Pinheiro: Brasken, Prefeitura e
Igreja Batista
Luiz Sávio de Almeida
Os primeiros
sinais de tudo começaram a acontecer em torno de dez anos. E tudo veio
andando, até que em março do ano passado as coisas se apresentaram de modo mais
forte e foi, aí, que começou o que vou chamar de clássica tragédia urbana. As rachaduras que aconteceram são humanas,
bem mais do que físicas e atingem profundamente vidas e vidas que jamais
esperaram estar numa situação deste tipo.
Pinheiro é um bairro cuja limitação a leste está na Fernandes Lima e se avizinha
da Gruta de Lurdes, Farol, Pitanguinha, Bebedouro e Chá da Jaqueira. É um
imenso território de nossa humanidade na cidade, onde as sombras da incerteza sobre o futuro
se acumulam, tornando o imponderável como presente na atualização que o tempo
realiza a cada segundo. E esta é a força tragédia: fazer com que se espere.
Não há como
controlar e se tiver de acontecer, acontece mesmo. É uma cidade que tem de se
render à inexistência de controle sobre o evento; tudo pode dar-se e na escala
que desejar. Neste sentido, somos uma
impotência: quem vai dizer à terra que não se movimente e que não procure sua acomodação?
Ninguém. Neste processo, existem dois
fatores que claramente convergem sobre o problema: a ação natural e a ação
humana. Estamos dependendo de informes de pesquisa, mas ela nos dará
informações sobre causas e não sobre controle. Então, o dito está dito: tudo pode
acontecer e não se sabe quando e como.
Uma grande
empresa volta a ficar na berlinda urbana desta Maceió pecaminosa, como os antigos profetas encontraram Jerusalém;
antes foi o que se tornou conhecido como o gás que ela emanava. Falava-se
à boca larga os efeitos que se davam
naquela região do Trapiche e outros pedaços. Agora se fala, também à boca larga,
que tudo tem a ver com suas perfurações, no que ela responde que injeta água. Eu como cidadão, gostaria imensamente que ela
explicasse a razão de nunca poder ter responsabilidade neste processo. Acho que
ela deve este tipo de fala pública e rápido. Jamais ela foi responsabilizada oficialmente
por isto, mas a conversa circula e não é
boato de quem não tem o que fazer: é uma
legítima especulação de quem vive o problema e somos todos nós. Deixo claro, que jamais eu estaria acusando
uma empresa de ter ocasionado isto. Não tenho elemento e nem dados para tanto:
acho apenas oportuno que ela faça o que sugeri.
Apois bem! Temos
que começar em um futuro sem seus eventos e isto é extremamente complicado, mas
sinceramente eu confio na Defesa Civil do Município, a meu ver, a principal responsável.
A ela cabe a liderança de viver possibilidades de futuro e receber a
ajuda obrigatória de todos nós. Quem explorar econômica ou politicamente o que
vamos chamar de a crise do Pinheiro, deve ser execrado pela opinião pública.
Sei que alguém jamais fará isto, mas se por hipótese fizer, merecerá morar nas profundezas do buraco que
por ventura se abrir. Na tragédia, não
se tem culpados, mas estes exploradores
serão merecedores não de cadeia, mas das antigas e inquisitoriais masmorras.
Fico
inteiramente à disposição da Defesa Civil da Prefeitura de Maceió, embora nem
mais caneta eu tenha a oferecer: usa-se teclado. Mas acho que ela deveria fazer
um histórico de todo o processo e o estado de conhecimento sobre ele e
divulgar. A população agradeceria ouvir
da autoridade constituída, o que vem sendo feito e ocorrendo. Seria importante se neste esclarecimento
participasse a Defesa Civil do E
Ao bom amigo
pastor Wellington da Igreja Batista do Pinheiro, peço humildemente, que, com
sua congregação, ore por todos aqueles que estarão e estão sofrendo este abalo
cívico. Tomo a liberdade, meu bom
pastor, de lhe sugerir um domingo especial em sua Igreja, para onde eu iria,
sem dúvida, receber a sua honrada benção.
Antecipei a crônica.
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