Translation

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Crônica diária (18/01/2019). O caso do Pinheiro: uma tragédia acontecida em Maceió


Pinheiro: Brasken, Prefeitura e Igreja Batista


Luiz Sávio de Almeida

Os primeiros sinais de tudo começaram a acontecer em torno de dez anos. E tudo veio andando, até que em março do ano passado as coisas se apresentaram de modo mais forte e foi, aí, que começou o que vou chamar de clássica tragédia urbana.  As rachaduras que aconteceram são humanas, bem mais do que físicas e atingem profundamente vidas e vidas que jamais esperaram estar numa situação deste tipo.  Pinheiro é um bairro cuja limitação a leste está na Fernandes Lima e se avizinha da Gruta de Lurdes, Farol, Pitanguinha, Bebedouro e Chá da Jaqueira. É um imenso território de nossa humanidade na cidade, onde as sombras da incerteza sobre o futuro se acumulam, tornando o imponderável como presente na atualização que o tempo realiza a cada segundo. E esta é a força tragédia: fazer com que se espere.
Não há como controlar e se tiver de acontecer, acontece mesmo. É uma cidade que tem de se render à inexistência de controle sobre o evento; tudo pode dar-se e na escala que desejar.  Neste sentido, somos uma impotência: quem vai dizer à terra que não se movimente  e que não procure sua acomodação? Ninguém.  Neste processo, existem dois fatores que claramente convergem sobre o problema: a ação natural e a ação humana. Estamos dependendo de informes de pesquisa, mas ela nos dará informações sobre causas e não sobre controle. Então, o dito está dito: tudo pode acontecer e não se sabe quando e como.
Uma grande empresa volta a ficar na berlinda urbana desta Maceió pecaminosa, como  os antigos profetas encontraram Jerusalém; antes foi o que se tornou conhecido como o gás que ela emanava. Falava-se à  boca larga os efeitos que se davam naquela região do Trapiche e outros pedaços. Agora se fala, também à boca larga, que tudo tem a ver com suas perfurações, no que ela responde que injeta água.  Eu como cidadão, gostaria imensamente que ela explicasse a razão de nunca poder ter responsabilidade neste processo. Acho que ela deve este tipo de fala pública e rápido.  Jamais ela foi responsabilizada oficialmente por isto,  mas a conversa circula e não é boato de quem não tem o que fazer:  é uma legítima especulação de quem vive o problema e somos todos nós.  Deixo claro, que jamais eu estaria acusando uma empresa de ter ocasionado isto. Não tenho elemento e nem dados para tanto: acho apenas oportuno que ela faça o que sugeri.

Apois bem! Temos que começar em um futuro sem seus eventos e isto é extremamente complicado, mas sinceramente eu confio na Defesa Civil do Município, a meu ver, a principal responsável. A ela cabe a liderança de viver possibilidades de futuro e receber a ajuda obrigatória de todos nós. Quem explorar econômica ou politicamente o que vamos chamar de a crise do Pinheiro, deve ser execrado pela opinião pública. Sei que alguém jamais fará isto, mas se por hipótese fizer,  merecerá morar nas profundezas do buraco que por ventura se abrir.  Na tragédia, não se tem culpados,  mas estes exploradores serão merecedores não de cadeia, mas das antigas e inquisitoriais masmorras.
Fico inteiramente à disposição da Defesa Civil da Prefeitura de Maceió, embora nem mais caneta eu tenha a oferecer: usa-se teclado. Mas acho que ela deveria fazer um histórico de todo o processo e o estado de conhecimento sobre ele e divulgar.  A população agradeceria ouvir da autoridade constituída, o que vem sendo feito e ocorrendo.  Seria importante se neste esclarecimento participasse a Defesa Civil do E
stado de Alagoas e a própria organização federal que vem cuidando da pesquisa.
Ao bom amigo pastor Wellington da Igreja Batista do Pinheiro, peço humildemente, que, com sua congregação, ore por todos aqueles que estarão e estão sofrendo este abalo cívico. Tomo a  liberdade, meu bom pastor, de lhe sugerir um domingo especial em sua Igreja, para onde eu iria, sem dúvida, receber a sua honrada benção.

Antecipei a crônica.


Nenhum comentário:

Postar um comentário