Ainda
está por ser contada, toda a história da Serra da Barriga enquanto
monumento. Tudo começa com o Projeto Rondon e os empresários de turismo,
buscando alternativas; posteriormente é que tudo vai começar a passar
pela Universidade. Resumindo, a serra agora está assim. Uma vez eu a
subi, passei uma semana lá em cima, muito antes de mudanças em sua
passagem. Foi toda uma semana fotografando. Completamente diferente. As
fotos eu entreguei ao NEAB. Não encontram. Sumiram. Foram umas quatro caixas de papel Kodak cheias de fotos. Subimos Pajé, Veveu, Alex Miranda, Juarez, Cabeça e quem sabe, outro mais.
Dormimos dentro de uma casa de
farinha. Em nada mexemos. Lá em baixa, havia o que chamavam de pedra do
letreiro. Um imenso bloco de pedra com inúmeros sulcos. Cobri de giz e
fotografei: sumiu. Pepeu futucando na beira da lagoa, levantou umas
plantas e estavam os riscos no chao. Fotografei: sumiu. Não mexemos
mais, pq havia uma espécie de ninho de cobra e deu medo. A lagoa estava
assenhoreada; Veveu mergulhou e disse que encontrou uns paus enfiados.
Alucinação.
Hoje a serra está assim e dizem que é uma homenagem a Zumbi. Será?
As fotos que estão aqui, mostram a
serra civilizada, domada. É uma serra-parque. Sempre fui contra o
projeto. Disse isto por diversas vezes. Eu pensava que a serra deveria
permanecer intocada e que se desejasse fazer alguma coisa, seria a seu
derredor. Bom, vejam a serra.
Eu as tirei em um dia de visista nas
proximidades do dia 20 de novembro, quando levei uma equipe de O Jornal
para preparar um caderno de cultura sobre os Palmares.
Jornaista Alexandra, editora de cultura de O Jornal |
O grande espaço dos Palmares. É preciso imaginar para ver esta paisagem composta por matas. Tudo hoje é cana. |
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