fui assaltado!
Decidimos abrir mais uma sessão
no nosso blog contendo relato de assaltos que aconteceram. Começaremos hoje com
um pequeno e denso texto de Renner Boldrino,
formado em Letras (Literaturas) pela UFRJ, secretário do Curso de Design
da Ufal. Fotógrafo profissional desde 2014. Especialista em fotografia de
casamento. Leia. Sugira a seus amigos que coloquem suas histórias aqui no blog.
Sou Renner Boldrino, um
fluminense de Itaperuna-RJ vivendo no paraíso das águas, Maceió-AL. Primeiro
veio a paixão pela palavra, num tempo em que tudo o que eu queria da vida era
ser poeta. Depois veio a paixão pela imagem. Se bem que ela já estava por aqui,
desde o tempo em que eu escalava a estante da casa da minha mãe à procura de
seus livros de arte. Na angústia da escolha, fiquei com as duas. Afinal, a
palavra também é imagem e a imagem é, por vezes, poesia. No tempo certo, veio a
fotografia e tudo fez sentido. Como se todo esses anos tivessem sido um tipo de
preparação. Gosto de pensar que ainda carrego comigo o olhar de criança capaz
de se admirar como o mesmo mundo todos os dias. O mesmo olhar capaz de enxergar
a eternidade na brevidade de um abraço e a cumplicidade de olhos que se cruzam.
Gosto de pensar que há uma história por trás de cada cena e que fotografá-la
não é congelar esse momento, mas libertá-lo do tempo a ponto de durar para
sempre.
Renner Boldrino
FUI ASSALTADO
Hoje de tarde, enquanto
fotografava o prewedding de um casal na estrada que dá acesso ao Broma, nos
arredores de Marechal Deodoro, fomos abordados por dois indivíduos - um deles
armado. Fomos rendidos e obrigados a nos abaixar enquanto um deles nos
revistava. Pegaram a câmera da minha mão, a outra que estava numa alça, minha
carteira e celular. Enquanto um dos homens ia revistar o carro, o que estava
armado bateu com o cano da arma na minha aliança e pediu pra que eu a tirasse.
Tentei argumentar, mas ele insistiu (ainda perguntou de quem era o nome que
estava inscrito). O noivo disse que eram as fotos para o casamento e pediu para
que eles não levassem as câmeras e as alianças, principalmente porque as deles
haviam pertencido aos avós da noiva. No fim, depois de pegarem nossos
pertences, deixaram a aliança da noiva com ela e as minhas câmeras na beira da
estrada. Também não levaram o carro, só a chave pra que não fossem seguidos.
Levaram meu celular, R$150 e a minha aliança. Os noivos perderam os celulares,
algum dinheiro e a aliança do noivo. Eles nos deixaram deitados de bruço num
pequeno barranco e foram embora. Ninguém esboçou reação e ninguém saiu ferido.
A estrada que estava muito movimentada, inclusive dificultando o ensaio,
espantosamente ficou deserta durante todo o assalto. Depois, pedimos ajuda ao
caseiro da pousada Bico de Pedra e ele foi muito atencioso, nos emprestando
inclusive o telefone pra que a noiva entrasse em contato com os pais para que
alguém trouxesse a chave reserva do carro.
Ficamos impressionados de não
terem levado minhas câmeras e depois que o nervosismo passou, acabamos
terminando o ensaio. E ficou bonito.
Graças a Deus, o que havia de
mais importante permaneceu conosco. Do resto a gente corre atrás. Queridos,
nunca reajam. Não vale a pena.
Estou sem meu número de telefone
por enquanto, mas chip e aparelho já foram devidamente bloqueados. Estou mais
triste mesmo pela minha aliança; mas o que ela representa não pode ser levado
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