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sábado, 12 de maio de 2018

A cidade: suas gentes no centro



Ludmilla Barros é aluna especial da Disciplina Formação do Espaço Alagoano, ministrada no Mestrado Dinâmica do Espaço Habitado, FAU;UFAL. Trata-se de uma pesquisadora em formação e que sem dúvida andará muito pelas interrogações,  pesquisas e quejandos.


Vamos ler uma jovem pesquisadora em formação.

O cotidiano no centro de Maceió

Ludmila Barros


Manhã de segunda-feira; o tempo oscila entre o sol muito forte e o chuvisco passageiro; o calor, porém, é constante. É nesse cenário que me dirijo ao centro da cidade para tirar algumas fotos para trabalhos da disciplina Formação do Espaço Alagoano. Ando como se estivesse à deriva  e procuro registrar momentos cotidianos  de transeuntes.  As imagens a seguir são do dia 7 de maio.

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No meio de tanta gente apressada,  um homem acomoda-se no banco da praça. Ao observá-lo, automaticamente,  imaginamos que ele está ali esperando alguém,  mas pode ser apenas um  momento de pausa para tomar um fôlego, desacelerar, refletir. É raro encontrar pessoas num estado de tranquilidade, pois em tempos de crise e de alvoroço ninguém pode parar; seguimos cansados, em ritmo frenético, sabe-se lá para onde. E assim nos tornamos, a cada dia, seres menos reflexivos e displicentes conosco e com o mundo a nossa volta.

2

 
Cenas assim são triviais, em nossas andanças pela cidade; e nem por isso deixam de ser chocantes. Essa imagem poderia muito bem ilustrar a crônica Notícia de Jornal, de Fernando Sabino: “Um homem morre de fome em plena rua, entre centenas de passantes [...] E os outros homens cumprem seu destino de passantes, que é o de passar. Durante setenta e duas horas todos passam, ao lado do homem que morre de fome, com um olhar de nojo, desdém, inquietação e até mesmo piedade, ou sem olhar nenhum, e o homem continua morrendo de fome, sozinho, isolado, perdido entre os homens, sem socorro e sem perdão”.

3
Nos últimos dias, em decorrência do trágico desabamento de um edifício no centro de São Paulo, veio à tona a questão da crise habitacional. Aqui, no centro de Maceió, também temos algo exemplar: o edifício amarelo e encardido ao fundo, que  já foi sede do INSS, e, no momento,  encontra-se ocupado por pessoas sem moradia. No local, ouvi pessoas relatarem que já viram cair do prédio “pedaços de concreto” e que, por pouco, não atingiram ninguém. Vários prédios no centro estão nessa situação, caindo aos pedaços; enquanto isso, o poder público gasta fortunas em contratos de locação e pessoas que não possuem alternativa a não ser ocupar esses espaços obsoletos, correm risco de acidente.

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As feiras livres possuem um papel fundamental nos centros urbanos: o de criar sociabilidades. Nelas há a possibilidade de estabelecer o comércio informal, de onde podem surgir vínculos duradouros de amizade e de confiança que extrapolando os interesses meramente econômicos, alcançam a esfera pessoal e certa intimidade entre as partes envolvidas.


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As feiras livres possuem um papel fundamental nos centros urbanos: o de criar sociabilidades. Nelas há a possibilidade de estabelecer o comércio informal, de onde podem surgir vínculos duradouros de amizade e de confiança que extrapolando os interesses meramente econômicos, alcançam a esfera pessoal e certa intimidade entre as partes envolvidas



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