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sábado, 12 de maio de 2018

Cidade: a rua fala o que o professor não pode falar em sala de aula


Estas fotos e comentários foram realizadas pelo aluno Lourival Teixeira de Assunção Filho, um jovem pesquisador em formação,   aluno especial da disciplina Formação do Espaço Alagoano no Mestrado Dinâmica do Espaço Habitado, FUA/UFAL. Foram tiradas em diversos pontos de Maceió e estão cheias de perguntas, questões que devem, ser pensadas em profundidade. É mais um pequeno ensaio sobre a cidade, que ele partilha conosco. Vamos viajar.





Foto 01

Fotografia feita no Bairro da Mangabeira em período de chuvas do ano de 2018.

Durante as fortes chuvas no último mês (abril/2018), ao se passar pelo Bairro da Mangabeira, deparava-se com essa realidade; o que se impõe como área nobre, se alaga, e as transições vão ficando difíceis. Uma realidade não fora do comum para os moradores, por exemplo, de Bebedouro ou Flexal de Baixo. Mas o viés da questão é a imposição das necessidades do capital sobre o território natural;

Foto 02

Fotografia feita no Bairro do Jaraguá durante uma sexta anoite em 2018.

Durante essa semana recebi amigos que vieram visitar Maceió:  gostariam de ir ao Jaraguá, pois queriam reviver a experiência sentida no último mês de fevereiro com as prévias carnavalescas. E ao acessar o bairro, a imagem refletiu os acontecimentos diários do bairro em período noturno. Um bairro histórico, que refletiu a vida de Maceió, dos acontecimentos, da luta e sobrevivência de minorias, hoje se encontra vazio. E foi ai que se questionou, para quem foi feito esse bairro? Os grandes burgueses que hoje já não o querem mais? As ações governamentais tem sido a transposição de órgãos municipais a fim de ativar o uso do solo, mas será que isto tem  efeito? Será que é isso que o bairro do Jaraguá precisa? Mas ao fim, quem sabe o que o bairro do Jaraguá quer?

Foto 03

Fotografia feita no Bairro da Pajuçara durante uma quarta feira a noite em 2018.

E foi continuando a noite da foto 02, que acabamos nos restaurantes da faixa da orla em Pajuçara, um bairro que tem uma ligação profunda com o de Jaraguá, mas que nos últimos anos parece que a relação foi esfriando. Arriscaria dizer que a Pajuçara prefere a amizade da Ponta Verde do que a do Jaraguá?  Essa foto foi tirada dentro de um restaurante, onde dentre os presente, ninguém foi impactado por o reflexo da desigualdade social maceioense; na forma de um trabalhador carregando seus frutos de anos e sua sobrevivência, sobre a noite gélida que pairava neste dia.

Foto 04

Fotografia feita no Bairro da Cruz das Almas durante o final de tarde de 2018.

“A rua grita o que o professor da sala de aula não pode falar”

Particularmente.  me senti bastante atingido por tal frase; como aluno do Centro UNIT de Arquitetura e Urbanismo, é comum perceber os conflitos inerentes à profissão de nossos docentes, muitos dos quais querem adentrar em discussões que pairam sobre a vivência de todos dentro desta sociedade capitalista. Contudo, a realidade é a completamente indiferença dos colegas de sala e os receios de discutir a teoria econômica e a sociedade capitalista nos ambientes educacionais privados.

Um comentário:

  1. Muito bom!! As ruas gritam e quem não quer escutar daqui a pouco não terá rua pra andar.

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