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sábado, 12 de julho de 2014

TEATRO: A Farinhada, segunda montagem

Maceió Arquiteta





O professor doutor em Antropologia Sávio Almeida já viu o texto A Farinhada ser encenada diversas vezes. Agora, a peça que caiu no gosto popular, recebeu uma versão do diretor de Teatro René Guerra (o mesmo que assinou o clip da música Memória da Flor, interpretada pelos cantores Júnior de Almeida e Ney Matogrosso). Com foco na dicotomia velho/novo contemporâneo/tradicional, o ousado diretor alagoano convidou um escritório de arquitetura para criar um cenário que atendesse a concepção arrojada e que ainda correspondesse as especificidades que o espaço cênico necessita. Um desafio e tanto, na opinião da arquiteta Fabíola Siqueira, do escritório Conceito A, que dividiu a autoria do projeto com o produtor cultural Marcos Antônio.
O conceito para a criação do cenário estabeleceu trabalhar na dicotomia novo/velhos, moderno/tradicional
O diretor René Guerra explicou que a concepção conceitual dessa versão devia atender também duas metas: além de agregar o conceito sustentabilidade ao espetáculo, ele necessariamente precisava ter praticidade de deslocamento. “Quando estamos dentro de um processo de criação a questão da materialidade dos objetos cênicos é sempre tratada do ponto de vista da praticidade, leveza e custo. São fatores determinantes para ter um cenário que possa ocupar menor espaço possível dentro de um case para as andanças pelo Brasil”, explicou René. “A linguagem da encenação alinhada ao conceito de sustentabilidade, acrescentou o diretor, reafirma o compromisso artístico do Grupo Joana Gajuru com os temas sociais, recolocando-o na categoria de socioambiental tão importante e coerente com a trajetória de grupo que busca trazer discussões sobre o presente e o futuro”.
De acordo com Fabíola Siqueira, o fato de ter tido uma experiência anterior do fazer Teatro foi decisiva na hora de conceber um cenário, em tese um ambiente que demanda duas características imprescindíveis para as encenações cénicas: simbologia e subjetividade. “Foi-me solicitado pelo diretor um cenário que remetesse a história, mas que indiretamente também fosse moderno, contrastando com aquele cenário clássico, em que vinha-se valorizando o obvio. A preocupação era onde achar as peças, porque elas deveriam ser de fácil manuseio, já que em alguns no momento do espetáculo elas sairiam do lugar”, disse.
"A materialidade dos objetos cênicos é sempre tratada do ponto de vista da praticidade", justificou o diretor da peça.
Uma vez cenário definido, o toque de modernidade veio com uma estrutura em LED instalada no centro do espaço cénico. René esclareceu que o quadrado em LED, contrapondo com os signos estéticos ancestrais necessários, reforçou o conceito plástico da cena. “A modernidade do LED funcionou como outro elemento cênico determinante para a linguagem da encenação. Essas escolhas podem parecer simples, mas não são. É necessário o olhar atento de uma profissional da área na escolha do material que tivesse essas qualidades,” acrescentou René. 
O texto do antropólogo Sávio de Almeida, escrito para o Grupo Joana Gajuru, caiu no gosto popular.
Essa parceria entre o Design de Interiores e o Teatro abre um nicho de mercado para este profissional, pois Alagoas ainda é muito carente de técnicos especialistas nesse ramo.

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