrado, comigo é aquele ‘Jesus te ama’ não sei se é porque a informação vai de boca em boca e eu não recebo esse tipo de critica como eu tava explicando o menino.

Nenhum comentário:

Postar um comentário