Translation

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Do trabalho escravo ao doutorado (II)

Amaro Hélio Leite da Silva é professor do Instituto Federal de Alagoas, mestre em sociologia pela UFAL, doutor em história pela UFPE, coordenador do Grupo de Estudos, Memória, Tecnologia e Etno-história de Alagoas (GEMTEH) e membro do coletivo Índios de Alagoas: cotidiano e etno-história.











Dois dedos de prosa
            Esta é uma bela história de vida de um homem que vem da periferia, transforma-se em um Professor Doutor e não perde suas raízes. É o caminho que percorreu o Professor Doutor Amaro Hélio da Silva. Além disso, o texto nos fala sobre o delineamento de todo um contexto social e político, desde a saída do meio rural ao encontro da periferia em Maceió.       
Sem dúvida Campus/O Dia agradece a oportunidade de poder publicar este texto  e convidar seus leitores para conhecer um pouco da vida de uma pessoa de altíssimo valor: Amaro Hélio da Silva.
Um abraço
Sávio de Almeida

UMA VIDA DE LUTAS E UTOPIAS –2
Amaro Hélio da Silva

As estratégias de sobrevivência na capital - Jacintinho
Na chegada ao Jacintinho, início dos anos 1980, já era uma família grande. Meus pais precisavam alimentar e educar a mim e mais quatro irmãos (Zé Nilton, Zenilda, Donizete e Ailton). Minha mãe fazia questão de colocar todos na escola, mas o meu pai exigia que eu e o meu irmão mais velho, Zé Nilton, ajudássemos no sustento da família. Não havia escolha para nós: era trabalhar ou passar mais dificuldades. Apesar de ainda crianças e quase adolescentes, eu e o Zé Nilton tínhamos que trabalhar. Meu pai não admitia a hipótese de que nós vivêssemos apenas de estudo. Para ele, o trabalho é o fundamento de tudo: alimenta, veste, paga o transporte e, principalmente, coloca a comida na mesa. A relação era simples: trabalho-dinheiro-vida social. Portanto, a escola era uma consequência desse processo. A pobreza alimentava essa visão pragmática e, consequentemente, a construção de uma família que não se permitia ao lazer, mas apenas a satisfação das necessidades básicas. 
Começamos a catar lixo reciclável: ferro velho, cobre, alumínio, garrafa de vidro, lata e todo tipo de material capaz de gerar renda. Para nós, apesar de sermos ainda crianças, era um misto de aventura, brincadeira e responsabilidade. Aventura no sentido de que era uma forma de explorar os bairros mais próximos e descobrir coisas novas. Enquanto procurávamos ferro velho, descobríamos sítios de frutas, que matavam a nossa fome na hora do aperreio; achávamos brinquedos quebrados, que reaproveitávamos em casa com os nossos irmãos. Era uma forma de ganhar um dinheirinho e de inventar nossas próprias brincadeiras. Foi desse modo que descobrimos a rua, as praias e a maloqueiragem, que passou a ser, ao mesmo tempo, nossa estratégia de sobrevivência e nossa grande ameaça na rua.
Com o pouco dinheiro conseguido na venda do ferro velho passamos a procurar outras alternativas de renda. Compramos algumas frutas (principalmente manga e amendoim), duas caixas de isopor e alguns saquinhos de plástico para vender flau e picolé na rua e nas praias. Minha mãe assava os amendoins e fazia os flaus. Durante a semana, saíamos com os nossos carrinhos de mão (feitos por nós, com caixote de madeira) vendendo manga pelas ruas, que era mais barata e mais fácil de “achar” nos sítios vizinhos. No final de semana, íamos vender flau e amendoim na praia.
Sempre saia acompanhado do meu irmão Zé Nilton. Além de protetor, ele era o meu professor para as “coisas da rua”, em especial para as vendas das nossas mercadorias. Foi ele que me ensinou a negociar o preço de acordo com o tempo de validade da mercadoria e com o poder aquisitivo do cliente. Era ele quem me protegia dos maloqueiros da rua, pelo menos, quando era possível. Lembro que uma vez apanhamos na rua e em casa. Tudo por causa de uma turma de maloqueiro que chupou os nossos flaus e não pagaram; nós reclamamos, levamos uns cascudos na cabeça e alguns pontapés; e, quando chegamos em casa, sem o dinheiro, levamos uma surra de tabica feita com galho do pé de carambola. Era a forma de punição que a minha mãe encontrava para nos ensinar a sua moral social e cristã.
Em meados da década de 1980, nasceram meus dois irmãos caçulas, Francisco (Chiquinho) e a Elizabete (Bel), completando nove pessoas na família: meus pais, eu e mais seis irmãos. Meu pai recebia apenas um salário mínimo para sustentar toda família. Até hoje, não consigo entender como o meu pai conseguiu esse feito, apenas com o suor do seu trabalho, numa época de inflação alta. É um mistério que, se desvendado, daria uma boa tese de doutorado. Hoje, posso afirmar que são as estratégias de sobrevivência da pobreza; algumas delas até foram reveladas, mas outras continuam um mistério, estar para além de uma simples leitura da economia doméstica dos pobres.
Para compreender as estratégias de sobrevivência criadas pelo meu pai é preciso ir ao cotidiano da nossa casa, da nossa “economia doméstica”, dos nossos códigos de conduta familiar. A minha grande referência é a feira que o meu pai fazia aos domingos, no Mercado da Produção, na Levada. Meu pai sempre levava dois filhos para acompanhá-lo; geralmente, os mais velhos. Para nós, era o melhor dia da semana. A cada compra de frutas, o meu pai pechinchava para levar algumas mercadorias extras. Saíamos da feira de barriga cheia de tanto comer banana e manga.
A feira da gente era sempre a mesma; limitado pelo pouco dinheiro, meu pai dificilmente mudava a lista de compra: banana, manga, feijão, arroz, macarrão, farinha, frango, carne com osso, mortadela, ovos e, às vezes, quando o dinheiro sobrava um pouco mais, tinha uma carne sem osso e um peixe. A marca dos produtos pouco importava, pois se comprava o que o dinheiro desse. Tudo era meticulosamente contado e medido para poder passar uma semana. Caso acabasse algum item, passava-se com o que tinha.
O domingo era o dia da semana mais esperado por nós. Era o dia da feira, dia de “fartura” em nossa casa, além de ser o dia da melhor refeição. Minha mãe fazia uma galinha guisada com purê de batatas que, apesar de se repetir por muitos anos, nunca deixou de ser o nosso prato preferido. Era um dia quase sagrado, feito ritual, que fortalecia os laços da família: logo cedo, meu pai ia à feira; ao meio-dia, almoçávamos deliciosamente; ao final da tarde, íamos a missa, na Igreja Santo Antônio; e à noite, assistíamos Os Trapalhões, um dos programas humorísticos de grande sucesso da televisão brasileira.
Para fazer “render” a feira da semana, minha mãe sabia exatamente a quantidade que cada um deveria comer, e, justamente por isso, era ela mesma quem colocava os nossos pratos. A quantidade de comida e a qualidade dos pedaços de carne eram de acordo com a idade e a responsabilidade de cada um na família; os mais velhos comiam os melhores pedaços. À noite, tomávamos café, que poderia ser acompanhado de pão, cuscuz, batata doce, macaxeira, ou inhame; mas, geralmente, era cuscuz. A gente não jantava, a gente tomava café, porque jantar não fazia parte do nosso vocabulário familiar.
Dificilmente a gente comia pão quentinho. Meu pai comprava pão do dia anterior, porque além de ser mais barato, ele comprava de saco para comermos em dois ou três dias. Lá em casa, não existia “a hora do lanche”. Só descobri essa hora quando fui estudar na Escola Theonilo Gama, uma escola pública perto de casa. A escola dava um lanchinho simples, mas era um reforço importante para a nossa alimentação. O cardápio era sempre o mesmo, mas a gente gostava: um dia, era bolacha com leite; outro, era cuscuz com leite; e, quando variava um pouco, aparecia arroz com almôndegas...
Minha mãe costurava as nossas roupas, inclusive os nossos lençóis, que eram feitos de saco de açúcar, tipo de tecido parecido com algodão cru, que vai amaciando com o tempo. Roupa nova só uma vez por ano, quando íamos comemorar o Natal na Sococo, que era nossa única festa do ano. Como não tínhamos lazer e não comemorávamos aniversário, esperávamos o ano inteiro por essa festa.
A Sococo fazia da festa de Natal um ritual de fortalecimento da família e da hierarquia da empresa, separando as mesas dos empregados (que eram as mesmas do refeitório) das mesas dos dirigentes (que eram arrumadas por família, forradas e com cadeiras estufadas). Todos comiam e bebiam à vontade e os filhos dos empregados ainda ganhavam uns presentinhos de Natal: boneca, bola, carrinhos... Tudo muito simples, mas para uma família que não sabia o que era festa ou presente, era só felicidade.
No final da festa, a empresa homenageava com uma plaquinha os funcionários mais antigos e dedicados, uma espécie de homenagem ao “operário padrão”. Lembro do dia em que meu pai foi homenageado pelos dez anos de empresa. Foram dez anos de trabalho –  fazendo inclusive muitas horas-extras para aumentar um pouco o salário mínimo que ele recebia – sem nenhuma falta, a não ser por motivo de doença, que era raro. Apesar da homenagem e dos longos anos dedicados à empresa, meu pai nunca foi promovido ou recebeu mais do que um salário mínimo.
Sempre enfrentamos muitas dificuldades, mas a fé da minha mãe e a determinação para o trabalho do meu pai nos ajudaram a superar os problemas recorrentes do cotidiano de pobreza. Minha mãe sempre foi rígida quanto a nossa formação religiosa. Havia uma formação católica, que na percepção da minha mãe, jamais poderíamos fugir: começava com a catequese; depois vinha a primeira comunhão; e por fim, a crisma; além das missas aos domingos.
A catequese formou a base dos meus princípios cristãos. Diferentemente das formalidades das missas aos domingos, a catequese, era uma forma de brincar, refletir sobre os preceitos cristãos e fazer amigos. Fazíamos catequese no Centro Comunitário Santo Antônio, no Jacintinho. Dentro da catequese, fazíamos parte da Juventude Unida em Cristo (JUC), que era diferente da Juventude Universitária Católica (a JUC da esquerda católica dos anos 60); porém, havia uma ligação profunda com as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), onde a prática cristã ganhava sentido com a vida em sociedade, sobretudo na luta pela causa dos pobres. Era, na verdade, uma herança do Concílio Vaticano II, que assumiu o compromisso com os pobres desde a esquerda católica, passando pela Teologia da Libertação e chegando as CEBs. Daí a existência de organizações católicas como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), entre outras. Talvez isso tenha me aproximado dos movimentos sociais, da União da Juventude Socialista (UJS) e do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), alguns anos depois.
Nossa formação católica – orientada, sobretudo, pela minha mãe – formava nossa moral cristã. Nunca fui muito fiel a esses preceitos religiosos, mas, sem dúvida, eles guiaram os meus atos e formaram a base da minha personalidade. Um exemplo disso era a minha negação em participar das “relações perigosas” do Jacintinho. Não sei se tinha mais medo do pecado ou da pisa da minha mãe, mas o fato é que eu e meus irmãos conseguimos nos livrar da bandidagem que era comum à parte dos adolescentes do bairro, sobretudo às drogas e o roubo.

Jacintinho de festa e maloqueiragem
A violência e as drogas sempre estiveram próximas das nossas vivências no Jacintinho. A “FM” (hoje, Rádio 96 FM) era uma rua vizinha à nossa casa que se tornou um ponto de encontro de todas as “tribos” do bairro: regueiros, lombreiros, “maconheiros” e todo tipo de maloqueiro. Era comum a venda e o consumo de maconha na rua, além de outras drogas. A minha formação católica distanciava-me do consumo e do tráfico, mas não me impedia de conviver nesse meio. Inclusive, entre os meus melhores amigos tinham evangélicos, regueiros, maloqueiros e maconheiros; e, quando era possível, todos compartilhavam das mesmas brincadeiras e sonhos, apesar de alguns estranhamentos de vez em quando, é claro.

A ideia de maloqueiro surgiu para identificar aquele que vivia na maloca, o índio; e, em virtude do preconceito que se criou em cima deste, foi associado a gente preguiçosa, rebelde e que não gostava de trabalhar. Hoje, maloqueiro é um estereótipo que passa a identificar aquele que mora em cabana, barraco ou favela; ou seja, o pobre que vive na periferia das grandes cidades, numa “vida marginal”. É interessante notar como esse estereótipo é reproduzido pelas páginas policiais dos jornais locais, associando a ideia de maloqueiro ao comportamento rebelde dos jovens da periferia ou à sua condição de pobreza.  
No meu tempo de morada no Jacintinho, maloqueiro tinha um duplo sentido: que poderia ser identificado tanto como malandro ou como marginal. Era uma espécie de sujeito que desafiava as regras e a moral vigente. Para alguns, maloqueiro era sinônimo de vida bandida, associada ao roubo e ao crime. Para outros, maloqueiro era uma espécie de malandro, sujeito desocupado, que não estudava e nem trabalhava, mas era bom de briga e sabia se livrar da bandidagem. Alguns destes tornaram-se uma espécie de “justiceiro”, que protegia os moradores dos marginais. A separação entre uma e outra forma de vida maloqueira era muito sutil. A juventude do Jacintinho dificilmente escapava desse destino, com algumas exceções. Eu mesmo, embora tenha me aproximado muito dessa “vida marginal”, tinha medo de me tornar um pela proximidade que eles tinham com o crime. 
Na rua da FM, a convivência com viciados e traficantes de droga era corriqueira. Pelo fato de alguns amigos meus se tornarem viciados, aprendi a conhecer algumas drogas e os seus efeitos. A maconha era a droga de iniciação, seguida do Rufinol – um calmante muito usado no tratamento de pessoas com problemas psíquicos – mas que se misturado à bebida alcoólica ou a Coca-Cola pode se tornar uma droga perigosa. Eu e meu irmão mais velho éramos constantemente convidados a provar essas drogas, mas a nossa moral católica e o medo sempre nos afastou dessa experiência. Medo das consequências morais, medo de levar uma surra de tabica de carambola ou medo de pecar contra os nossos princípios cristãos, que, para nós, significava entrar no mundo da bandidagem, dos viciados, isto é, no mundo do crime. Para nós, “maconheiro” era sinônimo de marginal. É claro que estávamos influenciados por mais um estereótipo, pois hoje sabemos da necessidade de se distinguir o consumidor do traficante. O problema era a relação preconceituosa que a sociedade, inclusive a opinião pública-midiática, fazia e ainda faz entre pobreza, maconheiro e marginal.
Havia uma espécie de rito de passagem para uma “vida maloqueira”. Para ser maloqueiro respeitado era preciso ser aventureiro, bom de briga, esperto e regueiro; isto é, viver próximo de uma conduta sempre perto do perigo. Minha iniciação na maloqueiragem começou “maiando” nos ônibus coletivos. “Maiar” era andar de ônibus sem pagar a passagem, o que poderia acontecer de várias formas: passar por baixo da catraca; passar dois de uma vez só na catraca pagando apenas uma passagem; ou o que era mais comum: esperar o ônibus parar no ponto e descer pela trazeira. O grande problema desta “prova” era ficar preso na catraca ou ficar preso na porta e  ser arrastado pelo ônibus. Eu tinha muito medo de ficar preso na porta, mas como vivia “liso” (sem dinheiro) e era uma forma de aventura, terminei entrando no embalo.
A maloqueiragem fazia a “festa” no carnaval. Na folia de Momo, a rua Bonfim – onde eu morava e uma das principais do bairro – era transformada em território do povo e, em especial, dos maloqueiros. Aí todo mundo se misturava na folia do mela-mela e do vale tudo: valia se melar e melar os outros de tudo: maisena, pó de bebê, ovo podre, carvão, cal e tinta. A pretexto de tomar cachaça valia sair fantasiado de laurça, de boi de carnaval ou vestido de mulher para pedir dinheiro ao povo, com a famosa musiquinha: “laurça quer dinheiro quem não der é pechincheiro”; valia até roubar boné ou chapéus dos “otários” que vacilavam nos ônibus. Todo estranho que passasse pelo bairro de boné ou chapéu – seja a pé, de ônibus ou de carro – se desse bobeira, era roubado, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Era a inversão permitida pelo carnaval ou uma forma de justificar o roubo.
Embora a “vida maloqueira” pudesse levar a violência e ao roubo, havia um código moral que impedia essas práticas contra os moradores do bairro. O roubo dentro do próprio bairro era punido com linchamento. A violência, geralmente, estava associada às drogas ou a briga de galera.
Depois do carnaval, a festa junina era uma das festas populares que mais mobilizava os moradores do Jacintinho, formando “quadrilhas” (ou arraial como é mais conhecido) em quase todas as ruas do bairro, onde era grande a disputa pela melhor ornamentação, o melhor forró, os melhores dançarinos; enfim, pela mais animada festa de São João. A “quadrilha” era uma forma de trazer o interior – com sua vida rural – a vida urbana de Maceió. As ruas eram enfeitadas com palhas de coqueiros, bandeirolas coloridas, palhoças e fogueiras. Havia muitas “quadrilhas” no Jacintinho, bonitas e animadas, mas uma das mais belas era a da Dinha, no Conjunto José da Silva Peixoto, chegando a ganhar vários prêmios de concursos juninos e ser reconhecida como uma das melhores de Alagoas, pelo menos durante os anos 1990.
Não sei se os outros bairros tinham a tradição junina do Jacintinho, é muito provável que sim, mas sei que o Jacintinho se transformava basicamente em uma cidade do interior, onde cada rua formava sua quadrilha. Nos outros bairros, lembro que havia bons palhoções para dançar forró (era o caso da Jatiúca, Sanatório e Serraria), mas para curtir mesmo as festas dos santos juninos só na periferia, especialmente no Jacintinho, no conjunto Peixoto. O problema foi quando junto à massificação da festa no Peixoto, veio junto à violência, nos anos finais da década de 1990, provocando brigas, roubos e até mortes. Essa onda de violência levou ao fim das grandes festas juninas no Jacintinho, pelo menos, nos moldes que tínhamos antes, tomando como referência a rua do Arraial da Dinha.

Paralelo às festas juninas, a cada quatro anos, acontecia outro grande momento de confraternização popular, a Copa do Mundo de Futebol. Foram muitas Copas que se transformavam em festa de carnaval e/ou de São João. Nas minhas lembranças ficaram as alegrias e tristezas da Copa do Mundo de 1982. Tinha apenas 9 anos de idade, mas até hoje, não vi uma seleção brasileira de futebol tão empolgante e apaixonante como aquela. Lembro da rua do Bonfim toda pintada e enfeitada com bandeirolas e balões juninos com as cores do Brasil. Os dias de jogos da seleção, viravam feriados nacionais, eram um ritual quase sagrado: o povo vestia a camisa verde amarela, abriam as portas de suas casas e se juntavam para celebrar os nossos heróis de chuteira. Liderada por Telê Santana, a seleção encantava com Zico, Sócrates, Júnior, Falcão, Cerezo e companhia. Era o futebol arte em ação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário