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sexta-feira, 26 de maio de 2017

História: os lugares e os caminhos

Sempre tive  grande admiração e carinho por Elói, um homem extremamente simples, inteligente e intuitivo. Para mim, ele produziu uma pequena joia da historiografia em Alagoas, sobre os caminhos de Viçosa, mostrando a sua engenhosidade de perceber as interações que fazem o lugar.
Tive a honra de, a seu pedido, participar de uma das edições do seu livro sobre os caminhos que montam e fazem a vida econômica de Viçosa, ao longo da rota de acumulação que andou pelas trilhas do Vale do Paraíba.  Em sua homenagem, vamos publicar uma parte deste livro, digitada por Glessy Kelly que decidiu nos ajudar. Suprimimos algumas partes e, no original, estão corretas as citações bibliográficas.
Tenha o prazer de ler o que o velho homem disse sobre o velho local que sempre foi seu.
Luiz Sávio de Almeida






Velhos Caminhos de Viçosa
Elói Brandão de Sá

  
[...]
        A mais antiga referência sobre os caminhos do oriente e do ocidente, integrantes da estrada do Vale do Paraíba, que ligava a Vila de Atalaia ás terras de Quebrangulo, passando obrigatoriamente pelo povoado Riacho do Meio, vamos encontrá-la em Alfredo Brandão: “A região do vale do Paraíba, compreendida entre a cidade de Atalaia e a povoação da Passagem, era desabitada e coberta de espessa mata. Uma estrada tortuosa, que ora marginava o rio, seguindo bem perto das suas barrancas, ora se distanciava, internando-se pelo coração da floresta, dirigia-se para o sertão, ligando entre si os dois pontos povoados” (o grifo é nosso). Por esta informação do historiador viçosense, a qual remonta à primeira metade do século XVIII, verifica-se que aquela região podia ser despovoada, mas a estrada já existia. E não apenas existia, mas já devia ser bem movimentada.
   O caminho do nordeste, subindo o Cento e Vinte e avançando pelo planalto da Fazenda Velha, também já era palmilhado.
   Por ele passara muitas vezes, entre fins do século XVIII e princípios do XIX, o fundador de Viçosa, Manuel Francisco, que por lá abriu roçados de algodão. “Homem ativo e trabalhador, o fundador da Viçosa continuou com o plantio do algodão e estendeu os seus roçados para os lados do norte, até muito além do “Cento e Vinte”, legando o seu nome a uma ladeira que fica entre a Fazenda Velha e o Limoeirinho, no antigo caminho do Barro Branco” (o grifo é nosso).
    De qualquer forma, embora não se possa fixar a época em que se formaram aqueles velhos caminhos, o que importa, sobretudo, é que foram fundamentais para o desenvolvimento econômico e social de Viçosa.
   Pelo caminho da Vila da Imperatriz chegavam à Vila Nova da Assembléia, e mais tarde à cidade de Viçosa, numerosas cargas de açúcar bangüê, procedentes de antigos engenhos situados ao norte e nordeste do município. Grande parte desse açúcar destinava-se ao Pilar, importante centro comercial que, na segunda metade do século XIX, constituía uma espécie de entreposto para onde convergiam os produtos dos engenhos da zona da mata. “Nascida em engenho, e em torno dele crescendo e desenvolvendo-se, Pilar tornou-se importante núcleo do comércio açucareiro, talvez pela facilidade e barateamento do transporte para a capital, pela lagoa e canais. De Atalaia, Capela, Anadia, Viçosa, o açúcar descia para o Pilar, e daí em barcaças era transportado para Maceió”.
   Diferentes ramais derivavam desse caminho da Imperatriz: um, que levava o viajante ao engenho Queimado e ao povoado Santa Efigênia, bem perto da linha divisória Viçosa-Capela; outro que, passando pelos engenhos Barro Branco e Bom Jesus, ia adiante encontrar-se com uma antiga estrada em direção a Pernambuco; e vários outros, menores, que se comunicavam com os engenhos não situados à margem do caminho geral.
    No período de 1860 a 1895 encontravam-se nessa zona norte-nordeste de Viçosa diversos engenhos de açúcar, alguns dos quais sobressaindo pela capacidade de produção. Entre os mais antigos e importantes, destacamos o Barro Branco, de Pedro José da Cruz Brandão; o Boa Esperança, de Firmino Rebelo Torres Maia; o Bom Jesus, de João Tenório de Albuquerque; o Bonito, de Francisco Florentino Tenório de Albuquerque; o Cruzeiro, de Joaquim Pereira Ávila; o Ingazeiro, de Elias Constâncio Brandão; o Mata Verde, de João Aprígio dos Passos Vilela; o Três Paus, de Joaquim Pereira Ávila.
    Pelo caminho do Sul – por muitos conhecidos como caminho da Pindobinha ou da Gereba – que ligava Viçosa a Anadia e Mar Vermelho, também era conduzido açúcar de vários engenhos, entre os quais: o Gereba, de Apolinário Rebelo Pereira Torres; o Cambuim, de Vicente Ferreira do Nascimento Rodas; o Amazonas, de Adrião Pereira da Silva; o Areia, de José Florentino Pereira Torres; o Pedras de Fogo, de Lourenço José da Silva, e o Timbó, de José Raimundo dos Santos. Mas o principal movimento comercial através desse caminho era representado pelo algodão, cuja produção provinha não só de fazendas localizadas no município de Viçosa, como Paturi, Pedras de Fogo, Pindobinha e Gereba, mas também de algumas propriedades de Anadia e Mar Vermelho. As pesadas cargas do “ouro branco”, descendo as escarpas da Pindobinha, destinavam-se ás antigas bolandeiras da Vila Nova da Assembléia, substituídas mais tarde pelos descaroçadores ou vapores de algodão, tão conhecidos em nossos dias. No período de 1910 a 1935 essas máquinas de beneficiar algodão tiveram importância vital no desenvolvimento econômico do município.
[...]

   
Quanto ao caminho do ocidente, havia dois ramais: um para Paulo Jacinto e Quebrangulo, marginando o Paraíba e o Caçamba, e outro para Palmeira dos índios, em demanda do sertão.
    Por esse caminho a Vila de Assembléia recebia açúcar e gado. Açúcar fabricado pelos engenhos Bananal, de Quintiliano Vital dos Santos; Caçamba, de Nuno Rebelo Lúcio e Silva; Caçambinha e Flor do Caçamba, de Tertuliano de Holanda Cavalcante; Baixa Funda, de Caetano Donato Brandão; Firmeza, de José Alves Paes do Bonfim; Chã Preta, de Romualdo José de Souza.
    O gado bovino, procedente do sertão, era geralmente transportado via Palmeira dos índios, Quebrangulo e Paulo Jacinto. Já em terras de Viçosa, as boiadas seguiam pela margem esquerda do Paraíba, passando pelo antigo engenho Veados, de Manuel José de Oliveira Mata, e pelo sítio Cruzes, de José Gonçalves Carnaúba. No verão, as boiadas continuavam por uma estrada larga e meio arenosa, indo atravessar o Paraíba numa ampla passagem existente logo após o sítio Cruzes. Tomavam agora a sua margem direita, para sair no ponto denominado Barra do Caçamba, na confluência deste com o Paraíba. Tal itinerário, a partir da última década do século XIX, tinha a vantagem de evitar perigosos cruzamentos com a estrada de ferro. Na época invernosa, porém, ou ocasionalmente quando havia enchente no Paraíba, os tangerinos guiavam o gado por um caminho estreito, geralmente entre o rio e a via férrea, indo depois de meia légua alcançar o antigo povoado, atual vila de Anel, prosseguindo pelas fazendas Caçamba e Limoeiro, até desembocar em um dos mais velhos lugares de Viçosa – a secular Mata Escura. Em seguida, subindo a chamada ladeira do Descansador, na fazenda Dourada, as boiadas descambavam para outra ladeira – uma descida em tanto difícil, apesar de parcialmente calçada de pedras irregulares – e penetravam na cidade por um caminho antigo, quase paralelo à montanha da Mata Escura, do qual se originou a rua do Cravo, hoje denominada Senador Ismael Brandão.
   E se esses caminhos – o do norte, o do sul e o do ocidente – contribuíram fundamentalmente para o desenvolvimento econômico de Viçosa, maior importância ainda teve o do leste ou da serra Dois Irmãos, pois através dele se processava toda a exportação de açúcar e gado para Pilar e Maceió, bem como a importação de gêneros indispensáveis ao comércio viçosense. E não só na parte econômica, mas também na social, concorreram esses caminhos para o crescimento do município. Sem eles não teria sido possível o intercâmbio de Viçosa com várias cidades, como Anadia, Atalaia, Cajueiro, Capela, Maceió, Mar Vermelho, Palmeira dos Índios, Paulo Jacinto, Pindoba, Quebrangulo, União dos Palmares e Correntes (Pernambuco).
    Senhores de engenho e fazendeiros que iam à vila tratar de negócios ou, com suas famílias, assistir às festas de Natal, Ano-Novo e Bom Jesus do Bonfim, padroeiro de Viçosa; chefes políticos ou simples eleitores, da zona rural, nos dias de eleições, como naquele distante e agitado janeiro de 1878 (8), quando conservadores e liberais se desentenderam e as ruas da pacata Vila de Assembléia foram invadidas por capangas; sinhás-donas, em seus belos cavalos de sinhão, ou em fofas liteiras conduzidas por negros escravos; “coronéis” montados em castanhos baixeiros; os noivos que, acompanhados de tradicionais comitivas, iam casar-se na igreja matriz da “rua”, dia de sábado, como ainda hoje se usa; bandos de feireiros, ora conduzindo pesadas cargas de cereais, ora esquipando em quartaus rudados; o ronceiro carro de bois – o veículo agrícola da época – a cantar estrada afora, transportando lenha da mata para as fornalhas dos engenhos; dançadores de reisado, com malote às costas, no período das festas natalinas; zabumbeiros e tocadores de pífano, esses valorosos músicos populares de todos os tempos, que iam abrilhantar os leilões de São Sebastião ou do Bom Jesus ou de N. S. da Conceição – toda essa gente, sem distinção de cor e posição social, quer os que residiam em confortáveis casas-grandes de engenho, quer os que viviam em míseros casebres de palha, toda essa gente, no passado distante, percorreu os Velhos Caminhos de Viçosa.       
  
 Os Caminhos da Serra Dois Irmãos


  Dentre os primeiros caminhos que determinaram as comunicações entre as terras de Viçosa e outros municípios alagoanos, o mais antigo, sem dúvida, é o do leste ou da serra Dois Irmãos. Sua antiguidade, como caminho natural de tropa, presume-se remontar aos primeiros anos setecentistas. Sua importância comercial, todavia, somente no princípio do século XIX começa a se evidenciar. E a sua grande contribuição para o desenvolvimento municipal não deve ser considerada apenas em relação a Viçosa, pois também foi ele indispensável a uma vasta zona do vale do Paraíba, compreendendo várias unidades populacionais.
  Em época muito distante dos nossos dias, quando a atual cidade de Viçosa, ainda sem expressão demográfica e econômica, era apenas um sítio circundado de capoeira grossa, esse antigo caminho constituía a via única de penetração para o viajante que, galgando a serra, desejasse alcançar determinadas paragens do sertão alagoano ou do território pernambucano.   
   Poderia ser um caminho estreito, tortuoso, ora em mata fechada, ora em espaços rasgados através de capoeira rala, onde por muito tempo sempre estivera ausente qualquer obra de engenharia, mas o fato é que ele está geográfica e historicamente vinculado aos fundamentos não apenas de Viçosa, como ainda de outros municípios do vale do Paraíba.
   Ora beirando o pedregoso Paraíba, aqui cortando o seu fertilíssimo vale, ali varando as escarpas da serra Dois Irmãos, adiante estirando-se em longos trechos de puro massapé – a verdade é que essa velha estrada contribuiu, de modo inequívoco, para a formação socioeconômica da cidade de Viçosa.
 [...]


   Por ele chegaram ao referido povoado, nos anos que precederam á formação urbana de Viçosa (1820-1830), os que se deslocaram de vários pontos da Província e em Viçosa se estabeleceram, adquirindo por valores ínfimos grandes áreas de terra, oriundas de sesmarias formadas após a luta dos Palmares. Ao lado desses latifúndios foram sendo construídos, pouco a pouco, os primeiros engenhos bangüês de Viçosa, movimentados por tração animal. Já em 1849, no “mapa dos engenhos de fabricar açúcar moentes e correntes da província das Alagoas” (3), figuram quatro desses mais antigos estabelecimentos: o Dois Irmãos, de José Martins Chaves; o Jacu, de Afonso de Albuquerque Melo; o Quizanga, de Manuel Bezerra de Vasconcelos, e o Bananal, de Manuel Carneiro da Cunha.
[...].
  Em meados do século XIX, quando Vi çosa contava cerca de 30 engenhos safrejando, o produto era transportado, a princípio, para o Pilar, principal centro comercial entre a capital e a região da Mata, e onde se encontravam diversas firmas atacadistas, dispondo já de grandes armazéns. Já em 1871, a Vila do Pilar era considerada “a primeira da província pelo seu importante comércio, edificação e povoação; tem 847 fogos – 10 sobrados, 389 casas de telha e 448 de palha; tem ela mais três trapiches, 3 igrejas, uma mesa de rendas gerais, outra de rendas provinciais, uma agência do correio e quatro cadeiras de primeiras letras” (4). Mais tarde, quando o movimento comercial daquela cidade lacustre começara a declinar, o açúcar exportado pelos bangüês da Vila de Assembléia seguia diretamente para os armazéns de Jaraguá, em Maceió. Paralelamente à saída do açúcar, verificava-se a necessidade aquisitiva de certos artigos importados, indispensáveis à subsistência da população assembleiense, sobretudo gêneros alimentícios, tecidos, calçados e medicamentos. E, nesse intercâmbio comercial, era o velho caminho a única via de comunicação, cuja influência econômica, como podemos observar, não se restringia à Vila de Assembléia.
   Em numerosos documentos oficiais do período provincial vamos encontrar aquele caminho do vale do Paraíba – inclusive o trecho da serra Dois Irmãos – figurando entre as principais estradas da província. Já em 1862, referindo-se a essa estrada como importante via de comunicação para abastecer a capital, informava o presidente Antônio Alves: “A estrada que se dirige desta capital às vilas de Atalaia e Assembléia e povoação de Quebrangulo, e a que segue para a Imperatriz, são as vias de comunicação por onde se transporta a maior parte dos gêneros que vem para o mercado desta capital e são as que em todos os tempos mais têm merecido a solicitude desta assembléia e do governo provincial. Estou persuadido que neste ramo de serviço, que se liga aos interesses da agricultura e do aumento da renda pública, um dos maiores benefícios que se pode fazer à província será reparar e aperfeiçoar essas duas estradas, de modo que se prestem ao trânsito dos carros ainda na estação invernosa”.
  O valor comercial desse antigo caminho está bem caracterizado através de um velho relatório de junho de 1867, onde se informa que o governo mandara proceder a um levantamento do terreno compreendido entre a capital e os municípios considerados centros produtores: “Um dos mais vitais interesses desta província é, sem dúvida, o melhoramento de suas estradas, se é que tal nome se pode dar aos caminhos que ligam entre si os diversos pontos povoados, por onde se faz o comércio e se exportam os produtos da lavoura da província. Duas são as principais vias de comunicação que ligam os municípios centrais e produtores da província a esta capital: a que se dirige para a Vila da Imperatriz e a que, partindo do Pilar, se encaminha para Atalaia, Assembléia etc. Cumpre, pois, que Vmcê, como trabalho preliminar, proceda a um reconhecimento do terreno compreendido entre esta capital, Imperatriz, Assembléia, Atalaia e Pilar, determine a posição geográfica de todos estes pontos, assim como de outros, cujo reconhecimento for necessário para o estudo perfeito das estradas que pretenda construir”  (O grifo é nosso).

  Em outro documento de 1871, novamente se evidencia a importância econômica dessa estrada do vale do Paraíba, passando pela serra Dois Irmãos, que servia a uma microrregião agricolamente das mais ricas: “As principais estradas da província são: 1º a do Norte; 2º a da Imperatriz; 3º a de Atalaia; 4º a de Anadia; 5º a do Sul (...). A terceira é um ramal que, partindo da estrada da Imperatriz além do riacho Bebedouro ou Luiz da Silva, passa pelos povoados denominados Fernão Velho, Carrapatinho, Pedro da Cruz, Boca da Mata, Capela, Cajueiro, Gameleira, Sabalangá, Quebrangulo e vai ás vilas de Atalaia e Assembléia, terminando na povoação da Cruz de S. Miguel, cujo território é contestado a esta pela província de Pernambuco. É esta a zona mais povoada e produtora desta província; e, não só por este motivo, como pelo da conversão de grande parte do comércio do centro de Pernambuco para esta capital e para a Vila do Pilar, é a estrada de Atalaia, a meu ver, de todas quantas possuímos, a mais freqüentada e conseguintemente a que mais urgentemente reclama atenção do governo, atento ao péssimo e perigoso estado em que se acha em quase toda sua extensão”.
   Na década de setenta, embora o comércio da Vila de Assembléia ainda se apresentasse pouco desenvolvido, já o número de engenhos espalhados pela zona rural havia se elevado a 32, destacando-se, pelo valor da produção, os seguintes: Baixa Funda, de Caetano Donato Brandão; Bananal, de Quintiliano Vital dos Santos; Barro Branco, de Teotônio Torquato Brandão; Boa Esperança, de Firmino Rebelo Torres Maia; Boa Sorte, de José Martins Ferreira; Brejo, de Carolina Leopoldina de Farias; Firmeza, de José Alves Paes do Bonfim; e Gereba, de Apolinário Rebelo Pereira Torres.
   Várias localidades que comerciavam com a Vila de Assembléia também começavam a progredir na agricultura, na indústria rural e no comércio de açúcar, entre as quais a Vila da Imperatriz, hoje União dos Palmares, e as povoações de Capela e Murici. Muito mais importantes do que estas, porém, eram Pilar e Atalaia. Pela sua posição geográfica, ponto intermediário da zona da mata com a Capital, a Vila do Pilar era grande praça importadora de açúcar e muito cedo atingira a categoria de cidade (1872), suplantando as suas circunvizinhas. Atalaia, o velho arraial de Domingos Jorge Velho, embora ainda não fosse cidade, era vila influente com vários estabelecimentos comerciais e numerosos engenhos bangüês. O desenvolvimento dessas localidades sob o ponto de vista econômico e demográfico, estava, agora, a exigir do governo providências inadiáveis quanto ao melhoramento das condições da estrada do vale do Paraíba, passando pela serra Dois Irmãos.



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