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sábado, 18 de junho de 2016

Música que meu pai cantava (V). O romance de uma caveira. Alvarenga e Ranchinho.

 Lembro de uns versos que se dizia lá em casa:
Era meia noite
E uma velha descabelada
Com uma faca na mão,
Pegava manteiga
E passava no pão.
Tem todo o sabor de tirada de palhaço em circo, da mesma forma que esta música cantada por Alvarenga e Ranchinho tinha sabor circense.

  Romance de Uma Caveira


Eram duas caveiras que se amavam
E à meia-noite se encontravam
Pelo cemitério os dois passeavam
E juras de amor então trocavam
Sentados os dois em riba da lousa fria
A caveira apaixonada assim dizia
Que pelo caveiro de amor morria
E ele de amores por ela vivia
Ao longe uma coruja cantava alegre
De ver os dois caveiros assim felizes
E quando se beijavam em tons fúnebres
A coruja batendo as asas, pedia bis
Mas um dia chegou de pé junto
Um cadáver novo de um defunto
E a caveira pra ele se apaixonou
E o caveiro antigo abandonou
E o caveiro tomou uma bebedeira
E matou-se de um modo romanesco
Por causa dessa ingrata caveira
Que trocou ele por um defunto fresco

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