Esta é uma outra contribuição de Luiz Gustavo, aluno regular do Mestrado Dinâmica do Espaço Habitado, FAU/UFAL. É uma forma de dialogar com a vida da cidade, trabalhar o olhar e a sensibilidade. Sentir as ruas, as casas, as paredes... É preciso andar pela cidade com os olhos e os ouvidos prontos, acesos como se a surpresa estivesse vindo a qualquer hora.
i poveri: l'improvvisazione della vita; les pauvres: l'improvisation de la vie; el pobre: la improvisación de la vida; the poor: the improvisation of life
urban poverty, povertà urbana, pobreza urbana, pauvreté urbaine,
LUIZ GUSTAVO OLIVEIRA DA SILVA
Novamente, pedaços ou o todo da cidade?
Trabalhadores no ponto de ônibus
Após a longa e árdua
jornada ainda é precise enfrentar
uma etapa para enfim descansar: voltar para casa. O que a principio
aparenta ser um simples deslocamento no espaço
urbano, para muitos é um sacrifício necessário para a sobrevivência. Espera-se
em pé o ônibus que seguirá para a periferia onde foram
obrigados a morar, numa viagem que pode durar até hora e meia no aperto. Mas que ingenuidade a
minha falar em descanso após o trabalho! Chegando em casa essas pessoas ainda trabalharão
nos serviços domésticos para enfim repousarem sobre suas camas, sabendo que o amanhã já reservou tudo isso mais uma vez.
Foto 2 -- Condomínio fechado
O que há atrás dessas grades? Desconfiança? Insegurança? Medo? Traumas? Tudo isso e mais um pouco provavelmente. Mas o que um condomínio de classe média tem a ver com a pobreza? Tudo! A enorme desigualdade existente em nossa sociedade é uma das principais causas da violência e esta por sua vez gera o medo, fazendo com que as pessoas se aprisionem em seus lares. Uma rua particular... Vejam só a que pontos chegamos...
O que há atrás dessas grades? Desconfiança? Insegurança? Medo? Traumas? Tudo isso e mais um pouco provavelmente. Mas o que um condomínio de classe média tem a ver com a pobreza? Tudo! A enorme desigualdade existente em nossa sociedade é uma das principais causas da violência e esta por sua vez gera o medo, fazendo com que as pessoas se aprisionem em seus lares. Uma rua particular... Vejam só a que pontos chegamos...
Foto 3 - Prédio em construção sobre comunidade em grota
Habitar formal e informal! Quem pode pagar morta bem, quem não pode fica aquém, nas grotas, nos vales e além. Basta uma porta, uma janela, e um teto para o vazio se tornar lar. Com o suor do rosto, a vidsa vai melhorando devagarinho, mas nunca vamos viver tão bem quanto nossos vizinhos, aqueles que irão viver la no alto. Será que um dia nos conseguiremoss morar sobre o planalto?
Foto 4 - Meninos na escadaria
A escadaria virou praça, local de brincadeira e travessuras. Brincadeiras improvisadas no contexto em que vivem. É assim o dia-a-dia dessas crianças numa comunidade maceioense. O que será o futuro delas? Um improviso para continuar vivendo?
A escadaria virou praça, local de brincadeira e travessuras. Brincadeiras improvisadas no contexto em que vivem. É assim o dia-a-dia dessas crianças numa comunidade maceioense. O que será o futuro delas? Um improviso para continuar vivendo?
Foto 5 - Vida social no largo da comunidade
Os moradores das comunidades carentes vão levando a vida como podem: erguem suas casas sem saber quando poderão finalizá-las; veem e aproveitam a oportunidade de renda realizando comércio local; famílias interagem no pequeno largo sombreado. E assim vão convivendo com a pobreza a qual foram condenados a incorporá-la em suas vidas.
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