memories, family history, recuerdos, storia di famiglia,
Coisas antigas, guardadas no fundo do baú, começo de notas para a montagem de uma biografia
A ponte de Pirapora, um dia chego lá |
ALMEIDA, Luiz Sávio de.Papo de Bar: eu ía para Pirapora, São Francisco no alto, mas fiquei por aqui mesmo, com o Tio Lourenço
Eu inventei de nascer em tempo de
guerra e Maceió estava toda apagada, com medo de submarino alemão.
Nasci e imediatamente fui de trem para a casa da Dindinha Nini na Capela, onde me
batizei; por consequência, minha primeira viagem foi no trem maluco que saía fazendo vuco-vuco. É claro que
cheguei vivo e meus padrinhos foram a Tia Nini (irmã de minha mãe), seu marido
o Tio Isaías: Dindinha Nini e Dindinho Isais. Eles foram padrinhos de
apresentar; os padrinhos de vela foram a Dindinha Leda e o Zé Edson.
Minha mãe sempre me ensinou a respeitar meus padrinhos e eles eram meus segundos pais; acontecendo alguma coisa grave com ela e com meu pai, tomariam conta de mim. Eu tinha de respeitar e jamais deixei de pedir a benção, o que fazia levantando a mão direita e de cabeça baixa. A cerimônia era simples e vinha um "Deus te abençoe!", um "Nossa Senhora te acompanhe!".
É depois que vinha o beija mão. Vez em quando, uma moeda saía do bolso da algibeira e existiam Getúlios de diversos valores, e já estou no tempo do cruzeiro, embora se falasse em vintém e em tostões. Pataca e meia-pataca e patacão desapareceram, mas o miúdo do tostão e do vintém ficaram: dez tões... Vintém era a vigésima parte de cem centavos como fora do cruzado.
A gente aprendia que vintém poupado é vintém ganho, que algo sem importância não valia um tostão cujo superlativo era tostão furado: "Aquilo não vale um tostão furado.; dez réis de mé cuado!". Tudo equivalia a não valer o que o gato enterra.
Será que nesse passo, meu amigo, eu ainda chego em Pirapora?
Quem não ligava muito para este negócio de tomar benção era o Tio Lourenço que dizia: "Deus te abençoe cara de boi!". E aí vinha a algazarra da meninada. Era engraçada a forma como minha mãe falava; aliás deveria ser uma forma comum. Ao mencionar o nome de um familiar, sempre vinha o grau de parentesco dela ou do interlocutor com o personagem. "Lourenço, meu irmão...", "Lourenço, seu tio...". Isto sempre levava a um gesto que sublinhava a afirmativa, normalmente feito com a cabeça.
Nossa, como estou longe de Pirapora... Ainda chego lá.
Lourenço, meu tio, foi autor de frases
que jamais esqueci. Uma delas era a de que Almeida deveria ser marca de cachaça, a segunda, de acordo com ele, era para o nosso brasão: "Almeida, quando não pode, peida!". Grande tio... Magro como uma vara de espeto, deitado numa cama a tossir, consumido pelo cigarro. Morreu com pouco tempo que o vi, mas depois fui olhar para ele já caveira, quando abriram o túmulo para não sei qual parente. Vi o tio gente e vi o tio caveira.
A Lagoa do Pé Leve no Pé Leve Novo |
Tio Lourenço |
Morreu, não tenho mais qualquer tio. Ele estudou e ensinou no Atheneu Quebrangulense, uma escola de meu pai, o velho Manoel de Almeida. Na realidade, por conta do vovô Fausto de Almeida, os dois eram primos. Ele me chamava de "Meu filho!".
O nome dele era por conta de um outro tio, que vendeu o que tinha na Capela e foi morar no Juazeiro, montando uma casa de vender santo e sendo uma das pessoas de intimidade do Padre Cícero, o meu Padinho Cirço. Era casado com Tia Mocinha. Menina, o Lourencinho morreu da marrada de uma vaca braba que pegou nos quartos, lá dele. Tinha um filho, o Paulo que se acabou numa tragédia sertaneja. Vinha andando com uma tropa de burro por dentro da areia de um rio, o aguaceiro caiu, formou-se a correnteza que carregou ele e tudo o mais que encontrou.
Mais cerveja?
Eu me lembro do tio Lourencinho sentado numa cadeira de balanço a ler livro santo, a roupa de caqui e um lenço vermelho no pescoço, como usava Lampião. Tia Mocinha Mocinha, a bem dizer não falava. Ele era alto e magro, ela era baixa, atarracada, sertaneja. Se fosse hoje, que mina de informação. A minha avó Dondon foi lá onde estava ele. Saiu da Capela montada em um cavalo e outro com tudo o que precisava e foi conversar mais ele e meu Padrinho Padre Cícero. No meio da caminho, não é que se encontrou com o bando do Lampião!
O Capitão Virgulino gritou:
P'ra onde vai Dona Maria?
Vou pro Joazeiro, visitar meu Padrinho!
Deixa a mulé passá, que é romeira do meu Padinho!
E foi assim, que ela chegou lá.
Deixa o resto para outro dia, que o garçom já tá cochilando.
Lourenço de Almeida
(Retirado do site da Câmara de Vereadores de Arapiraca)
Lourenço
de Almeida– Autodidata (Poeta, Professor,
Prosador)
Em virtude de fortes divergências familiares, entre
os Almeidas e Albuquerques, em 1919, juntamente com seus
pais, residiu na Capital do Estado por 04 anos, onde aprendeu
as primeiras letras com sua mãe dona Caetana. Em 1923,
regressou à Capela, matriculando-se numa Escola isolada
dirigida pela professora Francisca de Assis Maciel (Dona
Chiquinha), ingressando no Grupo Escolar Torquato Cabral
daquela cidade, no ano de 1924, no qual completou o curso
primário no ano de 1929.
No mês de dezembro
daquele mesmo ano, empregou-se como “Almoxarife” da
Usina Capricho, deixando o emprego em janeiro de 1930, por
ser menor de idade, voltando a Capela, onde trabalhou de
balconistas em lojas e padarias. No mês de março
de 1931, deixou o trabalho para continuar os estudos no Colégio
Paroquial, instalado pelo Vigário do Município
de Capela, Padre Joaquim de Oliveira e orientado pelo professor
João Spindola, que faleceu precocemente em fins de
1931. Em meados de 1932, transferiu-se para a cidade de Quebrangulo,
onde matriculou-se no Colégio Ateneu Quebrangulense,
dirigido por seu cunhado, Manoel de Almeida.
Durante seis meses, Lourenço de Almeida permaneceu
em Quebrangulo, estudando e residindo na casa da irmã Maria
José de Almeida, em fevereiro de 1933, regressou a
Capela onde trabalhou na Prefeitura Municipal como auxiliar
da Secretaria e Cobrador de Impostos, cargos que exerceu
até abril de 1934.
Com o falecimento de seu pai em
04 de abril de 1934, e, estando sua mãe residindo
na Cidade de Limoeiro de Anadia em companhia de sua irmã,
Maria de Lourdes de Almeida desde 1932 e que era professora
estadual, foi para aquela cidade, onde permaneceu até setembro
do mesmo ano, retornando para a Cidade de Quebrangulo, com
o intuito de continuar os estudos e ser Professor de Aritimética
no Colégio Ateneu Quebrangulense.
Em Quebrangulo,
permaneceu até setembro de 1935, regressando à Capela,
onde trabalhou até março de 1936, como balconista
de um armazém de secos e molhados do Senhor José Augusto
Zumba, indo desse mês em diante trabalhar na agricultura
em companhia de seu cunhado Isaias Oliveira de Almeida, casado
com sua irmã Margarita Palmeirinha de Almeida (Nini),
abandonando essa atividade em 05 de setembro, face ao convite
que lhe fizera seu ex-patrão José Augusto Zumba,
para ser apontador da plantação de algodão
da Companhia Alagoana de Fiação e Tecidos,
no município de Rio Largo.
Nessa função,
trabalhou até 10 de outubro de do mesmo ano, por haver
sido convidado pelo Prefeito de Limoeiro de Anadia, Pedro
Ribeiro de Castro, para ocupar o cargo de Secretário-Tesoureiro
da Prefeitura Municipal daquele Município, interinamente,
cuja nomeação se deu em 17 de outubro de 1936,
através de Ato Administrativo assinado pelo Prefeito
Pedro Ribeiro da Costa, de acordo com a Letra X do artigo
nº 51 da Lei nº 1.240 de 17 de dezembro de 1935,
e, publicado na Secretaria da Prefeitura no mesmo dia, mês
e ano da sua assinatura. Em 11 de janeiro de 1937, foi efetivado
no cargo, ocupando-o por 09 (nove) anos consecutivos.
]
Em novembro de 1940, casou-se com a jovem Limoeirense Alvacy
de Souza Vieira, filha de Antonio Vieira Nunes e Amália
Francisca de Souza, uma das mais prendadas senhoritas do
burgo secular. Em 07 de agosto de 1940, nasceu-lhe o primeiro
filho, José Rosival de Almeida: em 27 de outubro de
1944, nasce José Roberval de Almeida, seu segundo
rebento, na cidade de Capela deste Estado de Alagoas, e,
em 02 de novembro de 1945, veio residir em Arapiraca, a convite
de seu cunhado Valdomiro Barbosa, casado com sua irmã,
Maria de Lourdes de Almeida Barbosa, com a finalidade de
trabalhar para o mesmo, na Força e Luz de Arapiraca
Ltda, sociedade por quotas de responsabilidade limitada,
distribuidora de energia elétrica, adquirindo na ocasião
70 (setenta) cotas-partes da referida sociedade.
Durante o período de 09 (nove) anos, que exerceu o
cargo de Secretário-Tesoureiro da Prefeitura Municipal
de Limoeiro de Anadia, demonstrou ser um homem de visão,
espírito empreendedor, administrador público
impecável, urbanizador e profundo conhecedor das finanças
públicas, defensor incansável da economia municipal
em benefício do progresso e desenvolvimento do Município.
Com total apoio dos Prefeitos e dos Munícipes, urbanizou
a Cidade com abertura de novas ruas, aumentou a receita municipal,
enlargueceu as vias de comunicação do Distrito-Sede
com os Distritos de Coité do Nóia, Junqueiro
e Cana Brava (atual Taquarana) e com os Povoados de Cadoz,
Boqueirão, Peri-Peri e Genipapo; aumentou o número
de salas de aula do Município incentivando a educação;
idealizou e construiu a ponte de madeira sobre o Rio Coruripe,
possibilitando a intercomunicação da Cidade
de Limoeiro de Anadia com as cidades das Zonas do Agreste
e do Sertão, apoiou integralmente a instalação
da Força de Luz de Limoeiro de Anadia, iniciativa
do jovem empresário Valdomiro Barbosa em 1938; ampliou
o Cemitério Municipal, reformou a Prefeitura Municipal
e a Câmara de Vereadores. A sua decisão de residir
em Arapiraca muito foi sentida pelos limoeirenses, quando
tiveram conhecimento de seu pedido de demissão do
cargo de Secretário-Tesoureiro do Município,
nos seguintes termos:
“
Ilmº. Sr. Prefeito Municipal de Limoeiro de Anadia
Lourenço de Almeida, brasileiro, casado, funcionário
público municipal, não desejando continuar
no cargo que ocupa nesta Prefeitura, vem mui respeitosamente
solicitar a V. S. se digne em lhe conceder demissão
do referido cargo.
Nestes termos espera demissão
Limoeiro de Anadia, 17 de abril de 1946.
Ass. Lourenço de Almeida”.
Lourenço de Almeida foi, quando Secretário-Tesoureiro
da Prefeitura Municipal de Limoeiro de Anadia, acima de tudo,
um batalhador incansável pelo bem –estar dos
munícipes, não poupou esforços, para
tornar Limoeiro em termo eleitoral, face da distância
e dificuldade de transporte para a sede da respectiva Comarca,
Anadia. Foram anos de lutas e viagens a Maceió, para
conseguir tornar realidade o seu intento, até que
em 21 de julho de 1946, o Tribunal Regional de Justiça
Eleitoral, através da Resolução nº 42,
assinada pelos juizes Barreto Cardoso, M. Xavier Acioli,
Artur Jucá, Osório Calheiros Gato e Antonio
Guedes de Miranda, nomeou o cidadão Lourenço
de Almeida, preparador do termo de Limoeiro de Anadia, da
4ª Zona Eleitoral, a qual foi entregue, ao Juiz de Direito
Victor M. D. Botelho, da Comarca de Limoeiro de Anadia em
02 de agosto de 1945.
Homem íntegro em suas convicções políticas,
tinha em Getulio Vargas a Esperança do Brasil, e apoiava
todas as decisões políticas, administrativas
e econômico-financeiras tomadas pelo Ditador, e, a
prova disso, é quando foi criada a COMPANHIA SIDERURGICA
NACIONAL, com um capital de Cr$ 500.000.000,00(quinhentos
milhões de cruzeiros), dividido em 1.250.000 ações
nominativas preferenciais com prioridade de dividendos de
6%, de Cr$ 200,00 (duzentos cruzeiros) cada uma, sem direito
a voto, e 1.250.000 ações nominativas ordinárias
de Cr$ 200,00 (duzentos cruzeiros) cada uma, foi o primeiro
interiorano de Alagoas a adquirir uma ação
da referida Companhia, de número 0389524, conforme
Cautela nº 17.320, datada de 31 de janeiro de 1944,
bem como, acreditando nas idéias do Presidente Juscelino
Kubstchek de Oliveira, adquiriu 10 ações da
PETROBRÁS (Petróleo Brasileiro), em nome de
sua esposa Alvacy de Souza Almeida, inscrita no Livro de
Acionistas preferências sob o nº p-1.181, conforme
Cautelas nºs 1219 –05 (cinco) ações
preferências de nºs 44811 a 44815, no valor de
Cr$ 200,00 (duzentos cruzeiros)cada uma, datada de 26 de
março de 1958, e, 5.943 – 05 (cinco) ações
preferências de nºs 185010 a 185014, também
no valor de Cr$ 200,00 (duzentos cruzeiros)cada uma, datada
de 23 de setembro de 1958.
Fixando residência em Arapiraca, em 1945, nos meados
de novembro, no Alto do Cruzeiro, depois na Rua XV de Novembro,
no principio de 1946, em uma casa vizinha a chapelaria do
Velho Chico Chapeleiro, defronte a casa do Cornélio
e finalmente na Rua Nova, depois Praça Gabino Besouro
e atual Marques da Silva, em finais de 1946 na casa que hoje
pertence ao professor Manoel Bernardino de Oliveira, onde
fundou o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) em Arapiraca,
do qual foi o seu primeiro Presidente, ingressando dessa
forma na política arapiraquense e dando total apoio
ao cunhado Valdomiro Barbosa, candidato a Prefeito de Arapiraca,
na Segunda-República, tendo como pilastra a união
UDN/PTB, contra o candidato do PSD (Partido Social Democrático),
Luiz Pereira Lima. Em uma das maiores e mais ferrenhas das
campanhas eleitorais de Arapiraca, as urnas sufragaram o
nome de Luiz Pereira Lima, Prefeito de Arapiraca, derrotando
Valdomiro Barbosa, pela diferença de 42 votos.
Na cidade de Capela deste Estado de Alagoas em 21 de setembro
de 1946, nasce o seu terceiro filho, José Roberto
de Almeida. Após a campanha eleitoral, Lourenço
de Almeida, restringiu-se a gerenciar e a cuidar da contabilidade
de Força e Luz de Arapiraca Ltda e do Armazém
geral de propriedade da empresa mercantil Pedro Barbosa & Filhos,
que se localizava na Praça Manoel André, 21,
com o nome de “Armazém Brasil”, e, também
começou a escrever seus primeiros versos sem métrica
e suas poesias, dentre as quais destacam-se em companhia
de alguns, dos muitos de seus amigos, como João Ribeiro
Lima, Antonio Lino Bereguedé, Domingos Lúcio
e Valdomiro Barbosa, quando ouviram a voz de prisão
dada por um sargento que comandava um pequeno destacamento
do policiamento local, resistiram, e após uma breve
troca de tiros, renderam-se e foram presos, exceto Valdomiro
Barbosa que conseguiu evadir-se pelo fundos. Todos foram
postos em liberdade dois dias depois, por ordem do então
Governador do Estado, Doutor Silvestre Péricles de
Góes Monteiro, retirando-se em vista disso para a
Cidade de São Paulo, onde permaneceu até fevereiro
de 1951, regressando a Arapiraca, continuou a trabalhar para
Valdomiro Barbosa, nas firmas Força e Luz de Arapiraca
Ltda e Pedro Barbosa & Filhos, conforme Registro de Empregados,
nº de ordem 1, como Auxiliar de Escritório, com
um salário de Cr$ 2.000,00(dois mil cruzeiros)mensais,
para trabalhar das 07:00 as 17:05 horas com um intervalo
de duas horas diárias e uma carga horária semanal
de 48 horas, tendo como beneficiários Alvacy de Souza
Almeida e os filhos José Rosival de Almeida, José Roberval
de Almeida, José Roberto de Almeida e Jaçuamin
Robson de Souza Almeida, este último nascido a 30
de abril de 1954.
Por insistência dos amigos, em 1954, voltou a interessar-se
pela política, candidatando-se a Vereador, pela coligação
UDN/PTB, sendo eleito primeiro suplente. Mais uma vez, em
1957, por novas incidências políticas foi preso,
passando 13 meses, 03 dias, 04 horas e 15 minutos na Penitenciaria
deste Estado, acusado por crimes que não cometera
e nem praticara direta ou indiretamente, sendo declarado
inocente de todas as acusações que lhes eram
impostas, e posto em liberdade no dia 13 de maio de 1958,
pelo Colendo Tribunal de Justiça de Alagoas, em sessão
presidida pelo Emérito Doutor Desembargador Osório
Gatto, funcionaram no feito, como relator o Exmº Sr.
Dr. Desembargador Moura Castro e como Advogado o Bacharel
Antonio de Góis Monteiro. Ainda se encontrava preso
quando nasceu o seu quinto e último filho Jazon Romilson
de Souza Almeida no dia 28 de novembro de 1957.
Voltando à vida livre por decisão unânime
da Justiça Alagoana, assumiu o cargo que lhe cabia
na Câmara deste Município, por morte do ilustre
Vereador Benício Alves de Oliveira, continuando dessa
forma na política candidatou-se no mesmo ano a Vereador
pela coligação PTB/PSP, sendo eleito com elevado
número de votos. Como em 31 de outubro de 1955, havia
comprado uma parte de terras com 214 hectares pertencentes
a Ursulino Antonio de Oliveira e Maria Gloria da Conceição,
assentes no Povoado Pé Leve, denominado “Santa
Cruz do Limoeiro”, cujo título de compra e venda
passado em nome de sua esposa Alvacy de Souza Almeida, no
cartório de registro de imóveis de Município
de Limoeiro de Anadia, Estado de Alagoas,transcrito às
folhas 76/77 do livro 39 sob número 2.556, pelo valor
de Cr$ 20.000,00(vinte mil cruzeiros), resolveu, em junho
de 1959, residir no Povoado da Lagoa do Pé Leve, do
Município de Limoeiro de Anadia, voltando a Arapiraca
no ano de 1962, para se candidatar a Vereador pelo PSP, sendo
eleito primeiro suplente do Partido. Durante a sua permanência
no Povoado Lagoa do Pé Leve, dedicou-se exclusivamente à agricultura
e á agro-indústria da mandioca e da agave,
e, adotou como legítima, a criança Rosileide
de Souza Almeida e assumiu a tutela judiciária da
menina Rosineide Maria da Silva, aquela nascida em 31 de
dezembro de 1959, e esta em 24 de maio de 1958.
Dado a crise fumageira nesta região em 1963, juntamente
com vários amigos, encetou a campanha pelo Cooperativismo,
sob a orientação do sr., Francisco de Assis
Gonçalves, então Diretor do Departamento de
Assistência ao Cooperativismo, fundado em 15 de dezembro
do mesmo ano a Cooperativa Agro-Pecuaria e Industrial de
Arapiraca Ltda (CAPIAL), sendo eleito seu primeiro Presidente,
cargo que exerceu por democrática vontade dos associados
durante 13 anos consecutivos. Em 1965, a convite do Dr. José Moacir
Teófilo, passou a dar aulas práticas de Contabilidade
as três serie que compõem o Curso Técnico
de Contabilidade, exercendo a função de professor
de contabilidade e orientador contábil dos técnicos
em contabilidade de Arapiraca e de cidades circunvizinhas
até a morte, sendo, em vida, considerado como o mais
completo Contador do Nordeste, dando inclusive conferencias
sobre Contabilidade no Auditório da Universidade Federal
do Recife. Em 1966, torna-se a candidatar-se a Vereador,
sendo eleito com significante maioria de votos, graças à cooperação
dos amigos e dos jovens estudantes arapiraquenses.
Lourenço de Almeida, de 1956 a 1962, dedicou-se a
escrever crônicas literárias, que eram lidas
por ele próprio, através do Serviço
de Alto-Falante de Arapiraca, de propriedade do pioneiro
em radiofonia em Arapiraca, José de Sá. Centenas
de crônicas literárias foram levadas ao ar sob
o titulo de “CRÔNICA DA NOITE”, duas das
quais se destacaram entre muitas pelo tema que abordaram,
de uma sensibilidade impecável, amizade sincera, respeito
dos grandes líderes e de visão futurística.
Barbosa da Silva, Pedro Barbosa Júnior e Valdomiro
Barbosa, este, seu maior acionista, com 50% (cinqüenta
por cento) do capital social integralizado e sócio-controlador,
Lourenço de Almeida, participava apenas com 400 (quatrocentas)
ações nominativas; no exercício do cargo
de Vereador de Arapiraca, apresentou a Câmara Municipal
mais de 450 (quatrocentos e cinqüenta) requerimentos
entre Indicações, justificativas, solicitações,
Protestos de Lei, além de reformular a Lei Orgânica
do Município tornado-a mais moderna e atuante, e organizou
o Regimento Interno da Câmara Municipal; instalou e
organizou as Prefeituras Municipais de Lagoa da Canoa e Craibas,
quando de suas emancipações políticas,
a pedido do então Deputado Estadual José Pereira
Lúcio (Lucinho); aos jovens, dedicou um especial carinho
educando-os e instruindo-os dentro dos preceitos de honra,
moral e dignidade; como Secretário de Finanças
do Município de Arapiraca, cargo que ocupou na Administração
curta, porém, modernizada e dinâmica de Higino
Vital da Silva, incentivou a instalação de
pequenas agroindústrias fumageiras e a criação
de pequenas empresas de transportes urbanos. O muito seria
pouco para descrever a figura versátil por demais
do Professor Lourenço de Almeida e, os arapiraquenses,
por sua vez, retribuíam tudo o que recebiam de Lourenço
de Almeida com carinho, respeito, cuidados e gratidão.
A Câmara Júnior de Arapiraca, em 13 de janeiro de 1973, filiada à Câmara
Júnior do Brasil e Júnior Chamber Internacional, concedia ao
Professor Lourenço de Almeida o Título de PROFESOR DO ANO DE
1972, por sua eficiência e dedicação comprovada; em 25
de maio de 1973, foi com Padre Oscar Gonzalez Quevedo, para participar integralmente
do Centro Latino-Americano de Parapsicologia de São Paulo; em 23 de
janeiro de 1974, pela sua participação ativa na formação
da Biblioteca da Faculdade de Filosofia de Arapiraca, o Diploma de Honra; pela
sua participação atuante no Clube de Mães de Arapiraca,
recebe em 19 de novembro de 1977, das mãos da Presidente do Clube Maria
Aparecida da Silva, o Diploma de Honra ao Mérito, entre inúmeras
outras honrarias, como “A SALA PROFESOR LOURENÇO DE ALMEIDA”,
no Grupo Hugo José Camelo Lima.
Lourenço de Almeida, morreu aos 62(sessenta e dois) anos, moço
ainda, mas foram longos os seus dias. Bebedor sadio; bebia todos os dias, porém,
não bebia o dia todo; tabagista consciente e inveterado; baixa estatura
e constituição fraca; boêmio, que preferia as noites para
o seu entrosamento com os jovens pelos bares da vida, filosofando e orientando;
freqüentador assíduo do Cine Triannon, que inclusive possuía
cadeira cativa, e, na noite do dia 06 de dezembro de 1977, assistindo a um
filme no Cine Triannon, foi vítima de uma trombose cerebral, chegando
a desmaiar, imediatamente levado com cuidado, carinho e respeito pelos amigos
que interromperam a projeção para socorrê-lo, à Casa
de Saúde e Maternidade Nossa Senhora de Fátima, sendo prontamente
socorrido pela equipe médica de alto porte comandada pelo Dr. José Fernandes.
No dia 07 de dezembro chega a Arapiraca vindo do Recife acompanhado de um neurologista,
o Dr. José Roberto de Almeida, terceiro filho de Lourenço de
Almeida e médico gastroenterologista, achou por bem leva-lo para a cidade
do Recife onde teria melhores e mais modernos tratamentos; Internado no Hospital
da Clinicas, Lourenço de Almeida é submetido a uma série
de exames e medicado, ficando internado até o dia 15 de dezembro quando
recebeu alta.
Regressando a Arapiraca, com uma paralesia parcial no lado esquerdo submeteu-se
a uma fisioterapia caseira. Porém, a radiografia do tórax em
PA e Perfil revelou um processo enfizematose em instalação e
a imagem cardio-áortica dentro do limite da normalidade. Sem um tratamento
adequado para a enfizematose em instalação revelada pela radiografia
tirada no dia 08 de dezembro, em Recife, devido à debilidade física
e outras causas secundárias, o problema agravou-se de maneira brutal,
de tal forma, que em 06 de janeiro de 1978, o Professor Lourenço de
Almeida foi levado às pressas para a Casa de Saúde e Maternidade
Afra Barbosa, do Dr. Djacy Correia Barbosa, com surtos, problemas respiratórios.
Com o passar dos dias os problemas respiratórios foram se agravando
cada vez mais, até que em, 30 de janeiro de 1978, ao cair da tarde entre
amigos e familiares, ao canto do Hino “DEUS DE PAZ E DE AMOR”,
falecia em meus braços o Homem que em vida atendia pelo nome de LOURENÇO
DE ALMEIDA, MEU PAI.
alagoano filho de Fausto Vieira de Almeida e Caetana
Maria de Albuquerque, nasceu no Engenho Triunfo, distrito
de Cajueiro – Município de Capela em, 08 de
setembro de 1915, (em todos os seus documentos a data de
nascimento é 03 de setembro de 1915).
as.
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