Um Assistente Social e quase Arquiteto olha Maceió, Maragogi e destaca pedaços. O que ele teria visto, sentido, comentado? É aluno da disciplina Formação do Espaço Alagoano no Mestrado Dinâmica do Espaço Habitado, FAU/UFAL. Seu nome é Lourival Assunção.
Graduado em Serviço Social, pela UFAL, trabalhou com a Comunidade de
Bebedouro em 2011, atualmente Graduando de Arquitetura e Urbanismo pelo Centro
Universitário Tiradentes – UNIT, ao qual em 2016 estava como Diretor Presidente
da Empresa Junior, AEC Júnior, participou ativamente do Laboratório de Conforto
Ambiental – LECA; no presente, participa do Coletivo Aqui Fora, trabalhando com
o fomento de discussões urbanas, voltadas para comunidades.
Esta é mais uma contribuição dos alunos da disciplina que ministro sobre a Formação do Espaço Alagoano no Mestrado Dinâmica do Espaço Habitado. Um olhar para Maceió e para Maragogi.
Foto 01: Cadê minha infância que estava aqui?, Vila
Emater – 2018.
Essa foto foi
tirada durante visita à Comunidade da Vila Emater, localizada no Bairro do São
Jorge. A Comunidade nasceu em volta do antigo lixão e demonstra, para a sociedade, a força de um povo batalhador, que conseguiu sobreviver após sua única fonte de
renda ser retirada. E foi assim que um grupo de mulheres criou a Coopvila, unidade de trabalho com reciclado, mas, mesmo assim, em uma sociedade
com a raiz nas expressões mercado e no egoísmo, a infância se perde na necessidade da
sobrevivência, “o homem é o lobo do homem”, Hobbes.
Foto 02: A unidade da paisagem de Maragogi, 2017
O markerting do Estado de Alagoas, se
baseia diretamente nas belas paisagens das praias, mas quais são as
programações que compõem a paisagem no miolo do bairro? A Cidade para o
turista, a Alagoas de fora, se torna mais importante do que á Alagoas de
dentro; nosso Estado, construido com sangue dos trabalhadores, invisíveis aos
olhos de fora, mas bastante reais nas lutas diárias. E é assim, que eles
constroem sua própria paisagem, sua arquitetura e sua expressão de cultura.
Foto 03: Cadê minha calçada?. Jacarecica – 2017.
As calçadas por si, nada representam; elas são uma junção dos limites
das ruas e lotes, e a união entre outras fragmentações de calçadas, como fala
Jacobs (2011). As calçadas podem ir além de uma simples construção de caminho,
elas podem ser representadas como a igualdade da acessibilidade, a construção de
um passeio urbano e não as sobras do terreno. Assim como as pessoas, as
calçadas vêm sendo engolidas por edificações, pela necessidade de ‘aproveitar os
espaços’, mas onde fica o espaço público, apenas nas praças?
Foto 04: A passagem eu
guardei?. Levada – 2017.
O transporte coletivo público, precisa a ser
compreendido como um direito social e não como mais um instrumento de
enriquecimento. A locomoção da cidade precisa ser experimentada e não sofrida, à
base de caos fomentado dentro de um ônibus público. A classe trabalhadora que
com sacrifícios sobrevive, vivendo no ‘racionamento’, nos ajustes e na hora das
compras, como escolher o que é mais essencial, dentre todas as necessidades
básicas não atendidas?
Foto 05: Aqui estou, no mesmo lugar de sempre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário