divulgação de produção científica
resumo não é de nossa autoria
http://www.scielosp.org/pdf/rpsp/v30n1/v30n1a08
Objetivo. Descrever as condições de nutrição e saúde das crianças de 6 a 59 meses de 39 comunidades
remanescentes dos quilombos no Estado de Alagoas.
Métodos. Para este estudo transversal, coletaram-se dados antropométricos, demográficos,
socioeconômicos e de saúde. O escore Z < –2 foi utilizado para definir o déficit para os índices
peso para idade (PI), peso para estatura (PE) e estatura para idade (EI). O sobrepeso foi definido
por um escore Z > 2 para o índice PE. Utilizou-se o padrão antropométrico de 2006 da
Organização Mundial da Saúde. A anemia foi diagnosticada por um nível de hemoglobina
(HemoCue) menor que 11 g/dL.
Resultados. Foram avaliadas 973 crianças (50,4% meninos). A maioria das famílias
(60,8%) pertencia à classe E (a mais pobre) e era assistida pelo Programa Bolsa Família
(76,0%). Os chefes de família apresentavam escolaridade ≤ 4 anos de estudo (75,9%) e 57,1%
dos domicílios tinham mais do que 5 moradores. As prevalências de déficits de PI, PE, EI (dé-
ficit estatural) e sobrepeso foram, respectivamente, 3,4, 2,0, 11,5 e 7,1%. A anemia foi identificada
em 52,7% das crianças, não diferindo entre aquelas portadoras de déficit estatural ou sobrepeso
(P = 0,43).
Conclusões. O déficit estatural, indicativo de desnutrição crônica, foi o desvio antropomé-
trico mais prevalente, seguido pelo sobrepeso, apesar do perfil de pobreza predominante. A anemia
foi um grave problema, acometendo de forma intensa tanto crianças com déficit estatural
como aquelas com sobrepeso. O conjunto desses achados indica que o direito humano à alimentação
adequada não vem sendo garantido às crianças quilombolas alagoanas, devendo o
poder público adotar as medidas necessárias para reverter tal situação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário