Um pingo do rio Sao Francisco
Foto 1
Este é um grande amigo e verdadeiro irmão. É o Professor Dr. Chico, alergologista e
Diretor da Faculdade de Medicina. Como todo e qualquer mortal, tem
preguiça e caiu no sono, perdendo a beleza das margens, durante a
segunda Opara ou Racha. Quem dorme não vê, mas Francisco sonha e é um
poeta. É capaz de fazer muitos rios em sua cabeça, mas o rio São
Francico, na certa, salvo absoluta magia, ele não está vendo. Ele nasceu na beirada do rio, lá em cima para mais oeste. É um sertanejo.
Escuto que não se formou em Maceió. Foi para São Paulo e retornou.
Algum dia, pensava em dormir viajando, calçando sandálias de pescador?
Somente quem sabe, é o meu amigo Francisco. Depois eu conto o que ele
fez comigo, por conta de uma vacina contra a gripe. Um homem que escapa
dos atchins da alergia e escreve poemas, é, sem dúvida, um iluminado.
Fotos, 2, 3 , 4
Nem
precisa comentar. A canoa é a mesma do meu tempo de menino. A vela tem o
mesmo formato, mas não é a mesma canoa e nem a mesma vela. E nem o
mesmo vento, no que basta olhar para o motor de rabeta.
Foto 5
Quem reconhece a força das águas do
rio? A âncora? Ela seguramente segura com segurança. Mas a âncora nçao
decide, ela é mandada e esta é uma âncora quatridente e singelamente
repousando. Parece que entre navegar e ancorar, a diferença é pouca. E
se eu jogasse a âncora agora, o que aconteceria? Não sei. Deveria saber?
Foto 6
A
escada é diferente da âncora. A escada fica sobre o azul e branco,
enquanto a âncora fica sobre o verde. Ninguém facilmente é capaz de subir e descer
pela a âncora. Pela escada pode. A escada é um caminho feito por duas
ladeiras: uma que é subida e outra que é descida.
Foto 7
Já
subi e desci o rio nesta barca. É a Zanata. O pessoal é gente fina, mas
nunca vi tanta barata dentro de um barco. Saí do salão, pois não
aguentava e fui dormir aí em cima, enrolado em um lençol velho ou,
melhor dizendo, histórico. O vento batia mesmo, mas me livrei do que
poderia ser um baraticídio.
Fotos 8, 9
Eis a cara da Penedo, a mui leal e valerosa Vila. Quando eu era menino, cantava-se:
Penedo vai,
Penedo vem.
Penedo é terra
De quem quer bem!
Não esqueço de uma música que cantavam lá em casa. Parece que o compositor morava na Rua da Penha, numa casa verde.
Lindo berço dos poetas
E das artes sublime inspiração...
Do São Francisco és a Princesa
Cidade amor Penedo!
Esta, também, é a formosa Rua da Praia, montada com algodão e gado. Lá está o Hotel das vedetes.
Fotos 10, 11, 12
Os povos
andam nas águas; todo mundo que mora nas beiras do rio, tem que ser
anfíbio. Quem não nada como peixe e jacaré, anda de alguma forma nas
águas. O que pensam estes menino pendurados na janela? O que eles vêm?
Sera que adivinham o fato de que não somos daqui? Eles andam na Valéria.
Eu penso que Valéria deve ser filha ou esposa do dono da lancha.
Fotos 13, 14
Esta é a minha
velha e conhecida Carrapicho. Fica quase em frente a Penedo. Menino, eu
brincava com os bois de barro que faziam no Carraócho, como as meninas
brincavam com as panelas. Depois, fui diversas vezes, subir a ladeira,
entrar nas casas pobres dos artesãos que moram ali, É interessante o
monumental da Igreja, a bes casa a fazer uma das esquinas da rua da
ladeira. Contrastam e muito, com a sujeira do barro, os pés rodando o
torno, os dedos fazendo formas do que era nada.
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