Esta dissertação tem por objetivo analisar as teorias contemporâneas que sugerem a superação do trabalho humano em decorrência do desenvolvimento tecnológico no contexto na acumulação destrutiva desencadeada pela crise estrutural do capital. Na última quadra do século XX; como parte do debate sobre o crescente e canceroso processo de desemprego a partir do surgimento de novas tecnologias; foi retomada a discussão sobre a relevância; presente e futura; da tese sobre a centralidade do trabalho tal qual como Marx argumentou. Na análise de Schaff e Masuda as transformações ocorridas nas relações de produção e o surgimento das novas tecnologias baseadas na informática seria a prova empírica que o trabalho enquanto dispêndio de força viva estaria com seus dias contados. Por sua vez; o processo de eliminação do trabalho possibilitaria o surgimento de uma sociedade de prosperidade e liberdade. Ocorre que na concepção marxiana o trabalho é uma necessidade; impossível de ser suprimida de qualquer formação social; bem como o homem é parte ativa e ineliminável no processo de trabalho. No tocante ao surgimento de uma nova sociedade; como resultado do desenvolvimento das forças produtivas; Schaff e Masuda retiram a luta de classes como o movimento real do processo histórico e em seu lugar põem o desenvolvimento tecnológico; desconsiderando que são as relações sociais que estabelecem como serão os meios de produção. Com tais argumentos; os dois autores ignoram a crise estrutural do capital descrita por Mészáros e sugerem que o mundo estaria caminhando a passos seguros para uma sociedade de abundância; onde além do trabalho ser eliminado; os antagonismos entre as classes também seriam suprimidos.
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