Uma viagem a Piranhas
Luiz Sávio de Almeida
Uma pequena introdução
Eu
conhecia Piranhas; passei por lá diversas vezes. Sempre tive a vontade
de demorar, passear e, como dizia a velha minha mãe: apreciar. Em
outubro, houve a oportunidade; fomos, Myrian e eu acompanhando um casal
amigo. Valeu a pena. Não me resta dúvida de que se trata de uma cidade
bem cuidada e que se cuida também, começando a crescer,
significativamente, a ideia de que o turismo é uma fonte econômica de
primeira grandeza.
Aliás,
Piranhas atualmente já é o terceiro município alagoano em termo de
destino e amplia a sua capacidade de receber. Eles vendem diversas
mercadorias: uma delas, é a sua história de alta ligação com o cangaço,
de onde se tem a presença do Capitão Virgulino. Outra, a beleza do
estreitamento do São Francisco e afloramento de suas rochas; finalmente,
o próprio senso da população de que algo transformou a economia urbana.
Falta, sem dúvida, bem mais sobre a história do local, a sua função no
povoamento sertanejo.
As
fotos que apresentamos são singelas e todas, praticamente, tiradas do
mesmo ponto alto, visando um panorama ou vistas gerais. Eram para um
arquivo de imagens de Alagoas – espécie de Banco de Imagens – que
mantemos e que, pouco a pouco, iremos dando uso público ao colocar no
nosso blog.
Então,
fica com você o que vi de cima de um alto, numa manhã bem cedo de um
dia de domingo. Para algumas das fotos, foram feitas anotações em campo
e elas estão reproduzidas da mesma forma como estão na caderneta da
viagem. Muitas delas foram escritas na solidão da noite, repassando o
trabalho do dia.
As fotos
Foto 1
Mestre
de baixo, não se aventura a navegar aqui. Basta ver as pedras
aflorando. Não é fácil. A beleza do rio é fantástica, como se fosse uma
sanfona indo e vindo em termos de distância entre as margens. Foi tomada
nas cercanias do local de filmagem de Borodogó. O dia estava chuvoso e o
céu pesado. O verde deverá ser menos verde e a linha de horizonte
difusa.
Foto 2
Foi
deste ponto, que tirei quase todas as fotos. Isto é um farol e é claro
que tinha a ver com a navegação no rio, na época em que Piranhas era um
entreposto significativo.
Foto 3
Uma outra visão do rio, ângulo mais aberto
Foto 4
A solidão do cemitério e a sua brancura no sertão
Foto 5
Achei
bonito o contraste entre o caminho tosco e o branco da torre da Igreja.
Era como se a torre fosse uma espécie de cartaz dizendo: a cidade está
aqui.
Foto 6
Ampliando o ângulo anterior, para mostrar o relevo
Foto 7
A
imensa tira da escadaria branca, ajuda a ver as variações na altura dos
pequenos montes que fazem Piranhas. Eu senti que a fé sobe montanhas. A
igreja lá em cima, preferiu olhar para a foz do rio. Seria um umbigo
deslocado ou estou complicando?
Foto 8
A
confusão harmônica, causada pela conquista do espaço sobre o relevo. O
branco das escadarias parece seccionar e não integrar, mas isto não
importa para quem anda em Piranhas pois ninguém sobe por minha
fotografia e nem tende a ficar parado pensando besteira.
Foto 9
Uma
foto de maior aproximação e eliminação da maioria das escadas. O
conjunto das quatro casas centrais me fascina, especialmente quando vejo
as cinco portas brancas, em contraste como buraco negro na segunda casa
da esquerda para a direita.
Foto 10
O
futebol de salão, a espinha de peixe das escadas, as três casinhas bem
na extrema direita, o estranho da casa em relevo,em frente ao campo,
como se fosse a semelhança de si mesma e indicando que somente se olha a
leste.
Foto 11
O outro lado de Piranhas é um nada e poderia ser? Fica tudo numa exígua faixa de terra baixa.
Foto 12
O progresso. Sertão vai virar mar?
Piranhas me faz muito bem! òtimas fotos e falas!
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