Artes Plásticas: a pintura de Myrian

 Esta matéria foi publicada em Campus/O dia

ANDEJA

 Paulo Caldas

Artista plástico

A descoberta do trabalho de Myrian Almeida foi  como encontrar um baú de delicadeza e inquietação cromática.
Foi como descobrir algo que não mais pode estar encoberto, comportado, devido ao volume de beleza contido em si mesmo.
Era muita a expressividade que vivia impossivelmente guardada...
Myrian veio num crescendo a cada trabalho. Uma evolução vista a cada pedaço de pano emendado ao outro para dar formas aos santos, pássaros, flores, amores por paisagens, passagens e personagens importantes em sua vida.
São composições e cores  retratadas com poesia e uma especial e sutil sensibilidade que ela nos vem mostrar nessa sua primeira individual, cujo título é Andeja.
Nenhum nome se aplicaria melhor a essa sua primeira mostra: é a sua cara.

Andeja é uma expressão popular que ela adora e é característica de uma pessoa sempre a caminhar,  buscar,  aprender,  estar sempre em busca de aprimorar o seu olhar e equilibrar o que vive lá fora e o que habita seu interior...

Ter descoberto Myrian artista e  ter acompanhado sua evolução repleta de criatividade, graça, garra e lirismo, proporcionou-me o imenso prazer de dar as boas vindas a uma artista que já nasceu madura.
 
Agora é correr para colher os frutos dessa árvore espalhada aos nossos olhos, surgida nas comportas de um baú encantado que se abriu para nos cobrir de frondas e mais  frondas repletas de cores vivas.