Caderneta
de lembranças: caminhos da prostituição
Luiz Sávio de Almeida
Comunicação e prostituição
Uma das marcas da chamada pós-modernidade é operar as estradas
virtuais de comunicação, maximizando a
circulação das informações, abrindo,
portanto para todos os temas que circulam na cadeia humana da cultura e,
dentre eles, sem dúvida, está a pornografia absolutamente escancarada, ao
contrário de meu tempo de meninote e rapazote, quando se via fotos de mulher
nua, como fundo de pequenos espelhos de algibeira. Se muito, eu vi dois ou três
quadrinhos do Zéfiro, coisa como se fosse clandestina e a circular com imenso
cuidado. E isso, praticamente nos começos dos 60, quando tem relevo o nome de Carlos
Zéfiro com os seus catecismos, sorrateiramente vendidos em bancas de jornal que
sempre tiveram espaço, inclusive, para as revistas de nú.
Claro que ao revolucionar o mundo, a tecnotrônica iluminou
basicamente todos os setores da vida cultural, tal o poder das invenções e da
tecnologia. A produção em série de textos e imagens, sem dúvida foi também
renovando os ares da prostituição e da pornografia, mas a grande diferença é a
velocidade com que tudo acontece fazem
com que um cafetão, por exemplo, seja atualmente – e a bem dizer – um número de telefone
celular, enquanto, ainda por exemplo, as casas de pornografia em endereços
eletrônicos. É assim, que a tecnologia
sempre acentua a renovação e enquanto se poderia falar de velocidade na
duplicação, hoje se pode falar na velocidade da integração e da entrega. Nos
próprios começos do cinema tinha-se as
stag fiulms
Carlos Zéfiro cujos “catecismos” marcaram época, ainda vi quando
menino em Palmares, Pernambuco. Pouco ficou em minha cabeça, mas lembro que li
em frente a um hotel que havia na Praça e que me parece ter sido Hotel
Palmares, um hotel cuja zona de prostituição chamava-se Coréia, uma relação com
a guerra no Paralelo 38. Não sei do que
se tratava pois a grande sensação do Carlos Zéfiro era o desenho. Só que a
banca de jornal de uma pequena cidade como era Palmares, jamais encontraria
espaço para ele e para as revistas de mulher nua, como se dizia, e, então, tudo era de um lado absoluta
novidade e, do outro, absoluta raridade. Isto apesar do jornaleiro que viajava
nos trens que passavam vindos de Recife e seguiam para Garanhuns ou Maceió, com
o desvio de ramal feito em Paquevira, uma pequena estação perdida nas
fronteiras entre Alagoas e Pernambuco, famosa por uma sopa servida quentíssima,
enquanto o trem se arrumava no seu ramal. A pornografia e o trem da Paquevira,
jamais poderiam ter a mesma relação que a pornografia teve com o supersônico e
que tem com os megas e parentes em velocidade.
Hoje Carlos Zéfiro está à disposição na net; ele seria o que se pode
entender como a demonstração na imprensa de um tipo de luxúria e tudo é sinal
de que nos dias de hoje, o pecado tem pressa e é tão urgente quanto a própria
possibilidade de viajar. E isto me
lembra o velho e esquecido Marshall Mcluhan quando falava na ampliação de
sentidos e na aldeia global, pois é possível, atualmente, dar-se a volta ao
mundo sem sair de casa e andar na pornografia e no erotismo de todos os cantos
do mundo. Mais difícil seria aceitar as suas teses sobre meios quentes e frios
quando se fala na pornografia. Mas sem dúvida o mundo estreitou-se e a
pornografia e o erotismo está como o food
fast se encontra, inclusive com lanchonetes virtuais.
A geografia urbana do pecado
Antes fazia sentido falar-se em zona de mulheres, como se o pecado
tivesse condições de ficar em uma ilha urbana. Nas pequenas cidades do
interior, os dias de feira eram de grande movimento nas casas, como se dava no
Pernambuco Novo do Pilar, no Camartelo do Penedo, na Coreia dos Palmares,
rompendo o normal da semana e dando força aos sábados e domingos, normalmente,
também, dias de feira a pesar de que ela é omitida de seus nomes. Hoje o pecado
cruza o espaço, numa velocidade
extraordinária, assumindo uma nova realidade que, por ironia, ainda é chamada
de virtual embora seja um campo evidente de transformação do imaginário em
realidades que alguns ainda tentam
chamar de ficção, de invenção, como isentando-as do eixo de
culpabilidades, erros e paixões e amores e que, por eles, somente poderiam
ocorrer no que chamam de real, parecendo-nos, que, fictícia é esta
exclusividade do real como se somente o físico existisse.
A geografia urbana do pecado mudou, também, na medida em que vai
sendo pressionado para abandonar áreas e na medida em que ele, por razões de
mercado, precisa estar perto do cliente. Basta verificar Maceió que contou,
neste sentido, apenas com um estudo realizado pelo Edson Bezerra; aliás,
trata-se de um belo estudo que não foi por ele, infelizmente, continuado. Lembro de meu tempo de menino, da existência da
zona em Jaraguá, um lugar de porto e, então, de costumeira prostituição. Foi
consolidado na década de trinta do século passado, para onde foi empurrada a
prostituição que andava pelo centro aliada à jogatina em cassinos e ligações
com a área de mercado, como por exemplo se dava no Beco da Lama e nos lados da
Pirulito, Santa Cruz. Carlos Paurílio em um conto mostra esta
prostituição central ainda em andamento, quando narra os impasses do amor no
passar do tempo e nos lados do Beco da Lama. A zona foi se despersonalizando:
sabia-se de cor, nomes como o de Mossoró, Railda e outras tantas.
O centro foi recebendo a intervenção policial e Jaraguá ficando
subdividida em uma área mais chic na
Sá e Albuquerque e outra pobre em seus adentrados. Ela dura até a década de
setenta quando se transfere para a região do Canaã onde não sei se permanece e
sua transferência para o Canaãn transformou-se em uma ironia na nomenclatura
urbana. Alguns comentam que se transformou em um denada, em face da revolução
dos costumes urbanos que aconteceu na cidade de Maceió, especialmente em face
da descoberta da orla, de modificações nos padrões da economia urbana e
surgindo uma nova cidade encostada à que sempre foi velha. Alguns marcos foram aparecendo e se foi indo
da famosa corrida de submarino ao aparecimento de alguns estabelecimentos que
foram testemunhos das mudanças de costumes, da liberação do sexo, de uma
juventude que tinha agora novos caminhos para seus pecados. Aparece um
restaurante chamado Ipaneminha e o Fornace, elementos da renovação de costumes e
de uma nova visão de algo que começou a ser chamado de orla.
O automóvel permitia ir-se pecar longe e a classe média teve
facilidades e foi se expandindo. A orla teve dois mundos diferentes: o da
Jatiúca e da Ponta Verde formando um conjunto, enquanto a Pajuçara era
outro. Na Pajuçara, a distância para o
mar abriu para campo de futebol, espaços livres... A outra banda, a banda do
norte, estava imprensada e talvez isto a fez tornar-se mais seletiva. O fato é
que a corrida de submarino foi acabando pela construção, especialmente, de
barracas que foram expandindo suas ocupações. Ficava difícil a classe média de
boa renda pecar por ali.
As moças passaram a ter uma liberdade que jamais existiu antes, no
que se refere a sexo. O que era furtivamente realizado nos intervalos de
vigilância, passou a ser feito sem qualquer
restrição e pejo. As meninas do meu tempo de menino eram mais do que
conhecidas, especialmente no interior e me refiro agora a Palmares em
Pernambuco. Meninos sempre conversam
sobre meninas do mesmo modo como meninas sempre conversam sobre meninos. Eu me
lembro de – que menino –, estava
flertando (como se dizia) com uma moça e uma amigo me disse: “Fulana é danada!
A gente com uma semana, pega na mão dela!”.
Santa castidade!
Uma vez, já coroa ambulante, perguntei a Zé Paulo, um poeta meu amigo e que
é de Pão de Açúcar: “Zé Paulo, como é se
se fala para namorar hoje uma menina?”. Respondeu: “Sávio, tá mais simples! Você
chama para tomar cerveja e aí pisa no pé dela. Se ela não reclamar, tá tudo
certo!”. Eu ri. Mas a resposta do poeta desmontava todo um tempo passado,
se bem, que o presente sempre comenta o que vai passando com certa conotação de
distância. Tempos presentes, necessariamente são diferentes de tempos passados.
Não posso, neste momento, esquecer uma
embolada de Manezinho Araújo: Cuma é o nome dele?
Tecnologia, investimentos urbanos vão mexendo com o ato sexual de
pecar e não com o sentido de pecado, cuja tônica está nos acontecimentos do
Paraíso e que envolviam, como ambiente, o Eden e como personagens: Adão, Eva, a
Serpente e Jeová que teve de expulsar Adão e Eva. O malemolente da serpente
parece e muito com a nossa cabeça a argumentar-se sobre o fazer e o não fazer;
quem resiste a esta malemolência é Cristo no deserto.
Tudo se arrebenta em Maceió ou se escancara, é quando a praia se
abre e nasce a orla, suplantando a Avenida e acabando com de vez com a
possibilidade de se continuar falando sobre uma
antiga Praia das Acanhadas que era conhecida a região da Ponta Verde e isto é mais ou
menos contemporâneo ao aparecimento de
nosso primeiro motel que arrebenta, dentre outro pontos, com as antigas
casas de recurso. Somem as casas de recurso, as boites, as pensões de
raparigas... As mulheres de vida livre e de vida fácil vão ter de encontrar
outros caminhos, devendo ser lembrado com o saudoso Stanislaw Ponte Preta que:
somente a arbitrariedade poderia chamar uma prostituta de mulher da vida fácil.
Edson Bezerra mostra como nasce um polo de prostituição na região da
antiga rodoviária e ele conta as casas e conta os leitos que estavam
disponíveis. Era um novo marco, atraindo, como deve ter atraído a rodoviária
nova. No entanto, a Praça Bomfim transformou-se em região de bares e botecos, a
redondeza ficou cheia de pequenos hotéis e Maceió bifurcava os caminhos: Poço
ou Jaraguá. Mas a ideia de uma zona para
o pecado, foi sendo acabada com o advindo de uma nova invenção: o motel.
E eles foram se alastrando, eles foram aparecendo aqui e ali, as casas de recurso foram substituídas por
esta espécie de hotelaria que geralmente era instalada na beira de estradas ou
de rotas de alto fluxo. Se a memória não falha, o primeiro que nasceu estava
longe: lá pelo Catolé: era o que se comentava e se falava também de um outro que
surgiu nas proximidades, todos na parte de cima e é somente depois que eles descem e ficam
mais perto do modernoso de Maceió. Antes, quando eu era menino e andava nas
ruas de Maceió, era pelo meio mesmo que saía o magote; raramente passava um carro e a gente sabia a
quem pertencia: é do dr. fulano de tal.
Depois, os carros foram aparecendo e possibilitando dizer que o pecado mora ao
lado, mas viaja também.
Devagar mas com ritmo, eles vão procurando novos pontos, e vão
fazendo um corredor na Mangabeiras e por onde se tem os corredores de
deslocamento da cidade. Demoraram a seguir no rumo sul, mas estão por lá. E
hoje, o celular ampliou ainda mais a oferta; basta pegar os pequenos anúncios e
a relação está posta, como se tem oferta em sites que são aos montes. Não é
fácil saber se tais sites são daqui: acho que dificilmente. Mas estão ofertando
mulheres de Maceió, como se estivéssemos diante de uma vitrine no Bulevar
da Cidade.
Antigamente, uns 20 anos passados, não era raro chegar um cara
metido a conquistador e a cavalo do cão dizer:
“Cara, acabei de estar com a Miss Pernambuco ! Mandei buscar e ela
chegou de avião!”. Ora, dizia eu com meus modestos botões: “Coitada!”. Pegando
um sites que fala sobre Maceió e Arapiraca, muitas são anunciadas como visitanters,
pequena temporada nas Alagoas, gente andeja que vai e vem.
Tá tudo diferente
Era diferente ter acesso ao material pornográfico, estando-se no Rio
de janeiro e em Palmares, Pernambuco.
Não era escancarado entre os cariocas, mas quase inexistente na beira do Rio
Una. Vez perdida, passava filme de safadeza
como se chamava, no Cine Apolo em Palmares, sessão que começava por volta das
11 horas da noite e lotava. Não sei como era feito a propaganda; sabia-se do
filme, a partir de reclame que se fazia em grandes tabuletas, cobertas com
papel que eram pintados com os informes essenciais, mas Seu Amaro jamais faria
isto de forma aberta. Aqui em Maceió, houve cinema que se especializou nisso,
um deles era perto da Praça do Bonfim e o outro era para os lados do mercado e
dizem as más línguas que hoje ainda opera um deles para os lados do Prado ou
Trapiche. Aqui, nunca fui, mas em
Palmares, havendo possibilidade eu entrava, apesar de ser dito que era proibido
para menores.
O que era a bem dizer uma espécie de segredinho masculino terminou
por escancarar-se por via da internet, que coloca o mundo no fervilhar do sexo
transformado em mercadoria, sentido puramente comercial. Talvez por aí, se
possa procurar o sentido da pornografia: o mercado. E a sua produção, sem dúvida, é mafiosa, no
sentido de que o crime organizado e inteligente a manipula. E o pior deles é o
que envereda pela pedofilia, algo impossível de se conceber e aceitar como
normal dentro da rede do que vamos chama de cultura pornô, onde, sem dúvida, o
grande ponto de apoio é o lucro ou a renda do capital. Aliás, muitas e muitas
vezes, a pedofilia se encontra insinuada em fotografias e vídeos, como é fácil
encontrar. Um exemplo é dado em site sobre nudismo, com fotografias apelativas
e aparecendo aqui e ali criança em posição que se insinua sobre ela. Isto
ocorre sobretudo em sites com vídeos sobre nudismo, temperados pela insinuação de sexo e
aparecem, vez em quando, como se houvesse cuidado em não dar evidência, cenas
com crianças que mesmo não estando em situação de sexo estão enquadradas dentro
do mesmo conjunto que caracteriza as demais.
Venho de muito tomando nota sobre isto, o azar me fez perder uns
três a quatro cadernos de anotações.
Perdi. Por outro lado, precisava de parceria de especialistas para levar
à frente um estudo mais amplo sobre a questão e precisava ser necessariamente
ponderado e justificado. Deveria ser algo que evitasse o sentenciamento moral.
Mas, sem dúvida, especialmente, de alerta, condenação e demonstração de onde estava
insinuada a pedofilia. Não é pequena a bibliografia de trabalhos sobre o
assunto: pornografia/internet.
A tecnologia teria de mudar o mercado do sexo, do qual, este tipo de
pornografia que estou comentando, faz parte. Ela não deixa de afetar direta ou
indiretamente, todos os campos sociais e, no caso, foi diretamente, pela
universalidade que conseguiu da oferta de sexo. O antigo cafetão vai sendo
substituído pelo apoio das corporações e as pensões de rapariga vão sumindo do
mapa e se tornado arcaico do sexo. Pegando jornais de domingo, por exemplo,
tem-se anúncios e mais anúncios do que passou a ser conhecido como meninas e
meninos de programa. Por outro lado, são inúmeros os sites de oferta de
acompanhamento inclusive com anúncios de Maceió. Desta forma, o que foi
escondido, hoje é escancarado: o que alguns chamam de sexo bizarro é,
sobretudo, uma grande fonte de acumulação.
Neste sentido, basta ver o caso da UOL, cujo começo é de 1996 e hoje
domina a internet brasileira com seu estrondoso número de acessos anuais.
Segundo consta, seria do mesmo grupo da Folha de São Paulo. O grupo deve
faturar muito bem com pornografia, que ele mesmo estimula em seus chats. Acesse
o uol e logo verá o que oferece para entretenimento. Clique e terá como
entretenimento, a opção sexo, que na realidade é um imenso acervo pornográfico;
ela mesmo fala em milhares e tem planos para quem deseje uma aventura, com uma
escala de preços que começa em torno de uns trinta reais. São milhares, como
ela mesma anuncia, com uma espécie de conjunto especializado que ela chama de
As brasileirinhas. Ela vende a assinatura para o que ela chama de Uol Sexo. E
aí você pode ver Roger e Angel Lima, Taras de mulher, Foi daquele jeito. Se é
pornografia, então a matriz está no alto capital reconhecido no Brasil e não
simplesmente. Na proverbial Boca do Lixo em São Paulo, onde uma vez, liso, tive
de me hospedar naqueles tempos brabos.
Agora a Boca do Lixo é fichinha. Se As Brasileirinhas são
distribuídas, posso suspeitar de um conluio que chega à produção. No seu chat ou bate-papo, existem,
especificamente, para sexo cerca de seis grupos de sala: sexo virtual, sexo
lgbt, por localidade, imagens eróticas, lgbt por localidade, por faixa etária.
Somente a sala de sexo virtual tem cerca de 22 especializações, sendo engraçado
a de sexo por telefone, pois fica o virtual multimídia. A categoria de sexo virtual tem cerca de 50
salas e, considerando uma ocupação média de vinte pessoas por sala, a uol
esperaria a presença de 1.000 pessoas somente neste seu pavilhão virtual de
coitos ou de trânsito e transporte eletrônico de pénis e vaginas.
O chamado pecado morava longe e hoje você hospeda em seu celular.
Lembro da Chalaco, exposta à visitação
para quem transitava pelo Jacintinho. Era pequena. Muitas vezes tive vontade de
entrar para ver como era, se eu ainda encontraria a velha zona, mas não fui. Lamento, teria sido interessante comparar com
a Maria Boa de Natal que além de tudo tinha um famosíssimo galeto al primo canto. Comparar com as casas
simples da Ribeira, também em Natal,
encrustada no porto como era a de Jaraguá.
O esquecido Mcluhan tinha
razão ao pensar que o tamanho da aldeia estaria aumentado, ao ponto de assumir
o mundo? Ele conseguiria acabar com o lugar a que tanto se ateve Tolstoi? Acho
que realmente o mundo encolheu e disto não tenho dúvida, mas acho, também, que
não acabou o meu lugar e o fato de que posso pecar aqui e agora, embora
juntinho do vizinho que continua vizinho
e nunca poderia ser eu. Pecar, o que justamente seria? Não sei direito, mas
quando estou futucando as lembranças surge e gosto que tenha surgido:
CONFITEOR Deo omnipotenti, beatae Mariae semper
Virgini, beato Michaeli Archangelo, beato Ioanni Baptistae, sanctis Apostolis
Petro et Paulo, et omnibus Sanctis, quia peccavi nimis cogitatione, verbo et
opere: mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa. Ideo precor beatam Mariam semper
Virginem, beatum Michaelem Archangelum, beatum Ioannem Baptistam, sanctos
Apostolos Petrum et Paulum, et omnes Sanctos, orare pro me ad Dominum Deum
nostrum. Amen.
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