Dois dedos de prosa sobre Edson Bezerra
Edson Bezerra cumpre um importante papel
na vida cultural de Alagoas tanto como sociólogo e professor, quanto artista e
militante nos movimentos culturais, contribuindo, portanto, significativamente
para a discussão e construção disto que é chamado de Alagoas por todos nós.
É praticamente impossível escrever uma
história da atual vida cultural de Alagoas, sem passar pelas inquietações de
Edson. Hoje ela volta no tempo e vai se rever quando fala do Grupo Terra,
demonstrando que, em Alagoas, tudo nao é efêmero quanto parece.
Ler Edson nesta sua viagem é uma grande
satisfação, não somente por vê-lo recordar, mas por nos dar elementos para uma
sociologia histórica a trabalhar a nossa música.
Um abraço em Edson e vamos ler. Campus
agradece.
Si Bemol, maio de 2014
Quem é quem
Edson José de Gouveia Bezerra foi integrante
do Grupo Terra e atualmente é Doutor em sociologia e professor universitário da
Uneal e Seune
memória memória
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GRUPO TERRA: uma trupe de ideias e uma fábrica de sonhos.
Fragmentos de um tempo.
Para Cláudio Carlos, Napoleão Barbosa Jr e Beto
Batera, por entre saudades e afetos
Por Edson Bezerra e Francisco Elpídio, o
Chico Terra
Mas do que um agregado de músicos, o
Terra foi uma usina de sonhos, uma trupe solidária. Nascido em 1975 por
iniciativa de Chico Elpídio, antigo músico da noite e de outras trajetórias,
rapidamente ao redor de sua ideia se agregaram outros, quase todos, músicos da
noite, oriundos de bandas de bailes, bares e boites[1][i]
que na década de 70 do século passado se espalhavam pela cidade e, foi
justamente essa mistura de músicos de baile e de intelectuais que deram ao
Grupo Terra uma identidade híbrida,
no sentido de uma percepção, a qual, diferenciada, possibilitaria uma curiosa
construção artístico-cultural na apreensão do imaginário alagoano, quando
somados ali, aos apuros técnicos dos músicos se afunilou a percepção do clima
político daqueles anos de fins da ditadura militar filtrada por alguns jovens
intelectuais – o Paulo Renault, o Manoel Miranda - antenados com aquele momento
de abertura política, de luta pela anistia e de outros embates antagônicos entre
democracia e ditadura.
De início, de uma ideia inicialmente compartilhada com o batera Cláudio
Carlos, ela logo se estenderia à Marcos Antônio, o Marcus Vagareza, e
rapidamente seria compartilhada com Zailton Samento (viola e cavaquinho) e
Messias (Contrabaixo), o Gancho. Daí em
diante, durante a sua curta trajetória em um período de cinco anos, - de 1975 a
1983 - a trajetória do grupo alinhada à
efervescência daqueles anos se tornaria uma referência cultural da cidade.
Todavia, as articulações que culminaram no agregado do Terra não
começaria exatamente alí, mas, um pouco antes, digamos, através dos miúdos das
articulações culturais e das esparsas cenas musicais da cidade. Dentre alguns,
um dos miúdos da cena musical daquela época eram os festivais de música e, foi
justamente em um deles, o Fempop (Festival Estudantil de Música Popular em
1972) articulado pelo educador Élcio Verçosa - na época Diretor do Colégio
Estadual Benedito de Morais - que algumas pessoas que formariam o Terra
passaram a se conhecer. Naquele ano, 1972, o vencedor daquele festival foi uma
música composta em uma parceria de Marcus Antônio, o Marcus Vagareza e Manoel
Miranda; em segundo lugar uma outra composta por Paulo Renault e em terceiro lugar,
uma música minha, Edson Bezerra – Onde estais? - e
sobre ela Chico Elídio, meu irmão, faria o arranjo. Em seguida à aquele
festival, eu, Paulo Renault, Chico e Marcos Vagareza idealizamos um show que
seria realizado no Teatro Deodoro intitulado Contra Guerra, de modo que, as poucos foram se afunilando as
parcerias, pois foi justamente a partir daquele evento que se formaria um
pequeno núcleo de poetas e músicos – o Chico Elpídio, o Paulo Renault, o Manoel
Miranda, o Marcus Vagareza - que passaram a encontrar periodicamente na Praça
dos Martírios. Daí para a formação do Terra foi apenas um passo.
No entanto, o nascimento do Grupo Terra em 1975 não se daria em um vazio. O seu aparecer se deu
em uma ambiência de regionalismo no qual vinham surgindo grupos de um formato
acústico que se voltavam para uma música de enraizamento nas culturas populares
do nordeste. Emblemático deste momento foi a criação do Quinteto Armorial
(1970), do Quinteto Violado (1971) e da Banda de Pau e Corda (1972) – todos de Pernambuco
- e de tantos outros grupos que a partir
daquela época foram surgindo e se proliferando pelo nordeste e por aqui nas
Alagoas. Todavia, antecedendo estas configurações, em nossa capital Caeté no
final da década de 60, havia o Capeme, um grupo de formação acustica o qual,
nas ambiências locais daqueles anos, foi uma novidade[ii].
Todavia, a diferença do Terra para com aqueles grupos estava no sentido de uma
produção atenta, tanto para as particularidades das tradições locais bem como para os fluxos emergentes daquele momento
político. E foi esta fusão de uma proposta regionalista aberta para as culturas
populares e atento e situado nas particularidades daquele momento, que definiriam a identidade do Grupo Terra
enquanto uma trupe aberta paras os fluxos das emergências culturas que ali se
desenhavam.
Montando o
cenário
Aprofundando o já situado, o nascimento do
Grupo Terra se deu em um momento de efervescência política, pois naquele
momento - meados dos anos 70 - estávamos
vivendo o momento da luta pela reconquista das liberdades democráticas, da luta pela anistia e do retorno do movimento
estudantil que aos poucos ia ressurgindo na luta contra a Ditadura. Em uma
Maceió profundamente conservadora, estávamos vivendo naqueles anos os tempos
sombrios da censura e da clandestinidade, tempos no qual por aqui fundava-se a
Sociedade Alagoana de Direitos Humanos, o Comitê Pela Anistia e que o P.C do B
(Partido Comunista do Brasil) estava no protagonismo das emergências políticas
pelas liberdades democráticas. Foi por esta época que se deu a volta do T.U.A.
(Teatro Universitário), o qual, juntamente com ATA (Associação Teatral de
Alagoas) mantinham viva a cena teatral na capital Caeté, e, foi neste contexto
de liberdades vigiadas, que a arte a cultura se manifestavam na produção de um
duplo movimento: enquanto meio de interpelação das consciências e na produção de
um asmbiente cultural politizado pelas rasuras e angustias daquele momento. Foi
neste contyesto de emergências que o Senador Teotônio Vilela iniciaria uma
trajetória libertária pela volta da democracia e aos poucos, ao ganhar projeção
nacional foi identificado de O Menestrel
das Alagoas.
Todavia, se a cena política era
efervescente, o cenário musical da cidade era de uma pobreza franciscana e os
músicos daquele tempo, as dezenas deles, viviam tocando em boites e bailes que
naqueles anos se proliferavam pela cidade. Djavan, crooner da banda LSD[iii]
(Luz, Som e Dimensão) já estava no Rio (ele saíra daqui em 1971) e as raridades
dos shows que haviam na cidade ficava por conta de uma banda undergraund, o
Grupo Watt[iv].
Cultura mesmo na cidade somente acontecia durante o Festival de Verão[v] e
do Festival de Cinema de Penedo[vi],
quando ali, ao lado de artistas de renome nacional, subiam aos palcos alguns
artistas da terra, pois na cidade mesmo, o que haviam eram os bares e algumas
boites, alguns deles, destacamos, iriam significar uma ruptura para os padrões
locais. Foi o caso do Bar Caninha,
situado no Farol, da Bar do Alípio no
Pontal da Barra, do Zinga Bar e da
Casa Bahia no isolado bairro de Ipioca. Fora estes, a proliferação das dezenas
dos outros situavam-se dentro da ambiência do lugar comum da boemia cotidiana
da cidade, de modo que, neste contexto, o nascimento do Grupo Terra, causaria
surpresa tanto por sua qualidade e harmonia, bem como por sua inserção na vida
política e cultural da cidade. Em suma, o Terra quando surgiu, rapidamente se enquadrou no contexto das emergências,
pois, em sua breve trajetória ele subiria e montaria diferentes palcos e
abordaria diferentes temáticas.
O início
O Grupo Terra se apresentou pela primeira
vez durante o III Festival de Verão em Marechal Deodoro em 1976 no altar do
Convento de São Francisco sinalizando já alí uma das marcas de sua temática de
um regionalismo aqui situado na canção de Marcos Vagareza, Minha Terra:
Minha Terra (Marcus Vagareza)
Um pedacinho de terra
Cá do norte do Brasil
Do reisado e do fandango
Da chegança e pastoril
Guerreiro chegou a hora de cantar
tua origem, do vermelho e do azul,
Desse céu e desse mar, de Manguaba e
Mundau
Sol se pondo na avenida, muito amor
no coração,
Muita fé muita coragem pra seguir na
procissão,
Minha terra tem coqueiros onde o
vento faz canção.”
O núcleo temática deste primeiro show – de
uma escrita nativista local aliada a crítica social – seria uma constante nos
anos seguintes através das montagens anuais do grupo e foi com este mesmo
formato crítico e poético que foram montados os shows Cidade Antiga
em 1980 (com uma temática crítica sobre as derrubadas dos velhos casarões e
prédios históricos da cidade de Maceió); com Canto
Novo em 1981 (um canto denúncia sobre os universos dos sertões); Rescordação em 1982 (um show temático em
homenagem ao compositor alagoano Reinaldo Costa) e, finalmente em 1983, Gente das Brenhas (com uma montagem
voltada para o entranhado das culturas populares alagoanas). Foram através
destes shows em um momento de uma
intensa efervescência política que o Terra foi se tornando uma referência
musical da cidade. Todavia, o espaço de sobrevivência cultural era mínimo, e
uma das poucas alternativas existentes eram os festivais que no final da década
dos anos 70 foram produzidos por um pequeno núcleo de radialistas apaixonados[vii] da
Rádio Gazeta e da Rádio Difusora.
Um deles seria II Festival do Compositor
Alagoano realizado em 1978 pela Rádio Difusora de Alagoas[viii]
no qual o Terra ficaria em primeiro lugar com Pássaro de Prata (Edson Bezerra e Carlos Moura). O segundo festival
do qual o Terra participaria foi I Festival Alagoano da Canção Nordestina, em
1979, cujas músicas classificadas foram gravadas no LP Terra da Gente[ix]. Neste festival o grupo
classificaria quatro músicas: Desesperança
(Eliezer Setton); Chão Quente
(Marcondes Costa e Juvenal Lopes); Festa
na Roça (Marcus Vagareza) e Meu
Sertão (José Cavalcante e Marcondes Costa)[x].
Já em 1983, no apagar das luzes da
ditadura, quando o DCE (Diretório Central de Estudantes) produziu o III
Festival Universitário de Música, o Grupo Terra se classificaria em primeiro
lugar e quarto lugar com as músicas Canto
do Chão (César Rodrigues, Chico
Terra e Edson Bezerra) e Raízes (uma
parceria de Chico Terra e Eliezer Setton). No clima das emergências políticas e de luta
pelas reconquistas das liberdades democráticas, aquele festival produziria uma
efervescência que se estenderia para além dos palcos potencializada pela
produção de um LP[xi] – O III Festival Alagoano
de Música Popular - das músicas nele classificadas e dos embates com a censura
em uma contenda que ganharia manchete em alguns dos principais jornais do pais,
pois algumas das músicas daquele festival – caso de Canto do Chão, Raízes
(Chico Elpídio e Eliezer Setton) e Sem Remédio e Sem Doutor (Macleen
Carneiro) – foram motivos de acirrados debates pelos membros do Conselho
Superior de Censura[xii].
Para além dos
palcos, o chamado das ruas
Todavia, para além dos shows e dos
diferentes palcos, a trajetória do Terra foi – e é o que hoje se poder
apreender dali – estar em ter sido ele mais do que uma agregado de músicos
talentosos, uma sensibilidade aberta aos
clamores do tempo e aos chamados das ruas, quando o registro das memórias
testemunha a presença do Terra em palcos politizados pelas lutas das liberdades democráticas, da reconstrução do movimento estudantil, na luta pela anistia e na construção de uma trajetória poética atenta
para as particularidades locais, vez que ele, na medida em que estava
entranhado na linguagem crítica de seus
tempo, o grupo se apresentou em cima de caminhões e palcos
improvisados animou comícios,
potencializou movimentos e encontros estudantis e acolheu em sua trajetória músicos anônimos
e é este foi um de seus registros e de suas marcas para além de sua harmonia e
da estética de suas narrativas melódicas
e foi esta a marca em todos os seus shows: um permanente estar em abertura aos
sinais dos tempos, pois, na verdade os seus shows foram momentos de uma
trajetória que se construiu por dentre festivais,
viagens e diferentes palcos.
O lento apagar
das luzes, heranças e herdeiros
Pois bem, em meados dos anos 80 depois do Terra ter gravado um Lp, -
graças ao qual tivemos três de nossas músicas incluídas em tema de Novela – Maria Fumaça e Noite Sertaneja em Meu Pé de Laranja Lima[xiii]
e Literatura de Cordel em Rosa Baiana[xiv],
recebemos um convite para nos apresentarmos em um programa, o qual se hoje está
no diminuto das audiências, naqueles anos era ele era um dos programas de maior
audiência da Rede Globo nas manhãs de domingo: o Som Brasil do Roland Boldrim e
um pouco depois, recebemos um outro convite e este desta vez, era para valer. A
Band que havia produzido o nosso disco nos ofereceu um contrato que dentre
algumas de suas clausulas estava o seguinte: nos apresentarmos em todos os
estados do Brasil em programas associados a Rede Bandeirantes com direito a
cachê e hospedagens. Pois foi justamente ai que a coisa desandou, uma vez que,
era pegar ou largar e então largamos e os motivos foram coloquiais: aceito por
uns e rejeitada por outros, os motivos do contra foram os empregos e as
obrigações com a família. Dá para acreditar? Pois foi assim que o Grupo Terra terminou seus dias,
pois por aqui já havia um cansaço vindo sabe-se lá de onde!!!
Todavia, há que se pensar que quando
uma vida é vivida por ser vida morre e que morrendo vira semente, e, foi assim
e ficou assim pois o que cantamos, pelo que vivemos e sonhamos e pelo que
lutamos se espalhou em presenças que ficaram nos sonhos do fomos um dia
presença e, do que sou, ao Terra devo um pedaço, e, o que pensar do Jurandir
Bozo vinte anos depois em sua presença de peso a cantar Festa da Roça no agora extinto Poeira Nordestina? E o que sentir
diante do galego sarará Eliezer Setton cantando loas e boas em sua narrativa
laudatória da gente Caeté? E o que se revela do rasto do Terra diante do
lirismo bossa-nova do Chico Elpídio meu parceiro e irmão?
Pois foi, foi assim e eu cá por mim
termino com uma frase de uma bela canção do Terra: E agora cante cantador e, vou ficando por aqui que a emoção já me chega
e me recolho quieto no baú das memórias minhas e pensando também nas dos outros
que por ali estiveram juntos entoando memórias e cantando hinos libertários.
[i] Nos anos 70 tanto
os bailes como os bares com música ao vivo se constituíam enquanto importantes
pontos de encontro da cidade. Foram nestes espaços que músicos como Djavan,
Carlos Moura, Fernando Melo, etc., desenvolveram os seus talentos musicais.
[ii] O grupo era formado por Josimar França
(vocal), Zenildo Sarmento (percussão), João Lira (violão). Ling Ling
(contrabaixo) e Egildo Ferreira (que posteriormente migraria daqui para o
Recife e faria parte do Quinteto Armorial em uma musicalidade articulado sob os
imaginário de Ariano suassuna))
[iv] O Grupo Watt foi uma banda de rock progressivo que fazia uma profunda
diferença no cenário musical da cidade. Ao longo de sua curta duração - de resto restrita ao início dos anos 70
- seria composta por músicos
que se alternavam (por aí se vê o caráter experimental de suas
performances): Beto Batera (bateria), Mani (guitarra e que posteriormente faria
parte da banda Gang 90 e as Absurdetes no Rio de Janeiro enquanto uma referência
do Rock nacional), Carlos Moura (Guitarra), Marcos Vagareza (vocal) e Pacua
(contrabaixo). Toda esta galera – com exceção de Pacuã – estava envolvida no
clima undergraund (a coisa do sexo, drogas e riock) dos anos 70.
[vi] O Festival de Cinema de
Penedo
[vii] Dentre eles, o
Haroldo Miranda, a Floracy Cavalcante, o Sabino Romariz e alguns outros.
[viii] O festival teve em sua produção os radialista Haroldo Miranda e Floracy
Cavalcante, e, além de Pássaro de Prata o Terra também emplacaria naquele
festival mais três músicas Preto Velho (Laérson Luiz), Agora Cante Cantador
(Chico Elpidio e Paulo Renault) e Acordo às quatro (Marcondes Costa) que
marcaria as parcerias com Marcondes Costa, Psiquiatra e compositor. O disco
daquele festival seria nos estúdios da Rádio Difusora em quatro canais e mixado
pelo técnico Francisco de Magalhães Junior.
[viii] O
destaque desse festival, além das músicas, foi o jurado cuidadosamente
escolhido pelo radialista
[ix] O destaque desse festival, além das músicas, foi o jurado cuidadosamente
escolhido pelo radialista Edécio Lopes: Guio de Moraes - maestro, Carmélia
Alves - cantora, Onildo Almeida – compositor, Claudionor Germano - cantor,
Aldemar Paiva - jornalista, Raimundo Campos - pesquisador, Romildo Freitas -
radialista, Claudemir Araújo - jornalista e Jovelino Lima - maestro.
[x] O disco daquele festival se chamaria Terra da Gente e foi produzido pela
Rádio Gazeta de Alagoas e gravado na CACTUS em Recife sob a direção musical do
então Ivanildo Rafael, com direção e produção de Claudionor Germano e direção
geral de Edécio Lopes.
[xi] Produzido pelo DCE-UFAL, o disco teria a Direção de Produção de Paulo
Pedrosa; Direção Artística de José Gomes Brandão; Técnico de Gravação – Jailson
Romão; Mixagem de José G Brandão, Chico Elpídio e Jailson Romão e no desenho de
Arte da Capa, Ênio Lins.
[xii] De todas, Raízes foi a música
mais visada e a polêmica em torno de sua censura virou notícia nacional quando,
em 1983, deu-se foi uma acirrada discussão envolvendo os conselheiros Pompeu de
Souza, representante da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e Antônio de
Morais, do Conselho federal de Entorpecentes (CONFEN), ambos integrantes do
Conselho Superior de Censura (CSC) em Brasília. A polêmica em trono da música
seria noticia em vários jornais do País - Jornal do Brasil, A Tarde, Folha de
São Paulo, etc.
[xiii] Meu Pé de Laranja Lima,1980.
[xiv] Rosa Baiana, Bandeirantes, 1981.
Ressalte-se que se no disco anterior, Meu Pé de Laranja Lima não existia nenhum
nome de destaque no cenário musical nacional, no Segundo estavamos ao lado de
presenças já consolidadas na música brasileira a exemplo da Cor do Som, Xangai,
Odair Cabeça de Poeta, Barca do Sol. Por ai se vê aonde estivemos.
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