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quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Financeirização do território e circuitos da economia urbana: agentes de crédito, técnicas e normas bancárias. Um exemplo em Alagoas

Financeirização do território e circuitos da economia urbana: agentes de crédito, técnicas e normas bancárias. Um exemplo em Alagoas

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Resumo em português 


O processo de diversificação da topologia bancária brasileira iniciado na década de 1990 com o Plano Real foi ancorado numa política de privatização e desnacionalização dos entes financeiros e chegou ao ápice no ano de 2003, mediante a Resolução n. 3.156, emitida pelo Banco Central do Brasil, propiciando o uso dos serviços de correspondentes no País a qualquer instituição financeira. Se por um lado, tal medida estava estreitamente ligada à política de bancarização levada a efeito pelo Governo Federal (que passaria a fazer uso da rede de correspondentes para distribuição de recursos a segmentos da população que historicamente viviam à margem do sistema bancário tradicional), por outro, serviu de alavanca a diversas instituições financeiras, especialmente os bancos de pequeno e médio portes que, desprovidos de uma rede de agências, encontraram no correspondente uma forma de ampliação de sua capilaridade. Nesse sentido, a prestação do serviço bancário com distintos níveis de capital, tecnologia, organização e trabalho expressa novas relações de complementaridade entre os circuitos (superior, superior marginal e inferior) da economia urbana, ao mesmo tempo em que altera o papel exercido pelo banco, anteriormente único responsável pelas atividades do circuito superior. Nessa perspectiva, buscou-se, no presente trabalho, entender as relações entre o sistema bancário e os circuitos da economia urbana no processo de autonomização da esfera financeira no território brasileiro, tomando como exemplo o estado de Alagoas. Para tanto, fez-se necessário uma avaliação das topologias que expressam a rede bancária no território alagoano, considerando-se a base material, os produtos financeiros e a prestação dos serviços. A partir de pesquisa de campo nos municípios de Girau do Ponciano, Campo Grande e Traipu foi possível identificar que a concessão de crédito consignado se realiza através de novos nexos entre o circuito superior (o banco), o superior marginal (as promotoras de crédito e os correspondentes, que são empresas terceirizadas) e o inferior (o agente de crédito, que representa a garantia dos lucros de uma parte considerável de bancos que vendem seus produtos sem possuir uma única agência no estado). Dessa forma, desvelou-se o acirramento da divisão do trabalho bancário e o processo de espoliação, centrado no aumento vertiginoso do consumo de dinheiro concomitante ao crescente endividamento. Esse processo denota a perpetuação do circuito inferior, tanto no que concerne ao consumo quanto à própria prestação do serviço, ou seja, a realização do trabalho.

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