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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Geysa Brayner, SOB O OLHAR DE ALICE

mingo, 3 de junho de 2012

[Arte: Fotografia: Vídeo] Flávia Cerullo e Alice Jardim. Maceió DOBRA, (des)dobra e se multiplica














ALICE JARDIM é realizadora audiovisual, fotógrafa, designer gráfica, cineclubista e arquiteta urbanista graduada pela Universidade Federal de Alagoas (2007). Integra o coletivo de experimentação  audiovisual Tela Tudo e a equipe executiva da organização não governamental Ideário. Também atua no Grupo de Pesquisa Estudos da Paisagem (UFAL), como coordenadora do núcleo audiovisual do Laboratório de Criação Taba-êtê (UFAL). É membro da Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas de Alagoas (ABD&C/AL).

 Foi diretora geral e de fotografia de vídeos de ficção, documentais e experimentais. Recebeu uma menção honrosa pelo vídeo experimental “Em Obra” (2010), na 2ª Mostra Sururu de Cinema Alagoano (2011). Seu vídeo experimental “Todavia” (2011) foi premiado com o 1º lugar na Mostra Competitiva Nacional do Festival Arte.Mov 2012, em Belo Horizonte, e foi exibido no festival Hong Kong International Mobile Film Awards – HKIMFA. Seu outro vídeo, "Tempo"(2010), também foi finalista na  6ª edição do Festival Arte.Mov, recebendo do festival menção honrosa.

 DOBRA
Maria Angélica da Silva, Curadora da Exposição

Nas fotografias e vídeos que compõem esta exposição há um jogo de mostra e esconde.

Cabe uma escolha. Será importante encontrar o motivo, o lugar, o artifício que gerou a imagem ou a própria imagem?
Maceió ou Hong Kong? É preciso desvelar os enigmas de Alice? É preciso descobrir qual parte da cidade foi fotografada ou deixar o olhar livre, brincando de adivinhar?
A noite expulsa de Maceió o que lhe são os atributos mais recorrentes: mar e sol.

Se a cidade está ali, nas imagens, construímos então uma cidade que não é apenas natureza luminosa.
Pois o que vemos está mais perto da escuridão muda dos glaciares, do noturno das superfícies abissais.  Mesmo se a cidade é recomposta em elementos do cotidiano, o ponteado destes elementos paralisam-se em formas que lembram faíscas na pedra. Raios a laser compõem um outro céu de noites falsamente estreladas.
E assim, entre um movimento e outro, uma dobra e outra, permanece uma pergunta. Afinal, qual é a verdade do olhar?  Todos nós vemos igualmente? Quando é que os olhos acertam?

Ou tudo é apenas ilusão?





 SOB O OLHAR DE ALICE           
Geysa Brayner, Diretora da Pinacoteca da UFAL


Cidade, fluxos intermitentes, transformação...   
      
Paisagem, decomposição e recomposição incessante...  

            
Luz e cor, jogo de imagens, de histórias, de memórias, 

de novas paisagens... 
                         
 Infinitos fragmentos que dão alma a um novo cenário... 

Isso é DOBRA, 

que traduz o olhar sensível, a percepção aguçada, a 

inquietude de quem busca. Isso é Alice Jardim, que nos

 faz descobrir a cidade que se (des)DOBRA em tantas 

outras e nos leva a (re)CONSTRUIR, pedaço a pedaço 

– como fazia Kublai Khan com as descrições de Marco 

Polo (Ítalo Calvino) - a cidade que descreve. É com 

enorme satisfação que a Pinacoteca da Universidade 

Federal de Alagoas recebe a exposição DOBRA da 

arquiteta e fotógrafa Alice Jardim, na pauta do ano de 

2012.



                                    

DOBRA


Foto. Christina Jartdim


Pinacoteca Universitária
Espaço Cultural Universitário Salomão de Barros Lima
Praça Visconde de Sinimbu, 206 - Centro
Maceió, Alagoas
CEP – 57020-720 Fone: 82-3221-7230
www. ufal.br/pinacoteca
Curadoria: Maria Angélica da  Silva
Visitação: 18 de maio a 29 de junho de 2012
Horários de visitação:
2ª, 4ª e 6ª - 8h30 às 12h30 | 14 às 18h
3ª e 5ª - 8h30 às 12h30 | 14 às 20h
DOBRA, de Alice Jardim
Curadoria:
Maria Angélica da Silva
Montagem:
Alice Jardim
Flávia Cerullo
Design Gráfico:
Alice Jardim
Nataska Conrado
Apoio:
Tela Tudo Clube de Cinema




Maceió DOBRA, (des)dobra e se multiplica

Flávia Cerullo e Alice Jardim




Flávia Ceruullo. Foto: Juliana Pessoa
A velocidade presente na contemporaneidade faz com que o acesso seja rápido e a experiência seja momentânea. Como consequência, a paisagem urbana passa a ser produto de um instantâneo, acompanhando o ritmo frenético da sociedade e transformando as relações entre o homem e o seu espaço. Nesse sentido, a questão dos fluxos e movimentos urbanos é posta em discussão em DOBRA, na medida em que, de certa forma, ela dita comportamentos na cidade.

O material desta exposição surge a partir de uma inquietação pessoal de reflexão incansável sobre o fenômeno urbano. Ele tem como fundamentos questões vindas da nossa formação em arquitetura e urbanismo, aliada à nossa participação no Grupo de Pesquisa Estudos da Paisagem (FAU/UFAL), a partir da investigação da urbe brasileira, levando em conta manifestações arquitetônicas e urbanas,  considerando  os elementos materiais e imateriais da cultura. Individualmente, nas expressões artísticas audiovisuais, debruço-me sobre o tema do espaço quando qualificado esteticamente, ou seja, quando existe enquanto paisagem, investigando seu cotidiano e as transformações contemporâneas.

Vivenciar o dia a dia da cidade,  nem sempre nos permite perceber as transformações de sua paisagem. Muitas vezes precisamos nos deslocar do espaço em que vivemos para vislumbrar essas mudanças.

Do  alto, a cidade se revela como território a ser explorado. DOBRA permite uma reflexão da cidade a partir de seus fluxos. Para isso, propõe a criação de cenários urbanos imaginários, mostrando-nos uma cidade observada como um jogo de reprodução de luz.

Apresentando um movimento vital e intrínseco ao fenômeno urbano, a dobra surge da quadruplicação de uma mesma imagem compondo novas imagens, que nos apresenta novos espaços e novas temporalidades. Aceleração ou desaceleração dos fluxos? Questiona-se ao espectador que alimenta essa dinâmica.

A cidade é apresentada a partir das dobras que poderiam não acabar naquele espaço delimitado, ficando uma impressão de que poderiam ser continuamente redobradas, ao infinito. Podemos, nesse momento, conversar com a história da arte e nos remeter ao barroco e sua intenção ilusória, na criação de cenários, cujo traço, segundo Deleuze é a dobra que vai ao infinito e onde a desdobra segue uma dobra até a outra dobra.

Dentro dessas reflexões, o cenário criado, ou recriado, em DOBRA é a cidade de Maceió. Deslocando-se do ponto do observador usual, observa-se a cidade e suas transformações. Maceió dobra, desdobra e se multiplica. Apresenta-se em composições geométricas e mostra o seu senso de urbanidade, igualando-se a uma imagem de metrópole.

As composições delineiam a cidade a partir das luzes;  são ilusões montadas com imagens reais. Como o universo e suas constelações, a cidade também se mostra como organismo vivo. A cada movimento surgem combinações variadas, onde a proposta é a abstração dos elementos da cidade apresentados pelo imaginário artístico.

DOBRA constrói um olhar inusitado sobre a cidade de Maceió, demarcando os fluxos e seu traçado urbano através de suas luzes. Estão expostas 10 fotomontagens impressas em diferentes tamanhos em papel fotográfico e 3 vídeos, sendo dois exibidos em televisões no salão 1  e o outro em uma projeção no salão 2.

A longa exposição da captura deu o tom das cores às fotomontagens. A única edição existente  é o espelhamento da imagem, dando uma ilusão caledoscópica, segundo o conceito de quadruplicação explicado anteriormente. Reforçamos que não há trabalho de regulagem de cor na pós produção.

No caso das fotografias, foi feita uma curadoria no material existente, pois entende-se a necessidade do distanciamento do espectador na observação das imagens, tanto pelas formas obtidas com a quadruplicação, quanto pela expressividade estética das luzes representadas e a riqueza dos elementos presentes na composição. Todas as fotomontagens são de 2010 e os vídeos são de 2011.

Dois dos três vídeos também trabalham a composição em luzes do fluxo da cidade, porém destacam o movimento e a sincronia com a música. Inspirados pelo trânsito, eles tiveram o desfoque e composição de cores trabalhados ainda no momento de captura. Na pós-produção as imagens são rebatidas e o som escolhido cuidadosamente para compor com o ritmo das imagens. O terceiro intitula-se Todavia e foi elaborado a partir de discussões no Laboratório de Criação Taba-êtê,  integrante do grupo  Estudos da Paisagem, também da FAU/UFAL. Ele foi premiado com o 1º lugar na  Mostra Competitiva Nacional do Festival Vivo Arte.Mov, 2012, acontecido em Belo Horizonte no final de abril. Foi exibido no Festival Hong Kong International Mobile Film Awards (HKIMFA)

Os movimentos contínuo e descontínuo envolvem simultaneamente tempo e espaço. A composição das imagens, interagindo com uma trilha sonora musical, produz um ritmo próprio, estimulando uma experiência sensorial. Há um gradativo de abstração nas expressões audiovisuais. Pretende-se proporcionar ao espectador experiências distintas em relação a proporção e qualidade da imagem, por isso, optou-se por expor dois em televisões, os primeiros da série, que podem ser mais diretamente relacionado às fotografias, e um, em projeção maior e em sala separada.

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