DIVULGAÇÃO DA PRODUÇÃO ACADÊMICA
A concepção de socialismo do movimento dos trabalhadores rurais sem-terra - MST
Elaine Nunes da Silva Fernandes
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SERVIÇO SOCIAL
O presente estudo teve como objetivo analisar a concepção de socialismo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra –MST. Para tanto, partimos do pressuposto que o método dialético é hoje o mais adequado para desvendar a realidade social uma vez que a compreende como totalidade articulada em processo. Com o intuito de atingir nosso objetivo, buscamos compreender num primeiro momento a origem da concentração fundiária no Brasil e os motivos que inviabilizaram a realização da reforma agrária em nosso país. Neste momento, procuramos mostrar que assim como as ligas camponesas o MST é fruto de um processo de lutas e protestos dos trabalhadores rurais contra a realidade agrária brasileira. Na segunda parte de nosso trabalho, intentamos perceber os motivos teóricos que impediram a construção do socialismo. Nesta etapa do trabalho, nos detivemos à experiência russa por entender ser ela a principal fonte de inspiração do MST quando se refere à sociedade socialista. Com o objetivo de analisar se há de fato consonância entre o pensamento de Marx e o MST, fizemos ainda neste capítulo uma breve explanação dos fundamentos teóricos marxianos sobre o socialismo. Por fim, no terceiro e último capítulo desse trabalho, analisamos os textos do MST com o objetivo de perceber o conceito de socialismo do Movimento. A pesquisa nos revelou entre outros aspectos que o conceito de socialismo do Movimento, está, tal como a maior parte da esquerda hoje, incorrendo no erro de atribuir ao Estado a condução do processo revolucionário em detrimento do trabalho. O Movimento entende que a construção do socialismo será guiada pelo poder estatal sob o comando dos trabalhadores. Entretanto o processo revolucionário poderá, segundo o MST, ser desencadeado nesta ordem social através da mudança subjetiva dos indivíduos. Nossa principal conclusão é de que de acordo com a teoria marxiana esta afirmação incide num grande equívoco por parte do MST na medida em que atribui ao Estado e aos indivíduos a construção de uma nova ordem societária que só pode ser obtida por meio da implantação definitiva do trabalho associado pelos trabalhadores.
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