Poucas pessoas
tiveram de mim, o que Anilda teve: o coração. Poucos ou quase ninguém sabia que
encontramos um no outro, a perfeição da amizade. Nem sei explicar. Não
convivíamos e nem precisávamos. Bastavam furtivos minutos e eu conseguia
receber o carinho de minha amiga. Sabíamos roubar do tempo, minutos da
eternidade. Luiz Sávio de Almeida
I -
Caro Luiz Sávio de Almeida
Carlos Alberto Moliterno
Receber
de você a espinhosa, mas também irresistível tarefa de mergulhar nos papéis de
minha mãe, Anilda Leão, e de lá recolher crônicas e contos e poemas, de
preferência textos inéditos, nunca publicados, para com eles rechear as páginas
de O Dia – Caderno Campus -, foi um desafio. Que nem sempre pôde ser bem
cumprido.
Anilda
era uma mulher que guardava tudo o que escrevia, e era muito o que escrevia.
Como é compreensível nesses casos - o clima não ajuda na conservação dos papéis
antigos - as coisas vão se amontoando
com o passar do tempo, jogados aqui e ali, nos condicionantes de uma vida
extremamente dinâmica e participativa no ambiente cultural e político da
terrinha.
Já
tivera a oportunidade de constatar o quanto fora prolífica sua participação na
imprensa local, ao organizar a biblioteca do meu pai logo após seu falecimento
em 1998. Anilda se recuperava então da trombose que a acometera logo após a
partida do companheiro de meio século. Enquanto ela padecia mais de um mês de
internamento no hospital, e eu me via na perspectiva de perder os dois quase
simultaneamente, tomei aquele trabalho como uma terapia.
Além
dos então quase 10 mil volumes que tive de manusear um a um, havia muitas
caixas e sacolas com recortes de jornais que era preciso organizar e guardar.
Terminado o trabalho, com mais de 40 pastas classificando quase tudo que havia
saído na imprensa, os recortes referentes a Anilda Leão ocupavam mais do dobro
do total. É trabalho não para uma pessoa, mas para uma equipe organizar e
pesquisar e que ainda estão em minha casa enquanto não encontram o destino
correto.
Devido
à impossibilidade de selecionar, dentre tantos artigos saídos na imprensa, o
que mandar para o Campus, optei por fazer uma seleção aleatória de trechos
desses artigos que expressam o pensamento da escritora e jornalista ante os
desafios do mundo, que via sempre com olhos críticos, sobretudo as mazelas
políticas e sociais de nossa terra. Por economia de esforços ante o pouco tempo
para a tarefa, a maioria dos artigos de onde foram tirados os excertos já
estavam digitalizados para publicação, o que significa que são da última década
de vida de Anilda. A esses, juntei alguns poemas e contos.
Agora
que já são quase 4 anos de sua ausência física, ausência mais sentida a cada
vez que abrimos as páginas de opinião de nossos periódicos e constatamos a
indigência quase completa do(a)s cronistas atuais, é preciso ressaltar o
destemor de uma mulher que não tinha papas na língua ao se expressar em defesa
de seus pontos de vista, principalmente a favor dos menos favorecidos como
costumava dizer.
II - PEQUENA BIOGRAFIA DE ANILDA LEÃO
Carlos Alberto Moliterno
Jornalista colaboradora em diversos
órgãos da imprensa local, poeta e cronista, seu primeiro trabalho publicado, um
poema feito na adolescência com o título de “Piedade”, já falava de crianças
mendigando pelas ruas.
Ao
casar-se em 1953 com o escritor e jornalista Carlos Moliterno, que era
desquitado, causou escândalo na preconceituosa sociedade de então. Teve dois
filhos, dois netos e um bisneto.
Funcionária
pública desde 1975, serviu no antigo Departamento de Assuntos Culturais da
Secretaria Estadual de Educação, hoje Secretaria de Estado da Cultura, e
posteriormente como Assessora de Comunicação, em várias gestões, no Gabinete da
Secretaria Estadual de Educação. Foi aposentada compulsoriamente, ao completar
70 anos.
Colaboradora
assídua nas páginas da imprensa local, não só em assuntos culturais como também
abordando temas polêmicos, na maioria das vezes voltados para a situação da
mulher e dos excluídos, como: aborto, homossexualismo, violência e
discriminação. Sempre procurando mostrar sua indignação em face das injustiças
e defendendo os marginalizados da sociedade, foi, por isso, taxada de amoral e
subversiva pelas mentalidades estreitas da província.
Publicou
vários livros, em prosa e verso, e faz parte da Academia Alagoana de letras, do
Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, da Academia de Letras e Artes do
Nordeste e do Grupo Literário Alagoano. Presidiu, após a morte de Linda
Mascarenhas, a Federação Alagoana pelo Progresso Feminino, primeira entidade a
defender os direitos da mulher em Alagoas. Foi ainda conselheira da Cruz
Vermelha Brasileira, filial de Alagoas, e da Fundação Teotônio Vilela, além de
Presidente de Honra da ATA, Associação Teatral das Alagoas.
Ajudou
a fundar, ao lado de Selma Bandeira, Terezinha Ramires, Kátia Born, Lygia
Toledo, Wedna Miranda e outras, o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da
Mulher – CEDIM.
Participou,
em 1963, do Congresso Mundial de Mulheres, em Moscou, quando teve a
oportunidade de viajar por diversos países do leste europeu. Ao voltar proferiu
palestras e deu entrevistas, causando polêmica e sendo alvo de ataques das
classes conservadoras da época. Ao estourar o golpe militar, em 1964, teve
cerceado o direito de ir e vir, sendo impedida de visitar parentes que se
achavam detidos como subversivos na cadeia local.
Em sua viagem à Moscou, conheceu
Dolores Ybarruri, heroína da guerra civil espanhola e Valentina Tereskova,
primeira mulher a orbitar a terra.
Declamadora,
atriz e cantora lírica, possui certificados de cursos de Literatura Brasileira,
Alagoana e Portuguesa, Oratória, Dicção, Declamação, Música Erudita e Popular,
Canto Coral e Lírico. Atuou no teatro, no cinema e apresentou recitais de
música erudita e popular em vários estados do Nordeste.
Não
sendo filiada, por opção, a nenhum partido político, Anilda Leão considerou-se
socialista desde que começou a entender a extensão e a razão dos enormes
problemas sociais do país
.
III - CONVERSAS COM MINHA MÃE
Carlos Alberto Moliterno
Estando
diariamente na sua companhia, com o progressivo declínio de sua saúde, pude
acompanhar de perto a má vontade de minha mãe em deixar a vida terrena, onde,
em suas palavras, teve de arredar do caminho “as pedras que tolhiam os meus passos, que magoaram os meus olhos, que
estigmatizaram o meu corpo”. Aquela alegria e vontade de viver não se
dobrariam à doença enquanto houvesse ali perto um passarinho a lhe visitar o
terraço ou um jasmineiro a exalar do jardim o perfume que a fazia voltar à
infância.
Aquela
mulher, outrora forte, senhora de sua vontade, dependendo agora de tantas
pessoas e de uma bateria de remédios que lhe consumiam a paciência e o
estômago, só entregaria os pontos quando não houvesse mesmo mais jeito. Enquanto
esse momento não vinha, ocupava os dias numa rotina restrita, que incluía a
leitura do jornal e da correspondência, logo depois do café da manhã, e o
estudo de textos espíritas, após a sesta que ia até às três da tarde. Já não
sentava mais à máquina de escrever, hábito que foi forçada a abandonar em
meados de 2011, após datilografar com dificuldade as suas “confissões de uma
jovem de 88 anos”, espécie de prestação de contas a que se sentiu obrigada.
Custoso foi deixar de ir às reuniões da Academia e do Instituto Histórico, aos
concertos aos domingos, aos encontros semanais em sua instituição espírita ou
ao Sítio Velho do amigo Bráulio Leite.
Dona
de uma curiosidade que a doença não abalou, sempre que uma notícia lhe despertava
a atenção vinha me questionar a respeito. Muitas vezes pediu textos que a
fizessem entender ou relembrar determinado assunto ou personagem. E eu lhe
providenciava escritos diversos, ora sobre a vida de Che Guevara ou a revolução
soviética, ora uma resenha sobre as últimas medidas tomadas pelo governo em
relação à economia do país.
Com
a memória bastante comprometida para fatos recentes, era para o passado que em muitas
ocasiões se voltavam nossas conversas, Era comum, então, que debatêssemos
certas atitudes que tomara outrora, pois queria saber o porquê dos caminhos que
escolhera no decorrer da vida. E dizia: meu filho, eu acho que nasci fora do
tempo. Ou: por que será que vim ao mundo naquela família, onde era tão
diferente das minhas irmãs? Irmãs com quem falava diariamente pelo telefone,
preocupada com a saúde de uma ou com o problema de outra. Muitas vezes era para
o meu pai que voltava o pensamento, indagando se agira bem em deixá-lo sozinho
em casa para participar de uma filmagem no sertão ou para apresentar as músicas
de Hekel Tavares às plateias nordestinas.
Duas
palavras, antagônicas, eram muito faladas por minha mãe: Solidariedade e
hipocrisia. Solidariedade humana, expressão que acostumei a ouvir desde a
infância, norteou-lhe os passos desde sempre. A outra, que detestava, procurou
combater com seus escritos e atitudes e foi motivo das tantas pedras que teve
de arredar, uma a uma, com a sua teimosia e a sua fé. E com o seu amor por meu
pai, levando-a a desafiar a hipocrisia reinante na acanhada e provinciana
Maceió.
Anilda
não era uma, eram várias, e eu me sinto agradecido e privilegiado por ter
convivido com todas.
IV - EXCERTOS
DE ARTIGOS PUBLICADOS NA IMPRENSA
Certamente não são os mais representativos,
o que demandaria mais pesquisa. Mas são uma amostra do seu pensamento.
1. O homem e
a sua dimensão: “Passados
milênios, o homem continua na sua incansável procura de si mesmo, criando e
recriando seus caminhos, quase sempre naquele desejo de dominar o mundo. E
nessa caminhada nem nos apercebemos de que estamos cada vez mais nos
distanciando do sentido do humano, cada vez mais às voltas com o nosso egoísmo
e nossa própria individualidade.”
2. Onde anda
o civismo dos brasileiros: “Será que
já não está na hora dessa gente que ocupa cargos no Senado, câmaras,
assembleias, voltar ao tempo em que meu pai era deputado ao lado de homens
verdadeiramente patriotas? Hoje o que existe é um mercado vil e nojento. E
impiedoso. Ninguém pensa no Brasil, nem em Alagoas, nem no povo, que se dane
tudo!... E eles, os que se encontram nessas altas posições, são cada vez mais
odiados e malditos a todo instante, essa é que é a verdade.”
3. O destino
do homem atual: “O lado
espiritual do nosso povo também está em conflito, resultado claro dessa ordem
de coisas, da insegurança e principalmente da descrença. A quantidade de
suicídios, de homicídios, quase todos com requintes de perversidade, campeia no
nosso cotidiano. Diante da terrível crise que o mundo atravessa, quando o homem
não vê diante de si um panorama mais vasto e promissor, quando vê a paz
distanciada e a chamada democracia falha nos seus mais importantes aspectos,
quando vê os seus valores destroçados, que ânimo pode ter?”
4. A
solidariedade humana e o momento atual:
“O planeta está caminhando célere para o Terceiro Milênio. E decerto muita
gente ainda não se deu conta da responsabilidade de cada um diante do fato E
quando assim falamos, é por sabermos que o novo século terá de ser mais
espiritualizado, mais cheio de humanismo, mais pleno de amor ao próximo.
Entretanto, temos de comungar com o pensamento de Tristan Bernard, ao afirmar
que a humanidade que deveria ter tantos séculos de experiência, recai na
infância a cada geração. E assim, concluímos, prosseguirá na sua cegueira, no
seu egoísmo, na sua falta de solidariedade.”
5. A Colheita: “Tudo aquilo que passa não mais retorna, senão nas
lembranças, na saudade. As alegrias são fáceis de recordar e até desejar que
voltem a acontecer. Mais importante, porém, é relembrar as tristezas sem
mágoas, pois esse sentimento é danoso para a alma e para o corpo, chegando
mesmo a acelerar o processo do envelhecimento. É necessário evitar isso, pois
temos o dever de crescer com muita beleza e muita força em qualquer idade.” (Em
Trânsito)
6. Sobre o
hediondo: “E a justiça? Nossa justiça brasileira tem sido
comparada, muitas vezes às tartarugas, o que acho uma injustiça feita aos
quelônios. Os processos se arrastam indefinidamente, fazendo crescer a sensação
de impunidade, e há sempre uma brecha na nossa caduca legislação penal de forma
a facilitar os chamados advogados de porta de cadeia. Nossa justiça só é ágil
quando se trata de aumentar os salários dos juízes e demais membros daquele
poder.”
7. Ladrões e larápios: “O que temos observado nos últimos meses em
relação à Assembléia Legislativa é de fazer defunto corar. Do alto dos meus
oitenta e tantos anos, posso afirmar sem medo que nunca, nunca mesmo, vi
tamanha desfaçatez vinda de homens públicos. O cinismo virou regra, matar e
roubar sob o manto da imunidade parlamentar tornou-se uma coisa normal. E o
homem de bem, aquele que lutando com as dificuldades da vida consegue criar os
filhos com dignidade, esse homem olha estupefato para a Casa do Povo, como se
não pudesse acreditar na bandalheira que ali vem rolando impunemente sem que se
dê um basta.
8.
Mergulhando no tempo: “Mergulhando no tempo, procuro recolher
pedaços de mim, largados em andanças meninas e marotas. Estradas perdidas nas
bifurcações das jornadas, às vezes insólitas, corajosas e até de algum heroísmo
ingênuo. Ternura emergindo de olhos tantas vezes magoados, mágoas essas jamais
entendidas ou acudidas no devido tempo. Lábios marcados pelas emoções
primeiras, corpo alvoroçado pelas carícias que fazem pulsar o sangue nas veias.
Mulher despertando, mudanças no corpo – e aí, sim, segredos revelados nas
páginas dos livros escondidos em estantes mal trancadas –, sorriso malandro que
acha tudo muito melhor do que o contado nas páginas antigas, desatualizadas.
9. Renovação:
“Começamos a vivenciar a Primavera. E com todo esse
alvoroço de pássaros em algazarra, vislumbro no alto da enorme palmeira-leque
uma família inteira de jandaias ou papagaios palradores, certamente fugidos dos
campos onde as matas são derrubadas todos os dias em nome do ‘dólar’. Mas o sol
nos enche de energia e o cheiro gostoso que vem das mangueiras e dos cajueiros
vizinhos, faz com que esqueçamos as coisas ruins. E nos dispomos até a perdoar
os que nos ofendem e a pedir perdão àqueles que, em nossa ignorância, ferimos
alguma vez. Mas também é o momento de agradecermos, emocionados, o carinho e a
dedicação dos amigos que estão sempre presentes, nas horas boas e nas difíceis. Ah, se nesta quadra
risonha do ano, quando parece até que Deus está mais perto, pudéssemos jogar
dentro dos corações endurecidos, dos corações sem amor, um pouquinho só dessa
beleza toda que a gente sente no ar...
10. A conduta
humana: “Sabemos,
todos os dias, de crianças praticando crimes os mais diversos e os mais
revoltantes. Que penalidade pode ser aplicada a um adolescente? Certo que não
será prudente, nem aconselhável, interná-lo numa instituição como a malfadada
Febem, que ao invés de educar e recuperar, atira esses meninos num abismo ainda
maior; muito menos, como muitos clamam até com histeria, jogá-los nessas
verdadeira universidades do crime que são os presídios em nosso país, como
pretendem aqueles que pedem a redução da maioridade de 18 para 16 anos.
Instituições sérias, com assistentes sociais, psicólogos, educadores,
religiosos, é o que essas crianças delinqüentes necessitam.”
11. Arnon de Mello e meu pai: “Eleito governador, Arnon de Mello nomeou meu pai Joaquim Leão,
para prefeito de Maceió, e ofereceu-me um emprego do Departamento de Estradas
de Rodagens — DER , que meu pai recusou categoricamente, deixando-me frustada.
Ele não aceitava cargos para os seus familiares enquanto estivesse no poder,
revelando, assim, a firmeza de um caráter eminentemente ético, raramente
encontrado nos homens públicos dos dias atuais, haja vista a quantidade de
parentes dos políticos que usufruem de toda a sorte de benesses.”
12. Violência
contra a mulher: “A mulher ainda precisa fazer valer os seus direitos no mais amplo sentido, pois
não é só no campo sexual que é discriminada, mas também no próprio exercício de
sua profissão, por não existir igualdade de salários para trabalho igual ao do
homem. Acabar com a indiferença social diante das violências que a mulher ainda
sofre depende de um trabalho de conscientização, a partir dos conselhos de
defesa dos direitos da mulher, hoje espalhados por todo o Brasil. Denunciar e procurar punição para as agressões físicas e
morais de que a mulher é vítima é um dever de toda a sociedade que se propõe a
combater, de maneira eficaz, a violência em nosso meio. É uma obrigação
sobretudo, de quem se diz justo e cristão.
13. Lula e o preconceito: “Há
em torno de Lula uma inegável marca da sua origem social, e é isso que faz com
que o arrogante FHC teça, a todo instante, críticas à sua gestão, esquecido de
que o novo presidente encontrou um país em marcha ré. Lula, um operário,
ex-torneiro mecânico, sem nenhum título universitário, sem anelão no dedo; em
sua mão apenas a mostra de um acidente na máquina em que labutava: o dedo
mínimo decepado.“
14. O Brasil tem jeito?: “Enumerar os fatos deprimentes que envergonham o país,
revelar os pormenores das falcatruas que ainda são tidas como coisa normal,
mostrar a bandalheira que ainda existe em muitos setores da vida pública, tudo
isso só pode – e é o meu receio – provocar a descrença desta juventude que já
está aí bastante aturdida, a um passo do niilismo. As manchetes dos jornais, a
mídia enfim, não cansa de bradar, para quem tem ouvidos para ouvir e juízo para
entender, que o pobre que surrupiou o frango do vizinho para matar a fome da
família, está preso, chutado e esbofeteado. O outro, aquele que é chamado de
“colarinho branco”, continua a galgar cargos cada vez melhores, amealhando
riquezas, viajando ao exterior, gozando a vida! E rindo na cara da gente...”
15. Uma dose
de otimismo: “Não vamos ficar apáticos ou
desesperançados, ao contrário, vamos ajudar no que pudermos para as mudanças
que o país necessita. Que os derrotistas gritem e que os oportunistas de sempre
esperneiem, pois sabemos que uns e outros não desejam o bem do Brasil e sim,
apenas, o deles próprios. Vamos dar um
voto de confiança ao governo Lula. Para cobrar mais adiante quando, isso sim,
teremos uma perspectiva mais exata do que foi ou não cumprido das promessas de campanha.
Uma dose de otimismo não faz mal a ninguém. “