A fotografia me fez ficar no mirante da Santa Terezinha e um dia perguntarei se estão vendo o mesmo que vejo.
Estamos lidando com 14 anos e isto é muito tempo se levarmos em conta a época da tecnotrônica e muito pouco se lidarmos com as misérias desta vida.
O mundo permanece o mesmo? Não, ele mudou. E esta Maceió mudou ou muda parada, pela lentidão do que se pode ler e ver?
Senti o contraste imenso entre a esquerda e a direita desta foto, além de ter percebido este vazio no meio; parecem duas cidades e são mesmo, como se o século XIX estivesse brigando com o XXI.
Estas são as torres quase gêmeas de Maceió; estão lá no fim da foto, à direita.
Descobri agora, que fim da foto é ótimo para ficar repetindo depressa. Experimente: fim da foto fim da foto fim da foto....
Olhe as torres gêmeas à esquerda. E mais um vazio de alturas à direita. Esta parte da cidade sentiu o peso da verticalização e parou. O que a fez parar? Como se dá o chamado progresso desta amável cidade de Maceió? Amável para quem pode achar graça nela! Exercite sua visão de historiador, mesmo que não saiba que é.
Fico pensando sobre a vida nestas casas... Quantos sonhos, amores, coisas lindas ficam escondidas dentro das casas? Casas que se enfeiam de Maceió e se embelezam de sua gente?
Sei apenas que são casas de uma gente que amo sem mesmo conhecê-la; uma gente que não merece o que lhe foi traçado e nisto, penso, concordamos todos nós, independente de como explicamos esta coorte de humilhados e ofendidos que se fez sobre nossa gente pobre.
Fico pensando e descubro desconfiado que uma cidade é feita para a gente amar, malgrado a perdição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário