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domingo, 6 de maio de 2018

A cidade: a escadaria virou praça! O improviso de viver!!

 Esta é uma outra contribuição de Luiz Gustavo, aluno regular do Mestrado Dinâmica do Espaço Habitado, FAU/UFAL. É uma forma de dialogar com a vida da cidade, trabalhar o olhar e a sensibilidade. Sentir as ruas, as casas, as paredes... É preciso andar pela cidade com os olhos e os ouvidos prontos, acesos como se a surpresa estivesse vindo a qualquer hora.


 i poveri: l'improvvisazione della vita; les pauvres: l'improvisation de la vie; el pobre: ​​la improvisación de la vida; the poor: the improvisation of life
urban poverty, povertà urbana, pobreza urbana, pauvreté urbaine, 

 LUIZ GUSTAVO OLIVEIRA DA SILVA
Novamente, pedaços ou o todo da cidade?



Trabalhadores no ponto de ônibus

  Após a longa e árdua jornada  ainda é precise enfrentar
uma etapa para enfim descansar: voltar para casa. O que a principio aparenta ser um  simples deslocamento no espaço urbano, para muitos é um sacrifício necessário para a sobrevivência. Espera-se em pé o ônibus que seguirá para a periferia  onde  foram obrigados a morar, numa  viagem   que pode durar até  hora e meia no aperto. Mas que ingenuidade a minha falar em descanso após o trabalho! Chegando em casa essas pessoas ainda trabalharão nos serviços domésticos para enfim repousarem sobre suas camas, sabendo que o  amanhã já reservou tudo isso mais uma  vez.




 Foto 2 -- Condomínio fechado
O que há atrás dessas grades?  Desconfiança? Insegurança? Medo? Traumas?  Tudo isso e mais um pouco provavelmente. Mas o que um condomínio  de classe média tem a ver com a pobreza? Tudo! A enorme desigualdade existente em nossa sociedade é uma das principais causas da violência e esta por sua vez gera o medo, fazendo com que as pessoas se aprisionem em seus lares. Uma rua particular... Vejam só a que pontos chegamos...



Foto 3 - Prédio em construção sobre comunidade em grota

Habitar formal e informal! Quem pode pagar morta bem, quem não pode   fica aquém, nas grotas, nos vales e além. Basta uma porta, uma janela, e um teto para o  vazio se tornar lar. Com o suor do rosto, a vidsa vai melhorando devagarinho, mas nunca vamos viver tão bem quanto nossos vizinhos, aqueles que irão viver la no alto. Será que um dia nos conseguiremoss morar sobre o planalto? 



Foto 4 - Meninos na escadaria
A escadaria virou praça, local de brincadeira e travessuras. Brincadeiras improvisadas no contexto em que vivem. É assim o dia-a-dia dessas crianças numa comunidade maceioense. O que será o futuro delas? Um improviso para continuar vivendo?


Foto 5 - Vida social no largo da comunidade

Os moradores das comunidades carentes vão levando a vida como podem: erguem suas casas sem saber quando poderão finalizá-las; veem e aproveitam a oportunidade de renda realizando comércio local; famílias interagem no pequeno largo sombreado. E assim vão convivendo com a pobreza a qual foram condenados a incorporá-la em suas vidas.

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